segunda-feira, junho 15

LIVRE-ARBÍTRIO, UM FALSO "DEUS" ENTRONIZADO NO FALSO CRISTIANISMO

Jo. 8: 31 a 34 - "Dizia, pois, Jesus aos judeus que nele creram: se vós permanecerdes na minha palavra, verdadeiramente sois meus discípulos; e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará. Responderam-lhe: somos descendentes de Abraão, e nunca fomos escravos de ninguém; como dizes tu: sereis livres? Replicou-lhes Jesus: em verdade, em verdade vos digo que todo aquele que comete pecado é escravo do pecado. Ora, o escravo não fica para sempre na casa; o filho fica para sempre. Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres."
'Livre-arbítrio' ou 'livre-alvedrio' em Filosofia é a possibilidade de o homem decidir e escolher em função da própria vontade isenta de qualquer condicionamento, necessidade, motivo ou causa determinante. Bem, neste caso, esta possibilidade só se aplica a Deus, porque só ele é onipotente, onisciente e onipresente. Implica em que apenas Deus se basta a si mesmo. Ele não sofre qualquer motivo condicionante ou causa determinante externa à  sua vontade. Deus é Soberano, portanto, nada, nem ninguém além d'Ele próprio pode determinar ou gerar uma necessidade que o determine fazer ou deixar de fazer algo. 
Discutiu-se à exaustão o livre-arbítrio nas décadas de 1950 e 1960, pelos existencialistas. Após esta época, o Existencialismo entrou em crise, visto que seus pensadores se depararam com o mal moral na sociedade. Não acharam uma saída para justificar o livre-arbítrio ou livre-alvedrio. Esta realidade está posta no Mito de Sísifo de Albert Camus. Esta é uma questão de natureza dada ao homem. Não é possível fazer escolhas absolutamente livres. Quando não se pode escolher livremente, também não se pode julgar ou arbitrar livremente. Logo, ninguém é absolutamente livre ou autônomo. Toda escolha é condicionada a uma necessidade determinante.
A doutrina do livre-arbítrio procede de um ensino muito antigo e anterior ao próprio Cristianismo. Trata-se do Gnosticismo, a saber, a crença que a gnose é capaz de estabelecer, no homem, a capacidade de decidir e escolher autonomamente. O objetivo dessa doutrina era e ainda é afirmar que o homem é o seu próprio 'deus'. Já no primeiro século da Era Cristã, tal doutrina penetrou na Igreja Primitiva por meio do Helenismo. Nos escritos do apóstolo Paulo percebe-se que ele combateu este ensino disseminado pelos cínicos, epicureus, céticos, ecléticos, estoicos, hedonistas, cerintianistas e arianistas.
O Cinismo foi fundado por Antístenes, discípulo de Sócrates, em Atenas por volta de 400 a. C. A essência desta escola filosófica foi o desprezo àquilo que a sociedade dominante considera valor e valorização da simplicidade do viver. Diógenes foi a expressão máxima do cinismo. Atribui-se a ele a seguinte máxima: faço festa aos que me dão alguma coisa, lato contra os que não me dão nada e mordo os celerados.”
O Epicurismo foi fundado por Epicuro que viveu entre 341 e 271 a. C. Esta escola ensinava a busca do prazer, porém como uma fuga da dor e não como entrega às paixões. Para os epicureus, a busca pelo prazer é uma virtude, pois viam a dor como o mal. O prazer, neste caso, ocorre quando o homem supera as paixões. Ou seja, o importante é se sentir bem e feliz. Acaso não é este o modo de pensar de diversas pessoas ainda hoje?
O Ceticismo foi fundado por Pirro no século IV a. C. Tal escola ensinava que a sabedoria consiste em buscar o conhecimento e não a verdade. Para os céticos as coisas “são igualmente sem diferença, sem estabilidade, indiscriminadas; logo nem nossas sensações nem nossas opiniões são verdadeiras ou falsas.” Este pensamento persistiu até o século VII d. C. E, de certa forma, ainda é bastante persistente na natureza humana.
O Ecletismo não teve um fundador específico, mas aglutinava um conjunto de pensadores na Grécia Antiga. Os ecléticos opunham-se aos céticos e afirmavam que a verdade não se limita a um sistema filosófico apenas. Para os ecléticos o desacordo dos filósofos deve-se ao fato que, não podendo a fraca mente humana abarcar toda a verdade com um só olhar, um filósofo limita a sua investigação a um aspecto e outro filósofo a outro aspecto. Assim, estudando aspectos diferentes da realidade é natural que cheguem a conclusões diferentes. Por isso, para se chegar a uma compreensão adequada das coisas, não se deve confiar em um só filósofo, mas é necessário reunir as conclusões das pesquisas dos melhores entre eles.
O Estoicismo foi fundado por Zenão de Cicio, o qual viveu entre 335 a 264 a. C. Esta escola caracterizou-se por pregar grande austeridade no modo de viver. Para os estoicos a vida de um homem sábio deve ser pautada por uma ética de imperturbabilidade, anulação das paixões e resignação diante do destino. Exerceu grande influência na ética cristã por muitos séculos. 
