segunda-feira, outubro 31

ESCATOLOGIA XXI

II Pd. 1: 19 a 21 - "E temos ainda mais firme a palavra profética à qual bem fazeis em estar atentos, como a uma candeia que alumia em lugar escuro, até que o dia amanheça e a estrela da alva surja em vossos corações; sabendo primeiramente isto: que nenhuma profecia da Escritura é de particular interpretação. Porque a profecia nunca foi produzida por vontade dos homens, mas os homens da parte de Deus falaram movidos pelo Espírito Santo."
Feitas as devidas abordagens, em artigos anteriores, de algumas profecias veterotestamentárias, passa-se doravante à profecia apocalíptica. Muitos têm este último livro do cânon sagrado como difícil, complexo, e incompreensível. Entretanto, o que falta é a revelação do "supremo propósito" de Deus ao enviá-lo ao apóstolo João, por meio do anjo do Senhor Jesus. A primeira regra para conhecer a profecia apocalíptica é saber que o Apocalipse é um livro de revelações, portanto, deve cumprir tal finalidade. Ninguém que intenta revelar algo, faz deste ato uma ação obscura, confusa e incompreensível. Entretanto, os eventos dispostos no Apocalipse, só se desvendam na medida em que chega o tempo em que irão acontecer. Enquanto não chega o momento deste evento, tem-se apenas a informação que ele ocorrerá. Os eventos tornam a revelação confirmada ou rejeitada, visto que a torna verídica ou inverídica.
O primeiro passo a ser considerado é que o Apocalipse é a revelação de Jesus Cristo, e não apenas revelações feitas por Cristo a respeito de eventos futuros. É Jesus, o Cristo que está sendo revelado no livro. Uma vez desvendada a Sua sublime pessoa, todas as demais coisas se desvendam. Por isto, o porquê do texto de Ap. 1: 1 e 2 - "Revelação de Jesus Cristo, que Deus lhe deu para mostrar aos seus servos as coisas que brevemente devem acontecer; e, enviando-as pelo seu anjo, as notificou a seu servo João; o qual testificou da palavra de Deus, e do testemunho de Jesus Cristo, de tudo quanto viu." A sequência é: Deus dá a revelação a Jesus Cristo, Ele a envia aos seus eleitos e regenerados, por meio de Seu anjo, tendo sido recebida pelo apóstolo João, quando do seu desterro na ilha de Patmos devido a perseguição do imperador romano. Esta é, portanto, a razão porque muita gente não compreende as profecias apocalípticas, a saber, não são servos. Apenas os servos do Senhor Jesus Cristo podem compreender a Sua revelação, ou desvendamento.
A palavra apocalipse provém do grego koinê 'apokalypsis' [αποκάλυψις], a qual significa 'desvendamento', ou 'retirar o véu'. O capítulo um é a chave mestra para a compreensão de todos os demais capítulos precisamente porque descreve Jesus, o Cristo em todos os seus aspectos. O livro possui uma estrutura perfeitamente organizada pela economia divina, no sentido de dar coerência e coesão a tudo quanto se pretende revelar. Sucintamente a estrutura do livro apocalíptico é dada em quadros, como se fossem 'sketches' em uma apresentação cênica de sete atos, tal como segue:
  1. Primeira Seção - apresenta Cristo e suas qualificações como o salvador, a saber: profeta, sacerdote, juiz e rei. Abrange o capítulo um.
  2. Segunda Seção - apresenta a Igreja, agente de Deus na redenção do pecador, estendendo-se do pentecostes ao arrebatamento. Abrange os capítulos 2 e 3.
  3. Terceira Seção - apresenta a organização dos eleitos e santificados no céu prontos para participar da execução dos juízos de Deus sobre a Terra, estendendo-se do arrebatamento ao retorno do Grande Rei. Abrange os capítulos 4 a 11.
  4. Quarta Seção - apresenta os acontecimentos na Terra, descrevendo os eleitos e regenerados no período da tribulação, sendo perseguidos pelo Anticristo. É a preparação para a batalha do Armagedom. Estende-se do arrebatamento ao retorno visível do Grande Rei. Abrange os capítulos 12 a 16.
  5. Quinta Seção - apresenta a Igreja de Satanás na Terra, como ele opera no seu reino de trevas com aparência de verdade. Também se estende do arrebatamento ao retorno do Grande Rei. Abrange os capítulos 17 e 18.
  6. Sexta Seção - apresenta o "Reino Milenar", quando Satanás será amarrado e preso por mil anos. Cristo e seus eleitos e santificados reinam durante os mil anos, restaurando a ordem de todas as coisas. Estende-se do retorno do Grande Rei ao fim dos mil anos e abrange os capítulos 19 e 20.
  7. Sétima Seção - apresenta a "Cidade Santa", a nova Jerusalém que desce do céu, o lar eterno dos redimidos e imortais. Será o centro de comando do Universo, porque o Grande Rei governará a partir dela. Estende-se do fim dos mil anos por toda a eternidade e abrange os capítulos 21 e 22.
Gloria in excelsis Deo!

