quarta-feira, novembro 2

ESCATOLOGIA XXIV

II Pd. 1: 19 a 21 - "E temos ainda mais firme a palavra profética à qual bem fazeis em estar atentos, como a uma candeia que alumia em lugar escuro, até que o dia amanheça e a estrela da alva surja em vossos corações; sabendo primeiramente isto: que nenhuma profecia da Escritura é de particular interpretação. Porque a profecia nunca foi produzida por vontade dos homens, mas os homens da parte de Deus falaram movidos pelo Espírito Santo."
O livro de Apocalipse é o último livro das Escrituras, e portanto, encerra a história humana, tal como vem se desenrolando desde a criação até a restauração de todas as coisas. É o único livro que serve a este propósito, porque completa a história da redenção, segundo os desígnios de Deus. Traça um perfil da Igreja por meio das Igrejas-Tipos ao longo do tempo histórico. Mostra a formação do governo da besta, a grande tribulação, as coisas concernentes a Israel, o retorno de Cristo para a Igreja, a ressurreição, o arrebatamento, a organização dos eleitos e redimidos no céu, e os juízos sobre a Terra para dar cabo do sistema de coisas criado pelo homem contaminado pelo pecado. Registra o retorno do Grande Rei e o estabelecimento da "Cidade Santa" morada eterna dos santos e imortais, juntamente com o Rei dos Reis, e Senhor dos Senhores.
Ap. 2:8 a 11 - "Ao anjo da igreja em Esmirna escreve: isto diz o primeiro e o último, que foi morto e reviveu: conheço a tua tribulação e a tua pobreza, mas tu és rico, e a blasfêmia dos que dizem ser judeus, e não o são, porém são sinagoga de Satanás. Não temas o que hás de padecer. Eis que o Diabo está para lançar alguns de vós na prisão, para que sejais provados; e tereis uma tribulação de dez dias. Sê fiel até a morte, e dar-te-ei a coroa da vida. Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas. O que vencer, de modo algum sofrerá o dano da segunda morte."
A 2ª carta é endereçada ao mensageiro da Igreja que está em Esmirna. Esta era uma cidade situada na Ásia Menor, no que é hoje a Turquia. Jesus, o Cristo se apresenta a esta Igreja como o primeiro e o último, que foi morto e que reviveu. Ele afirma conhecer as tribulações e a pobreza desta Igreja, porém diz que ela, na verdade, era rica. Isto faz sentido, porque a pobreza material, não interfere na riqueza espiritual. Verifica-se que a Igreja de Esmirna não foi repreendida por nenhum erro de finalidade ou de doutrina. Nela, entretanto, estavam alguns que se afirmavam judeus, mas blasfemavam da verdade. Foram classificados como "Sinagoga de Satanás". O Cristo avisa que esta Igreja sofreria tribulações impostas por Satanás, mas que estas serviriam apenas para provação. Cristo recomenda que os eleitos desta Igreja sejam fiéis até para a morte, pois é assim que se traduz o texto grego original. O fato de ter nela os falsos crentes, não é culpa da Igreja, mas deles mesmos, visto que a responsabilidade pelo pecado é pessoal.
A promessa aos fiéis é que receberiam a coroa da vida, e que o vencedor não sofreria o dano da segunda morte. Esta segunda morte é a morte eterna, ou separação eterna de Deus.
Estes membros da Igreja que se diziam judeus, não o sendo, provavelmente se tratava de um comportamento, e não de ser ou não judeu. Ser ou não ser judeu na Igreja do Senhor Jesus não faz a menor diferença. Porém, a expressão se refere a uma profecia e só ter-se-á pleno entendimento quando ela for cumprida. As profundas mudanças doutrinárias, organizacionais e comportamentais comparativamente às Igrejas primitivas e as atuais são muito grandes. A própria palavra "igreja" mudou muito o sentido em comparação aos primeiros tempos. A Igreja primitiva era formada por pequenos agrupamentos de eleitos e regenerados que se reunião nas casas, florestas, grutas, e catacumbas para adorar. O nome cristão ainda sequer era utilizado, e o cristianismo como um todo era chamado de "O Caminho".
Naquele tempo a palavra "igreja" tinha o sentido e a força da língua grega 'ekklesia', a saber, aqueles que foram chamados para fora. Isto significava que as pessoas que pertenciam ao "Caminho" eram chamadas e separadas em termos éticos e morais em relação aos incrédulos, embora vivessem na mesma comunidade ou jurisdição político-administrativa. Hoje, "igreja" é qualquer prédio onde se agregam pessoas que mal ouviram falar acerca de Jesus, o Cristo. Atualmente a "igreja" possui conotação com um grupo, sob uma denominação, liderado por uma ou mais pessoas que se revestem de autoridade eclesiástica com base em títulos e não no nascimento do alto. Os "pastores" estão mais pra tosquiadores das ovelhas e mercenários!
Talvez a melhor compreensão antecipada para os que se dizem judeus e não o são, bem como para "Sinagoga de Satanás", seja identificá-los com pessoas que se agregam às igrejas, mas não são nascidas do alto. São o joio semeado por Satanás dentro dos campos de trigo. Onde só há joio não há necessidade de Satanás semear joio, mas onde há trigo, certamente ele semeará sempre o joio a fim de criar embaraços ao evangelho.
A Igreja em Esmirna não foi repreendida, mas dentro dela havia os que se diziam cristãos, não o sendo. Por isso, eles foram semeados nela, para que os filhos de Satanás estivessem ali trazendo tribulações e provações à Igreja.
Gloria in excelsis Deo!

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