O Cerintianismo fundado por Cerinto, um gnóstico judeu do 1º século d. C. foi apontado pelos cristãos primitivos como sendo uma heresia. Ele negava a divindade de Cristo, e, também, que Deus fosse o criador do mundo físico. Cerinto ensinou numa época em que a relação do Cristianismo com o Judaísmo e com a Filosofia grega não estavam ainda muito claras.
O Arianismo foi fundado pelo bispo Ário presbítero de Antioquia. O arianismo era antitrinitariano, ou seja, negava que Deus fosse três pessoas distintas e negava a divindade de Cristo. Santo Atanásio combateu o arianismo como heresia, tendo sido o único até que se provou estar com a verdade. Atanásio usou o seguinte argumento: "Deus só é o pai, porque é o pai do Filho." Parece simplista, mas é altamente lógico, visto que todos os outros homens são apenas criaturas de Deus e não filhos.
O elemento Gnóstico de todas estas escolas filosóficas consiste em que o homem deve buscar e crer que pode estabelecer padrões comportamentais ou morais em busca da verdade. Entende-se verdade, do ponto de vista filosófico, como encontrar a felicidade e o bem-estar. Não a redenção da natureza contaminada pelo pecado e seus consequentes atos pecaminosos. De todos estes pensamentos, conclui-se que o 'modus vivendi' e o 'modus operandi' da sociedade moderna apresenta um pouco de cada um deles. Tais ideias gnósticas foram sendo incorporadas lenta e gradativamente em diversos setores da vida, chegando até os púlpitos das igrejas cristãs nominais da atualidade. 
O texto que abre este estudo é uma resposta ao livre arbítrio como uma crença ou crendice desprovida de fundamentos espirituais. Ao dizer aos líderes religiosos que "todo aquele que comete pecado é escravo do pecado", Jesus, o Cristo colocou todos debaixo da impossibilidade de fazer escolhas livres. Quem é escravo da natureza pecaminosa não é livre, se não é livre, não pode fazer escolhas livres. O que a maioria das pessoas confunde é que, escolhas naturais ou mecânicas que o homem pode fazer, não são escolhas espirituais. São escolhas apenas funcionais. Estas são apenas mecanismos funcionais para protegê-lo e garantir-lhe sobrevivência no mundo contaminado pelo mal. A alma decaída ilude o homem sobre ter autonomia para escolher, inclusive, escolher rejeitar a graça de Deus. Ora, quando alguém rejeita a Graça e a Misericórdia de Deus é porque não pode recebê-las. Não pode receber, porque está morto espiritualmente e não porque decidiu não recebê-las. Isto é confirmado em Rm. 3: 10 e 11. A gravura ilustrativa desta página mostra uma vaca sendo conduzida ao matadouro. Ela pode escolher entre a entrada à sua direita ou à sua esquerda, porém, ambas conduzem-na para o abatedouro. Por exemplo, qual o nível de escolha do homem sobre a certeza da morte? 
Diante do exposto, algum legalista poderia dizer: mas a Bíblia fala sobre livre arbítrio. Não, na verdade, não fala. São os exegetas de meia boca que tomam dos textos bíblicos e os transformam nesta falsa doutrina. Os tais citam, por exemplo, Dt. 30:19 - "O céu e a Terra tomo hoje por testemunhas contra ti de que te pus diante de ti a vida e a morte, a bênção e a maldição; escolhe, pois, a vida, para que vivas, tu e a tua descendência." O texto faz referência ao povo de Israel, quando retornava do cativeiro de 430 anos no Egito. Logo, não se trata de um texto soteriológico, mas de um texto histórico de Israel na "terra prometida." Este é o perigo de usar textos históricos como espirituais e vice-versa. A própria História de Israel mostra que, na maior parte das vezes, o povo escolheu o erro e a destruição. Não se trata de escolha espiritual, mas de escolhas naturais, morais e de sobrevivência no mundo. E, até estas escolhas, são sempre condicionadas pelas necessidades e pelos determinantes da natureza decaída e pecaminosa.
O desejo que foi inoculado no homem por Satanás persiste em sua alma até que este seja justificado em Cristo. O fundamento está em Gn. 3: 4 e 5 - "Disse a serpente à mulher: certamente não morrereis. Porque Deus sabe que no dia em que comerdes desse fruto, vossos olhos se abrirão, e sereis como Deus, conhecendo o bem e o mal." Esta é, pois, a origem do livre arbítrio, uma ilusão colocada no coração do homem que o levou à corrupção, decadência e ruína. Foi para reconciliá-lo e justificá-lo que Jesus, o Cristo se tornou homem, morreu e ressuscitou. Enquanto o portador da natureza decaída não crer que foi incluído na morte de Cristo, não possui qualquer compreensão do que seja o livre-arbítrio. Possui, apenas a ilusão de que pode fazer escolhas livres. Tais escolhas, são, de fato, o que se chama de servo-arbítrio, porque são condicionadas à natureza escravizada pelo pecado. Por esta razão Cristo disse aos iludidos com a falsa autonomia: "... conhecereis a verdade e a verdade vos libertará."
Sola Gratia!