domingo, outubro 30

ESCATOLOGIA XX

Dn. 2: 20 a 22 - "Disse Daniel: seja bendito o nome de Deus para todo o sempre, porque são dele a sabedoria e a força. Ele muda os tempos e as estações; ele remove os reis e estabelece os reis; é ele quem dá a sabedoria aos sábios e o entendimento aos entendidos. Ele revela o profundo e o escondido; conhece o que está em trevas, e com ele mora a luz."
Ainda um pequeno aprofundamento sobre Gogue e Magogue, porque são termos que podem confundir o leitor das Escrituras. Na verdade, estes nomes são dados aos descendentes de Jafé, filho de Noé, que deram origem a diversas linhagens étnicas as quais foram se erradicando para as regiões mais ao norte da Europa e da Ásia Centro-Norte. Magogue foi mencionados primeiramente em Gn. 10:2 - "Os filhos de Jafé: Gomer, Magogue, Madai, Javã, Tubal, Meseque e Tiras." É colocado como um epônimo de uma pessoa, ou de uma nação inteira, isto é, um nome de substituição, derivação, ou tipo de um atítipo. Igualmente Gogue ou Gog é citado como sendo da casa de Rúben, filho varão de Jacó em I Cr. 5: 3 e 4 - "Os filhos de Joel: Semaías, de quem foi filho Gogue, de quem foi filho Simei..." Também Gogue e Magogue são citados juntos em Ez. 38: 2 e 3 - "Filho do homem, dirige o teu rosto para Gogue, terra de Magogue, príncipe e chefe de Meseque e Tubal, e profetiza contra ele, e dize: Assim diz o Senhor Deus: Eis que eu sou contra ti, ó Gogue, príncipe e chefe de Meseque e Tubal." Finalmente, em Ap. 20:8 - "... e sairá a enganar as nações que estão nos quatro cantos da Terra, Gogue e Magogue, cujo número é como a areia do mar, a fim de ajuntá-las para a batalha."
Nos documentos judaicos, tais como, o Talmude e a Midrash, Gogue e Magogue são identificados com sendo os citas e germânicos, os quais habitavam ao norte de Israel, nas regiões correspondentes ao leste do Irã e da Ásia Central. Flávio Josefo, historiador judeu chamava a região dos Magogues de "casa dos citas". Ao que tudo indica estes povos foram se multiplicando e se deslocando cada vez mais para o norte da Europa e da Ásia. Por isso, Ezequiel diz: "...virás tu do extremo norte..."
O Alcorão, livro religioso do Islamismo, faz referência a Gog e Magog, na sura Al-Khaf, como sendo Yajuj e Majuj. Para o Islamismo são seres humanos descendentes de Adão e dotados de grande poder de maldade e causam grande corrupção na sociedade.
Nas lendas britânicas Gogue e Magogue são descritos como sendo gigantes. São considerados patronos da cidade de Londres e suas imagens são carregadas em procissão por ocasião do "Lord Mayor's Show" em homenagem ao prefeito da cidade. Tal tradição foi fundado pelo rei Henrique V no século XV. Há na Grã-Bretanha dois montes com os nomes de Gogue e Magogue próximos a Cambridge. Segundo reza as histórias locais, são a metamorfose dos gigantes Gog e Magog.
Na Irlanda, Gogue e Magogue aparecem no livro "Lebor Gabála Érenn" "O Livro das Invasões". Nesta obra, Magogue é considerado também filho de Jafé, que o fez ancestral dos irlandeses, além de progenitor dos citas e de diversas nações na Europa e na Ásia.
Percebe-se uma diferença na referência de Ezequiel 38 em relação à referência de Apocalipse 20:8. Em Ezequiel são identificados como um povo e uma região de seu domínio, enquanto em Apocalipse parecem tipificar um estado de rebelião contra Deus por parte de diversos povos. Isto indica, que, à semelhança dos povos descendentes de Gog e Magog que investirão contra Israel, outros povos também se associarão a eles na batalha final no norte de Israel pelo tempo da grande tribulação.
Gloria in excelsis Deo!

