novembro 08, 2011

ESCATOLOGIA XXXI


II Pd. 1: 19 a 21 - "E temos ainda mais firme a palavra profética à qual bem fazeis em estar atentos, como a uma candeia que alumia em lugar escuro, até que o dia amanheça e a estrela da alva surja em vossos corações; sabendo primeiramente isto: que nenhuma profecia da Escritura é de particular interpretação."
O arrebatamento de João até os céus e a descrição do que ele vê a partir de lá é uma tipificação do arrebatamento da Igreja e o início da "Grande Tribulação" durante a formação, a consolidação e a destruição do governo do Anticristo. Boa parte do que João vê e descreve foi vaticinado pelo profeta Daniel no capítulo 9, objeto de análise no início desta série de artigos.
A ordem dos eventos nesse ponto é:
  1. Arrebatamento da Igreja em seu encontro com Cristo nos ares conforme I Ts. 4: 16 e 17 - "Porque o Senhor mesmo descerá do céu com grande brado, à voz do arcanjo, ao som da trombeta de Deus, e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro. Depois nós, os que ficarmos vivos seremos arrebatados juntamente com eles, nas nuvens, ao encontro do Senhor nos ares, e assim estaremos para sempre com o Senhor."
  2. Os remidos organizados no céu para exercer os juízos sobre a Terra conforme os capítulos 4 a 11 de Apocalipse.
  3. Abertura dos seis primeiros selos e início da formação mundial do governo da Besta ou Anticristo. O processo de formação do governo mundial da Besta ou Anticristo já é uma realidade há muito tempo, porém chegará ao seu ápice neste contexto escatológico.
  4. Abertura do sétimo selo e início de uma sequência de sete trombetas, e o derramamento de sete taças da ira de Deus sobre a Terra. Consolidação do domínio do Anticristo por três anos e meio durante os seis primeiros selos.
  5. Pregação das duas testemunhas durante os últimos três anos e meio do governo da Besta. Morte das duas testemunhas em Jerusalém e grande perseguição aos santos convertidos durante a grande tribulação que é a Igreja também, porém que não foi redimida no período do evangelho da graça.
  6. Retorno visível do "Grande Rei" e início da "Guerra do Armagedom" com a derrota das forças do Anticristo. Esta não é uma guerra contra Satanás e seus anjos diretamente, mas sim contra forças terrenas controladas por ele.
  7. Início do "Reino Milenar" e restauração de todas as coisas por Cristo e os remidos a partir de Jerusalém, a "Santa Cidade".
É neste período do domínio da Besta que se cumprirá a 70ª semana da profecia de Daniel. Este mesmo período é expresso das seguintes formas: tempo, tempos e metade de um tempo; ou quarenta e dois meses; ou ainda, mil duzentos e sessenta dias. São modos diferentes de se referir ao mesmo período da "Grande Tribulação". Nos três anos e meio anteriores a este período é o período da tribulação normal da Igreja, perseguições, controle mundial, guerras, tumultos, oscilações na economia e na política internacional, cerco militar de Gogue e Magogue a Israel.
Há religiosos que acreditam que a Igreja passará pela "grande tribulação", porque confundem a tribulação do período do evangelho da graça que se estende desde a ascensão de Cristo até o arrebatamento, com a "grande tribulação" que ocorrerá na segunda metade do período de domínio do Anticristo. Não há muito apoio bíblico a esta posição, ao contrário, grande parte dos textos que retratam este período desautorizam esta interpretação. É que durante este período pós-arrebatamento haverá ainda conversão, especialmente de judeus pela pregação das duas testemunhas. Por esta razão haverá um remanescente da Igreja que passará por terríveis perseguições. O apóstolo João, já no seu tempo, afirmava: "... filhinhos sabemos que esta é a última hora...." A expressão grega para última hora é no sentido de uma contagem regressiva para o cumprimento das profecias.
Estes são os tempos difíceis que sobrevirão ao mundo preditos por Paulo nas cartas a Timóteo. Os homens serão amantes de si mesmos, infiéis em tudo, mentirosos, orgulhosos e quererão ser 'deus'. Haverá uma espécie de religião universal e mística que estará a serviço do Anticristo conforme o capítulo 13 de Apocalipse. A Besta que subiu do mar é de caráter político, mas a Besta que subiu da terra é de caráter religioso, e esta fará que o mundo adore o Anticristo, e consequentemente, a Satanás.
Gloria in excelsis Deo!

2 comentários:

João Pedro de Jesus (jpdejesus.baha@hotmail.com) disse...

Estranha esta ordem dos acontecimentos...

Em segunda Ts Paulo (falando do mesmo evento relatado ITs. 4:16 e 17) afirma que o Arrebatamento só ocorrerá após a revelação do "filho da perdição". Fala ainda que "neste evento" Jesus o destruirá. Ja os capítulos 4 a 11 de apocalipse, aponta duas "turmas": "os 144 mil" e "a multidão que veio da grande tribulação". (Não há uma terceira).

sendo assim...
1º - A Igreja será arrebata quando Cristo voltar.

2º - Cristo não vem sem que o antiCristo se levante.

3º - quando Cristo vier destruirá o antiCristo (então a Grande Tribulação ja terá passado)

4º - A "unica" multidão descrita em apocalipse como tendo sido remida é a que "veio da grande tribulação".

Diante disto não é certo afirmar que a Igreja (Esteja ela onde estiver, pois dentro dos templos "evangélicos massonicos" deve ter so uma partezinha) passará pela grande tribulação?

P.S.: Faz tempo que observo a UBE, e me sinto tentado a colaborar. Mas quando vejo algumas publicações "repetindo" linhas estabelecidas a séculos (por teólogos e filósofos maçons) incentivando a igreja a continuar dormindo em berço esplendido (porque Cristo virá busca-la antes do bicho pegar) fico pensando... será...

João Pedro de Jesus (jpdejesus.baha@hotmail.com)

MENDIGO ENTRE MENDIGOS disse...

Não há nada de estranho, pois Jesus, o Cristo virá uma vez apenas para encontrar com Igreja no arrebatamento e na segunda vez será visível ao mundo e para exercer juízo sobre o domínio da Besta. Tanto é que, no texto original se fala em "teofania" (retorno invisível)"parousia" (retorno visível). Nos textos que se referem ao arrebatamento e ao encontro da Igreja com o Senhor Jesus sempre se utiliza 'parousia' e suas derivadas por flexão.
Outra confusão comum é sobre 'tribulação', porque a "Grande Tribulação" é um período específico quando o Anticristo conseguir domínio pleno. Obviamente que a Igreja formada pelos nascidos do alto não passará por esta fase. Entretanto, neste período de 3,5 haverá anúncio do evangelho do céu e ainda haverá conversão. Portanto, a multidão que João viu debaixo do altar clamando por vingança são os que foram perseguidos e assassinados pelo Anticristo. Não se refere à Igreja formada pelos eleitos e regenerados.
Entretanto, há muitas teorias teológicas e pouquíssima verdade.