II Pd. 1: 19 a 21 - "E temos ainda mais firme a palavra profética à qual bem fazeis em estar atentos, como a uma candeia que alumia em lugar escuro, até que o dia amanheça e a estrela da alva surja em vossos corações; sabendo primeiramente isto: que nenhuma profecia da Escritura é de particular interpretação. Porque a profecia nunca foi produzida por vontade dos homens, mas os homens da parte de Deus falaram movidos pelo Espírito Santo."
Feitas as devidas abordagens, em artigos anteriores, de algumas profecias veterotestamentárias, passa-se doravante à profecia apocalíptica. Muitos têm este último livro do cânon sagrado como difícil, complexo, e incompreensível. Entretanto, o que falta é a revelação do "supremo propósito" de Deus ao enviá-lo ao apóstolo João, por meio do anjo do Senhor Jesus. A primeira regra para conhecer a profecia apocalíptica é saber que o Apocalipse é um livro de revelações, portanto, deve cumprir tal finalidade. Ninguém que intenta revelar algo, faz deste ato uma ação obscura, confusa e incompreensível. Entretanto, os eventos dispostos no Apocalipse, só se desvendam na medida em que chega o tempo em que irão acontecer. Enquanto não chega o momento deste evento, tem-se apenas a informação que ele ocorrerá. Os eventos tornam a revelação confirmada ou rejeitada, visto que a torna verídica ou inverídica.
O primeiro passo a ser considerado é que o Apocalipse é a revelação de Jesus Cristo, e não apenas revelações feitas por Cristo a respeito de eventos futuros. É Jesus, o Cristo que está sendo revelado no livro. Uma vez desvendada a Sua sublime pessoa, todas as demais coisas se desvendam. Por isto, o porquê do texto de Ap. 1: 1 e 2 - "Revelação de Jesus Cristo, que Deus lhe deu para mostrar aos seus servos as coisas que brevemente devem acontecer; e, enviando-as pelo seu anjo, as notificou a seu servo João; o qual testificou da palavra de Deus, e do testemunho de Jesus Cristo, de tudo quanto viu." A sequência é: Deus dá a revelação a Jesus Cristo, Ele a envia aos seus eleitos e regenerados, por meio de Seu anjo, tendo sido recebida pelo apóstolo João, quando do seu desterro na ilha de Patmos devido a perseguição do imperador romano. Esta é, portanto, a razão porque muita gente não compreende as profecias apocalípticas, a saber, não são servos. Apenas os servos do Senhor Jesus Cristo podem compreender a Sua revelação, ou desvendamento.
A palavra apocalipse provém do grego koinê 'apokalypsis' [αποκάλυψις], a qual significa 'desvendamento', ou 'retirar o véu'. O capítulo um é a chave mestra para a compreensão de todos os demais capítulos precisamente porque descreve Jesus, o Cristo em todos os seus aspectos. O livro possui uma estrutura perfeitamente organizada pela economia divina, no sentido de dar coerência e coesão a tudo quanto se pretende revelar. Sucintamente a estrutura do livro apocalíptico é dada em quadros, como se fossem 'sketches' em uma apresentação cênica de sete atos, tal como segue:
- Primeira Seção - apresenta Cristo e suas qualificações como o salvador, a saber: profeta, sacerdote, juiz e rei. Abrange o capítulo um.
- Segunda Seção - apresenta a Igreja, agente de Deus na redenção do pecador, estendendo-se do pentecostes ao arrebatamento. Abrange os capítulos 2 e 3.
- Terceira Seção - apresenta a organização dos eleitos e santificados no céu prontos para participar da execução dos juízos de Deus sobre a Terra, estendendo-se do arrebatamento ao retorno do Grande Rei. Abrange os capítulos 4 a 11.
- Quarta Seção - apresenta os acontecimentos na Terra, descrevendo os eleitos e regenerados no período da tribulação, sendo perseguidos pelo Anticristo. É a preparação para a batalha do Armagedom. Estende-se do arrebatamento ao retorno visível do Grande Rei. Abrange os capítulos 12 a 16.
- Quinta Seção - apresenta a Igreja de Satanás na Terra, como ele opera no seu reino de trevas com aparência de verdade. Também se estende do arrebatamento ao retorno do Grande Rei. Abrange os capítulos 17 e 18.
- Sexta Seção - apresenta o "Reino Milenar", quando Satanás será amarrado e preso por mil anos. Cristo e seus eleitos e santificados reinam durante os mil anos, restaurando a ordem de todas as coisas. Estende-se do retorno do Grande Rei ao fim dos mil anos e abrange os capítulos 19 e 20.
- Sétima Seção - apresenta a "Cidade Santa", a nova Jerusalém que desce do céu, o lar eterno dos redimidos e imortais. Será o centro de comando do Universo, porque o Grande Rei governará a partir dela. Estende-se do fim dos mil anos por toda a eternidade e abrange os capítulos 21 e 22.
Gloria in excelsis Deo!
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