ESCATOLOGIA XIX

Dn. 2: 20 a 22 - "Disse Daniel: seja bendito o nome de Deus para todo o sempre, porque são dele a sabedoria e a força. Ele muda os tempos e as estações; ele remove os reis e estabelece os reis; é ele quem dá a sabedoria aos sábios e o entendimento aos entendidos. Ele revela o profundo e o escondido; conhece o que está em trevas, e com ele mora a luz."
O texto de abertura mostra que Deus é absolutamente soberano. A sabedoria e a força presumidas no homem, tem, na verdade, a origem n'Ele. É Ele quem leva ao trono os reis, como também os retira de lá. Ele determina as estações e os tempos em que cada evento acontece no universo. É Ele quem revela o que é invisível e imperceptível, o que é profundo e o oculto à mente humana. Por isso, em outro artigo se disse que o homem natural percebe com relativo entendimento as coisas, mas a revelação espiritual é dada apenas por Deus aos eleitos. Neste sentido, não se pretendeu estabelecer que os eleitos e regenerados sejam superiores aos homens naturais. A única distinção está na misericórdia e na graça do Altíssimo em conceder aos que Ele deseja, o conhecimento espiritual.
Pelas razões já expostas far-se-á um apanhado sobre determinados aspectos da escatologia que, ao longo dos tempos, tiveram percepções puramente humanas, por uns, e conhecimento revelado por outros.
A palavra escatologia tem sua origem no grego koinê, sendo proveniente de dois termos: 'eschatos' [εσχατος] = último, derradeiro e 'logueia' [λόγεια] = estudo, tratado, descrição. Trata-se, portanto, de um conhecimento elaborado a partir das revelações escriturísticas sobre as coisas do tempo final, ou do fim de uma era, época, ou sistema. Não se refere ao 'fim do mundo', como se afirma por aí sem critério algum. É, por assim dizer, uma doutrina que trata de eventos preordenados por Deus antes dos tempos eternos conforme Rm. 16:25b - "...conforme a revelação do mistério guardado em silêncio desde os tempos eternos..."
Os textos escatológicos não fazem referência ao "fim do mundo", mas sim ao fim de uma era 'aión' [αιών]. Mt. 24:3 - "E, estando assentado no Monte das Oliveiras, chegaram-se a ele os seus discípulos em particular, dizendo: dize-nos, quando serão essas coisas, e que sinal haverá da tua vinda e do fim do mundo?" Esta é uma das traduções errôneas da expressão 'syntéleia aión', que, em suma, quer dizer fim de uma época, era, sistema, ou período. A diferença consiste nas palavras 'aión' e 'kosmos', pois enquanto a primeira refere-se a uma era, a última faz referência à totalidade do mundo terreno. Também as palavras 'syntéleia' e 'telos' são, respectivamente, fim de um ciclo, e fim completo.
Desta forma as traduções mais próximas do texto original são aquelas que fazem referência ao fim de um tempo determinado. Pode-se falar em plenitude do tempo, consumação dos séculos, fim da era, fim desta época, conclusão desta época.
Na tradição judaica o fim de um ciclo é denominado de 'acharit hayamim' ou "fim dos dias". Segundo a crença do judaísmo alguns eventos indicam o fim desta fase da história da humanidade:
  1. Retorno maciço dos judeus à terra de Israel.
  2. Derrota final dos inimigos de Israel no vale do Meggido.
  3. Reconstrução do Templo de Salomão - Terceiro Templo - em Jerusalém e a restauração dos sacrifícios e serviços sacerdotais.
  4. Ressurreição dos mortos.
  5. Instalação do reino do Messias e restauração do Reino de Israel às suas fronteiras primitivas das doze tribos, com o julgamento e destruição de Gogue rei de Magogue.
Enfim, todas as religiões contemplam direta, ou indiretamente alguma forma de fim de uma era injusta, conflitos entre povos e nações, juízo final, e distinção da salvação dos justos e de condenação de injustos. Todas estas percepções são resultantes do início dos tempos quando o conhecimento profético foi passado a um reduzido número de pessoas, em um espaço geográfico bastante reduzido e de modo oral. Com o tempo os grupos humanos - etnias - foram se multiplicando e se espalhando ao longo dos continentes. As antigas tradições orais foram sendo alteradas e cada um criou o seu próprio sistema escatológico. No livro "O Fator Melquisedeque" é abordado este aspectos da convergência de certas verdades sobre a tradição original chamada Toledoth.
Gloria in excelsis Deo!

ESCATOLOGIA XVIII

Is. 46: 9 e 10 - "Lembrai-vos das coisas passadas desde a antiguidade; que eu sou Deus, e não há outro; eu sou Deus, e não há outro semelhante a mim; que anuncio o fim desde o princípio, e desde a antiguidade as coisas que ainda não sucederam; que digo: o meu conselho subsistirá, e farei toda a minha vontade."
A maneira de ler e perceber as Escrituras varia de acordo com a experiência espiritual, e não de acordo com o acervo cultural do leitor. Um leitor intelectualmente preparado lê e tira conclusões puramente ligadas ao conhecimento intelectivo, lógico e analítico. O leitor espiritual lê, recebe e internaliza o conhecimento recebido por revelação como verdade absoluta. É recorrente os críticos da religião em geral, e do cristianismo em particular, afirmarem que as Escrituras são o subproduto de elaborações e manipulações da igreja para manter o controle sobre os seus fieis a fim de lhes extorquir psicológica e financeiramente. De fato esta é a verdade que lhes apresenta pela percepção gnóstica, mas não a verdade pela percepção do espírito. Este não é o ensino do verdadeiro cristianismo, e muito menos, das Escrituras. Fato é que, via de regra, os não-regenerados não podem fazer distinção entre cristianismo nominal, a saber, a mera religião cristã histórica, do cristianismo bíblico que subsiste à margem do sistema religioso predominante.
Em se tratando da profecia escatológica, há muitas posições quanto ao tempo, o lugar, e a forma do seu cumprimento. Entretanto, as Escrituras não se curvam a estas posturas e visões humanistas. Acrescenta-se ainda, que os fatos enunciados pela profecia continuam se sucedendo lenta e gradativamente, confirmando cada previsão.
Ez. 39 - "Tu, pois, ó filho do homem, profetiza contra Gogue, e dize: assim diz o Senhor Deus: eis que eu sou contra ti, ó Gogue, príncipe e chefe de Meseque e Tubal; e te farei virar e, conduzindo-te, far-te-ei subir do extremo norte, e te trarei aos montes de Israel. Com um golpe tirarei da tua mão esquerda o teu arco, e farei cair da tua mão direita as tuas flechas. Nos montes de Israel cairás, tu e todas as tuas tropas, e os povos que estão contigo; e às aves de rapina de toda espécie e aos animais do campo te darei, para que te devorem. Sobre a face do campo cairás; porque eu falei, diz o Senhor Deus. E enviarei um fogo sobre Magogue, e entre os que habitam seguros nas ilhas; e saberão que eu sou o Senhor. E farei conhecido o meu santo nome no meio do meu povo Israel, e nunca mais deixarei profanar o meu santo nome; e as nações saberão que eu sou o Senhor, o Santo em Israel. Eis que isso vem, e se cumprirá, diz o Senhor Deus; este é o dia de que tenho falado. E os habitantes das cidades de Israel sairão, e com as armas acenderão o fogo, e queimarão os escudos e os paveses, os arcos e as flechas, os bastões de mão e as lanças; acenderão o fogo com tudo isso por sete anos; e não trarão lenha do campo, nem a cortarão dos bosques, mas com as armas acenderão o fogo; e roubarão aos que os roubaram, e despojarão aos que os despojaram, diz o Senhor Deus. Naquele dia, darei a Gogue como lugar de sepultura em Israel, o vale dos que passam ao oriente do mar, o qual fará parar os que por ele passarem; e ali sepultarão a Gogue, e a toda a sua multidão, e lhe chamarão o Vale de Hamom-Gogue. E a casa de Israel levará sete meses em sepultá-los, para purificar a terra. Sim, todo o povo da terra os enterrará; e isto lhes servirá de fama, no dia em que eu for glorificado, diz o Senhor Deus. Separarão, pois, homens que incessantemente percorrerão a terra, para que sepultem os que tiverem ficado sobre a face da terra, para a purificarem. Depois de passados sete meses, farão a busca; e quando percorrerem a terra, vendo alguém um osso de homem, levantar-lhe-á ao pé um sinal, até que os enterradores o enterrem no Vale de Hamom-Gogue. E também o nome da cidade será Hamona. Assim purificarão a terra. Tu, pois, ó filho do homem, assim diz o Senhor Deus: dize às aves de toda espécie, e a todos os animais do campo: Ajuntai-vos e vinde; ajuntai-vos de todos os lados para o meu sacrifício, que eu sacrifico por vós, sacrifício grande sobre os montes de Israel, para comerdes carne e beberdes sangue. Comereis as carnes dos poderosos e bebereis o sangue dos príncipes da terra, dos carneiros e dos cordeiros, dos bodes e dos novilhos, todos eles cevados em Basã. Comereis da gordura até vos fartardes, e bebereis do sangue até vos embebedardes, da gordura e do sangue do sacrifício que vos estou preparando.E à minha mesa vos fartareis de cavalos e de cavaleiros, de valentes e de todos os homens de guerra, diz o Senhor Deus. Estabelecerei, pois, a minha glória entre as nações, e todas as nações verão o meu juízo, que eu tiver executado, e a minha mão, que sobre elas eu tiver descarregado. E os da casa de Israel saberão desde aquele dia em diante, que eu sou o Senhor Deus. E as nações saberão que os da casa de Israel, por causa da sua iniquidade, foram levados em cativeiro; porque se houveram traiçoeiramente para comigo, e eu escondi deles o meu rosto; por isso os entreguei nas mãos de seus adversários, e todos caíram à espada. Conforme a sua imundícia e conforme as suas transgressões me houve com eles, e escondi deles o meu rosto. Portanto assim diz o Senhor Deus: agora tornarei a trazer Jacó, e me compadecerei de toda a casa de Israel; terei zelo pelo meu santo nome. E eles se esquecerão tanto do seu opróbrio, como de todas as suas infidelidades pelas quais transgrediram contra mim, quando eles habitarem seguros na sua terra, sem haver quem os amedronte; quando eu os tornar a trazer de entre os povos, e os houver ajuntado das terras de seus inimigos, e for santificado neles aos olhos de muitas nações. Então saberão que eu sou o Senhor seu Deus, vendo que eu os fiz ir em cativeiro entre as nações, e os tornei a ajuntar para a sua terra. Não deixarei lá nenhum deles; nem lhes esconderei mais o meu rosto; pois derramei o meu Espírito sobre a casa de Israel, diz o Senhor Deus."
O texto é narrativo e expõe os fatos resultantes da ação divina sobre os povos e nações envolvidas na invasão de Israel, sob a liderança de Gogue, ou seja, da Rússia. Os céticos que se dizem preteristas dizem que todas estas coisas já aconteceram no passado. Entretanto, não há nenhum registro de uma invasão a Israel vinda do extremo norte, comandada pela Rússia, envolvendo todos estes povos mencionados no texto, e da maneira descrita em seus detalhes claros.
Este texto mostra como Deus mesmo vai atuar, tanto no sentido de trazer as Nações contra Israel e, com isto, demonstrar perante todos os povos que Ele é Deus e que tudo quanto foi previsto acontecerá independentemente da vontade do homem. Há muitos preteristas que afirmam que tais fatos descritos ocorreram no passado. Todavia desafiamos estes pregadores de mentiras a que comprovem quando foi que algum império ou potência cercou Israel e foi derrotado da maneira descrita neste texto. Fato curioso é que nos últimos 10 anos biólogos israelenses descobriram na região de Meguido no centro-norte de Israel uma espécie de ave de rapina que bota dois ovos por dia. Estão se multiplicando assustadoramente em número. Será para que? Será que o banquete de carne descrito no texto é para breve?
Gloria in excelsis Deo!

sábado, outubro 29

ESCATOLOGIA XVII


Is. 46: 9 e 10 - "Lembrai-vos das coisas passadas desde a antiguidade; que eu sou Deus, e não há outro; eu sou Deus, e não há outro semelhante a mim; que anuncio o fim desde o princípio, e desde a antiguidade as coisas que ainda não sucederam; que digo: o meu conselho subsistirá, e farei toda a minha vontade."
O capítulo 38 de Ezequiel apresenta a ação vindicatória de Deus sobre os descendentes de Gogue, Tubal e Meseque. Também apresenta diversos povos que se associarão a eles para invadir Israel. Entretanto, deve-se tomar o cuidado de ver o texto pela perspectiva da soberania de Deus e não apenas pelas conjecturas humanas, pois quem vai colocar anzóis nas queixadas desses povos e conduzi-los contra Israel é o próprio Deus. Tais ações monergísticas são difíceis de serem compreendidas pelo homem que não tem experiência de nascimento do alto. Por exemplo, quem conduziu Jesus para o deserto para ser tentado por Satanás foi o Espírito Santo; quem escolheu Judas como apóstolo foi o próprio Jesus; quem conduziu todo o processo da crucificação e morte de Jesus foi o próprio Deus. Tudo faz parte de um "supremo propósito" para cumprir todos os desígnios d'Ele no Universo. Cabe aos seus eleitos e regenerados conhecer e guardar as verdades em silêncio, temor e tremor. Por outro lado, muitos religiosos se põem na perspectiva de ser professor e advogado de Deus. Isto é perfeitamente dispensável!
A motivação do coração do homem para a invasão está explicitada em Ez. 38:10 a 12 - "Assim diz o Senhor Deus: acontecerá naquele dia que terás altivos projetos no teu coração, e maquinarás um mau desígnio. E dirás: subirei contra a terra das aldeias não muradas; irei contra os que estão em repouso, que habitam seguros, habitando todos eles sem muro, e sem ferrolho nem portas; a fim de tomares o despojo, e de arrebatares a presa, e tornares a tua mão contra os lugares desertos que agora se acham habitados, e contra o povo que foi congregado dentre as nações, o qual adquiriu gado e bens, e habita no meio da Terra." Deus usa a ganância dos líderes dessas etnias envolvidas no confronto contra eles mesmos. O mesmo ocorreu a Faraó do Egito no episódio da libertação do povo hebreu: Deus não endureceu a faraó mais do que ele mesmo era duro. Os maus desígnios do coração do homem condenam o próprio homem, de sorte que, ainda que um anjo desça do céu e procure convencê-lo do contrário ele seguirá a sua natureza decaída. Os objetivos de Gogue, ou Rússia serão:
a) controle mundial;
b) interesses econômicos; e
c) posição estratégica.
A disposição e a preparação para a invasão está vaticinada e demonstrada em Ez. 38:7 - "Prepara-te, sim, dispõe-te, tu e todas as tuas companhias que se uniram a ti e serve-lhes tu de guarda." Gogue estará no comando de diversos povos nesta invasão ao Vale de Jisreel, no centro-norte de Israel. Esta confraria liderada por Rosh, ou Rússia será para invadir Israel.
O tempo da referida invasão é dado de modo indireto em Ez. 38:8 - "Depois de muitos dias serás visitado. Nos últimos anos virás à terra que é restaurada da guerra, e onde foi o povo congregado dentre muitos povos aos montes de Israel, que haviam estado desertos por longo tempo; mas aquela terra foi tirada dentre os povos, e todos os seus moradores estão agora seguros." Os sinais desse tempo são dados nas expressões: "depois de muitos dias" e "... no fim dos anos virás à terra que é restaurada da guerra e onde o povo foi congregado dentre muitos povos..." Todos sabem, que, após a invasão e destruição de Jerusalém por Roma, no ano 70 d.C., se passaram quase dois mil anos, sendo esta terra pisada por cruzados europeus, otomanos e árabes em guerras sangrentas. Finalmente, em 14 de Maio de 1948, pela diferença de um voto, a ONU votou a recriação do Estado de Israel, na Palestina, exatamente onde ele já havia existido como Reino de Israel. Os judeus foram, de fato, recongregados dentre todos os povos e nações após a II Guerra Mundial para retornar à sua antiga terra prometida. Da época da sua recriação até hoje, Israel enfrentou muitas guerras contra diversos países, isolados e conjuntamente. Venceu todas! Entretanto, esta vitória final não dependerá da capacidade bélica e operacional das forças de defesas israelenses, mas sim da intervenção de Deus. Assim se crê, assim se confessa!
Gloria in excelsis Deo!

ESCATOLOGIA XVI


Is. 46: 9 e 10 - "Lembrai-vos das coisas passadas desde a antiguidade; que eu sou Deus, e não há outro; eu sou Deus, e não há outro semelhante a mim; que anuncio o fim desde o princípio, e desde a antiguidade as coisas que ainda não sucederam; que digo: o meu conselho subsistirá, e farei toda a minha vontade."
Há determinados assuntos, que, a despeito de serem estritamente bíblicos, os religiosos os tomam para si, os interpretam e os transformam em tabus, crendices e práticas próprias. Para eles não importa o que as Escrituras dizem, irão invariavelmente lê-los conforme as suas mentes desejam. Alguns são capazes dos maiores malabarismos para fazer o texto sacro coincidir com o que creem. Isto inclui até mesmo a tradução dos originais, passando por cima da língua em que foram escritos. Cada tradutor traduz com base no seu sistema de crença, e não com base na fidelidade do texto. Por esta razão é que há inumeráveis versões da Bíblia. Caso os religiosos tomassem as Escrituras, de fato, como Palavra de Deus, e não como manual de religião, haveria uma única tradução sem erros.
No tocante à profecia como processo revelatório e originado em Deus, não é diferente. Cada religião, seita e crendice tenta forçar as suas exegeses para aquilo que defendem. Por isto há tantas correntes de interpretação, sendo algumas medíocres, tanto em sua extensão, como em seu conteúdo e sentido. Ora, as Escrituras afirmam solenemente que há um só Deus, um só Senhor, um só batismo e uma só fé. Isto põe termo a estas diversas e diferenciadas correntes de pensamentos.
Sabe-se que a profecia de Ezequiel, notadamente nos capítulos 38 e 39 faz referência ao confronto das forças comandadas pelo Anticristo contra todas as resistências ao seu governo mundial, bem como a luta das forças humanas contra Israel. Este é o que as Escrituras chama do tempo da provação de Jacó, e da revelação da soberania de Deus sobre povos e nações. Israel será absolutamente cercado por todos os lados e se achará totalmente isolado, sem ajuda e sem apoio de qualquer poder terreno. É deste contexto que se manifestará o Cristo, dando a prova final aos judeus do poder da promessa e da veracidade das profecias. Será um tempo de muita angústia, engano e traições. Ao que parece o cenário mundial atual converge rapidamente para esta realidade.

Ez. 38 - "
Veio a mim a palavra do Senhor, dizendo: filho do homem, dirige o teu rosto para Gogue, terra de Magogue, príncipe e chefe de Meseque e Tubal, e profetiza contra ele, e dize: Assim diz o Senhor Deus: eis que eu sou contra ti, ó Gogue, príncipe e chefe de Meseque e Tubal; e te farei voltar, e porei anzóis nos teus queixos, e te levarei a ti, com todo o teu exército, cavalos e cavaleiros, todos eles vestidos de armadura completa, uma grande companhia, com pavês e com escudo, manejando todos a espada; Pérsia, Cuche, e os de Pute com eles, todos com escudo e capacete; Gomer, e todas as suas tropas; a casa de Togarma no extremo norte, e todas as suas tropas; sim, muitos povos contigo. Prepara-te, sim, dispõe-te, tu e todas as tuas companhias que se reuniram a ti, e serve-lhes tu de guarda. Depois de muitos dias serás visitado. Nos últimos anos virás à terra que é restaurada da guerra, e onde foi o povo congregado dentre muitos povos aos montes de Israel, que haviam estado desertos por longo tempo; mas aquela terra foi tirada dentre os povos, e todos os seus moradores estão agora seguros. Então subirás, virás como uma tempestade, far-te-ás como uma nuvem para cobrir a terra, tu e todas as tuas tropas, e muitos povos contigo. Assim diz o Senhor Deus: acontecerá naquele dia que terás altivos projetos no teu coração, e maquinarás um mau desígnio. E dirás: subirei contra a terra das aldeias não muradas; irei contra os que estão em repouso, que habitam seguros, habitando todos eles sem muro, e sem ferrolho nem portas; a fim de tomares o despojo, e de arrebatares a presa, e tornares a tua mão contra os lugares desertos que agora se acham habitados, e contra o povo que foi congregado dentre as nações, o qual adquiriu gado e bens, e habita no meio da terra. Sabá, e Dedã, e os mercadores de Társis, com todos os seus leões novos, te dirão: vens tu para tomar o despojo? Ajuntaste o teu bando para arrebatar a presa, para levar a prata e o ouro, para tomar o gado e os bens, para saquear grande despojo? Portanto, profetiza, ó filho do homem, e dize a Gogue: assim diz o Senhor Deus: acaso naquele dia, quando o meu povo Israel habitar seguro, não o saberás tu? Virás, pois, do teu lugar, do extremo norte, tu e muitos povos contigo, montados todos a cavalo, uma grande companhia e um exército numeroso; e subirás contra o meu povo Israel, como uma nuvem, para cobrir a terra. Nos últimos dias hei de trazer-te contra a minha terra, para que as nações me conheçam a mim, quando eu tiver vindicado a minha santidade em ti, ó Gogue, diante dos seus olhos. Assim diz o Senhor Deus: Não és tu aquele de quem eu disse nos dias antigos, por intermédio de meus servos, os profetas de Israel, os quais naqueles dias profetizaram largos anos, que te traria contra eles? Naquele dia, porém, quando vier Gogue contra a terra de Israel, diz o Senhor Deus, a minha indignação subirá às minhas narinas. Pois no meu zelo, no ardor da minha ira falei: certamente naquele dia haverá um grande tremor na terra de Israel; de tal sorte que tremerão diante da minha face os peixes do mar, as aves do céu, os animais do campo, e todos os répteis que se arrastam sobre a terra, bem como todos os homens que estão sobre a face da terra; e os montes serão deitados abaixo, e os precipícios se desfarão, e todos os muros desabarão por terra. E chamarei contra ele a espada sobre todos os meus montes, diz o Senhor Deus; a espada de cada um se voltará contra seu irmão. Contenderei com ele também por meio da peste e do sangue; farei chover sobre ele e as suas tropas, e sobre os muitos povos que estão com ele, uma chuva inundante, grandes pedras de saraiva, fogo e enxofre. Assim eu me engrandecerei e me santificarei, e me darei a conhecer aos olhos de muitas nações; e saberão que eu sou o Senhor
."

O texto fala por si mesmo, entretanto, há necessidade de esclarecer alguns termos e significados para o efeito de contextualização. O profeta descreveu a sua visão de acordo com o conhecimento de povos e lugares do seu tempo. Porém, todos estes povos e lugares são perfeitamente contemporâneos.
  1. Magog, Tubal e Meseque são os descendentes de Jafé, filho de Noé, correspondem, respectivamente a:
  • Magog - é Mogul ou Mongólia, referindo-se aos povos de origem mongólica. A palavra 'Magog' provém de 'Mãntu' que significa terra ou região. Este era o nome antigo de todo o território ocupado pela Rússia, Mongólia e Europa Oriental. Neste sentido é uma referência à região, como também, ao povo que nela habita.
  • Tubal - é Tobolski nome de um povo primitivo que habitou desde a Sibéria até a região próxima ao Cáucaso. Corresponde hoje a diversos povos siberianos, tais como os chechenos e outros. É também uma referência ao nome da antiga capital da Sibéria chamada Tobolski, Tiberani, ou Tuberani.
  • Meseque - é Mosquis ou Moscovis que é o nome de um antigo povo que veio a dar origem ao nome da cidade de Moscou, a capital da Rússia ou Roshia.
2. Gog - significa trevas, cabeça, ou imperador. A significação mais adequada no texto ezequeliano é 'cabeça', 'líder' ou 'imperador' com sentido de comandante ou líder mundial de grande influência.
3. Rosh significa urso, Rússia, ou chefe com sentido de líder maior ou comandante em uma guerra. Esta mesma palavra em outros contextos pode ter significação diferente do que tem neste texto de Ezequiel. Aqui significa um país ou uma etnia que comandará uma batalha. É uma federação de povos sob o comando de um povo ou país.
4. Gomer antigo povo que deu origem aos Alemães, Poloneses, Tchecos e Eslovenos que são povos celtas e germanos.
5. Togarma é o nome dos povos primitivos que deram origem ao que é hoje a Armênia.
6. Cuxe ou Cuche povo cuxita descendente de Cão, filho de Noé, que deu origem ao que é hoje a Etiópia.
7. Pute povo primitivo e também descendente de Cão, e deu origem a Líbia e a Argélia ou Ludim.
8. Persas povos indo-europeus que deram origem ao atual Irã e outros povos.
Alguns outros aspectos desta invasão comandada por Rosh serão ainda levantado em outro estudo.
Gloria in excelsis Deo!

domingo, outubro 23

ESCATOLOGIA XV


Is. 46: 9 e 10 - "Lembrai-vos das coisas passadas desde a antiguidade; que eu sou Deus, e não há outro; eu sou Deus, e não há outro semelhante a mim; que anuncio o fim desde o princípio, e desde a antiguidade as coisas que ainda não sucederam; que digo: o meu conselho subsistirá, e farei toda a minha vontade."
A compreensão das Escrituras ocorre de duas formas: compreensão apenas intelectual e a compreensão espiritual. Esta última se dá por meio de revelação no espírito e não por sensorialidade. No primeiro caso, qualquer pessoa crente ou descrente pode obter muitos conhecimentos lendo as Escrituras, e isto, não lhe torna um cristão. Tal conhecimento pode até mudar e transformar muitas pessoas em seus modos de ver a vida e o mundo, porém apenas como cultura e 'modus vivendi'. No segundo caso, tal revelação liberta muitos eleitos para uma real e nova posição e relação com Cristo, mudando-os para sempre, ou seja, alterando o 'modus operandi'.
Há teólogos, estudiosos, religiosos e fanáticos que usam as Escrituras para diversos fins: ganhar dinheiro, satisfazer suas carências, escrever e defender suas teses, escarnecer de Cristo e do Cristianismo. Entretanto, o pior tipo de leitor das Escrituras é aquele que tenta estabelecer um outro fundamento sobre o já estabelecido por Cristo e os apóstolos. Muitos destes falsos mestres, insistem em adivinhar o "fim do mundo", o retorno de Cristo, saber quem é o Anticristo, etc. Alguns desses desinformatas já foram desmascarados e envergonhados ao longo da história. Cristo afirma em Mt. 24:36 que o dia e a hora da Sua vinda, ninguém sabe, a não ser o Pai.
A profecia de Daniel, em seu capítulo 7 esclarece um pouco mais sobre o desenrolar da história humana. Demonstra como Deus age na história para cumprir todos os seus desígnios eternos. Para compreender, basta ler o texto com atenção.
Dn. 7: 1 a 28 - "No primeiro ano de Belsazar, rei de Babilônia, teve Daniel, na sua cama, um sonho e visões da sua cabeça. Então escreveu o sonho, e relatou a suma das coisas. Falou Daniel, e disse: eu estava olhando, numa visão noturna, e eis que os quatro ventos do céu agitavam o Mar Grande. E quatro grandes animais, diferentes uns dos outros, subiam do mar. O primeiro era como leão, e tinha asas de águia; enquanto eu olhava, foram-lhe arrancadas as asas, e foi levantado da Terra, e posto em dois pés como um homem; e foi-lhe dado um coração de homem. Continuei olhando, e eis aqui o segundo animal, semelhante a um urso, o qual se levantou de um lado, tendo na boca três costelas entre os seus dentes; e foi-lhe dito assim: levanta-te, devora muita carne. Depois disto, continuei olhando, e eis aqui outro, semelhante a um leopardo, e tinha nas costas quatro asas de ave; tinha também este animal quatro cabeças; e foi-lhe dado domínio. Depois disto, eu continuava olhando, em visões noturnas, e eis aqui o quarto animal, terrível e espantoso, e muito forte, o qual tinha grandes dentes de ferro; ele devorava e fazia em pedaços, e pisava aos pés o que sobejava; era diferente de todos os animais que apareceram antes dele, e tinha dez chifres. Eu considerava os chifres, e eis que entre eles subiu outro chifre, pequeno, diante do qual três dos primeiros chifres foram arrancados; e eis que neste chifre havia olhos, como os de homem, e uma boca que falava grandes coisas. Eu continuei olhando, até que foram postos uns tronos, e um ancião de dias se assentou; o seu vestido era branco como a neve, e o cabelo da sua cabeça como lã puríssima; o seu trono era de chamas de fogo, e as rodas dele eram fogo ardente. Um rio de fogo manava e saía de diante dele; milhares de milhares o serviam, e miríades de miríades assistiam diante dele. Assentou-se para o juízo, e os livros foram abertos. Então estive olhando, por causa da voz das grandes palavras que o chifre proferia; estive olhando até que o animal foi morto, e o seu corpo destruído; pois ele foi entregue para ser queimado pelo fogo. Quanto aos outros animais, foi-lhes tirado o domínio; todavia foi-lhes concedida prolongação de vida por um prazo e mais um tempo. Eu estava olhando nas minhas visões noturnas, e eis que vinha com as nuvens do céu um como filho de homem; e dirigiu-se ao ancião de dias, e foi apresentado diante dele. E foi-lhe dado domínio, e glória, e um reino, para que todos os povos, nações e línguas o servissem; o seu domínio é um domínio eterno, que não passará, e o seu reino tal, que não será destruído. Quanto a mim, Daniel, o meu espírito foi abatido dentro do corpo, e as visões da minha cabeça me perturbavam. Cheguei-me a um dos que estavam perto, e perguntei-lhe a verdadeira significação de tudo isso. Ele me respondeu e me fez saber a interpretação das coisas. Estes grandes animais, que são quatro, são quatro reis, que se levantarão da Terra. Mas os santos do Altíssimo receberão o reino e o possuirão para todo o sempre, sim, para todo o sempre. Então tive desejo de conhecer a verdade a respeito do quarto animal, que era diferente de todos os outros, sobremodo terrível, com dentes de ferro e unhas de bronze; o qual devorava, fazia em pedaços, e pisava aos pés o que sobrava; e também a respeito dos dez chifres que ele tinha na cabeça, e do outro que subiu e diante do qual caíram três, isto é, daquele chifre que tinha olhos, e uma boca que falava grandes coisas, e parecia ser mais robusto do que os seus companheiros. Enquanto eu olhava, eis que o mesmo chifre fazia guerra contra os santos, e prevalecia contra eles, até que veio o ancião de dias, e foi executado o juízo a favor dos santos do Altíssimo; e chegou o tempo em que os santos possuíram o reino. Assim me disse ele: o quarto animal será um quarto reino na Terra, o qual será diferente de todos os reinos; devorará toda a Terra, e a pisará aos pés, e a fará em pedaços. Quanto aos dez chifres, daquele mesmo reino se levantarão dez reis; e depois deles se levantará outro, o qual será diferente dos primeiros, e abaterá a três reis. Proferirá palavras contra o Altíssimo, e consumirá os santos do Altíssimo; cuidará em mudar os tempos e a lei; os santos lhe serão entregues na mão por um tempo, e tempos, e metade de um tempo. Mas o tribunal se assentará em juízo, e lhe tirará o domínio, para o destruir e para o desfazer até o fim. O reino, e o domínio, e a grandeza dos reinos debaixo de todo o céu serão dados ao povo dos santos do Altíssimo. O seu reino será um reino eterno, e todos os domínios o servirão, e lhe obedecerão. Aqui é o fim do assunto. Quanto a mim, Daniel, os meus pensamentos muito me perturbaram e o meu semblante se mudou; mas guardei estas coisas no coração."
Sucintamente tem-se que:
1) Império Babilônico conforme o versículo 4 - Leão com asas de águia. É uma referência alegórica à rapidez e astúcia que conquistavam outros povos.
2) Império Persa conforme o verso 5 - Urso com costelas na boca. É uma referência alegórica do modo feroz e devorador das suas conquistas.
3) Império Grego conforme o verso 6 - Leopardo com quatro asas. É uma referência alegórica de como os greco-macedônios expandiam e dominavam os povos.
4) Império Romano conforme o verso 7 - Animal diferente com dentes de ferro e dez chifres. Referência alegórica de como os romanos expandiam e dominavam os povos vencidos com suas leis e legiões.
5) Nações de ascendência ou origem romana conforme o verso 8 - Animal que surge dos dez. Referência alegórica dos povos de origem latina, ou seja, do povo romano.
6) Referência ao Anticristo conforme o verso 20 - referência ao Império Romano redivivo e formado por nações de origem latina, liderado por um poderoso político. Alguns dizem que é da União Europeia que surgirá esta organização econômico-política. O mais prudente é esperar os acontecimentos para que as revelações se mostrem claras.
A profecia mostra que o Anticristo prosperará por três anos e meio (um tempo, tempos, e metade de um tempo), que os eleitos serão entregues a ele e sofrerão muitas coisas. Entretanto, o texto termina mostrando como o Cristo virá ao mundo, julgará as nações, subjugará os domínios do Anticristo, e estabelecerá o seu Reino Sempiterno. É importante ressaltar que o profeta teve a visão, mas a interpretação foi-lhe dada por um anjo.
Gloria in excelsis Deo!