quinta-feira, junho 11

SEM REVELAÇÃO NÃO HÁ CONHECIMENTO DE DEUS

Mt. 16: 13 a 17 - "Tendo Jesus chegado às regiões de Cesaréia de Felipe, interrogou os seus discípulos, dizendo: quem dizem os homens ser o Filho do homem? Responderam eles: uns dizem que é João, o Batista; outros, Elias; outros, Jeremias, ou algum dos profetas. Mas vós, perguntou-lhes Jesus, quem dizeis que eu sou? Respondeu-lhe Simão Pedro: tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo. Disse-lhe Jesus: bem-aventurado és tu, Simão Barjonas, porque não foi carne e sangue que to revelou, mas meu Pai, que está nos céus."
Revelação é um substantivo feminino que traz as seguintes significações: 1. Ato ou efeito de revelar(-se). 2. Entre os cristãos, ação divina que comunica aos homens os desígnios de Deus e a verdade que estes envolvem, sobretudo através da palavra consignada nos livros sagrados. 3. A doutrina religiosa revelada, por oposição àquela a que se chega pela razão apenas.  
É necessário esclarecer que há diversas acepções para o substantivo revelação. Entretanto, a que importa neste estudo, é aquela que se relaciona ao desvendamento das Escrituras ao espírito humano. Revelação, no sentido aqui tratado, não é apenas o saber ou o conhecimento cognitivo acerca dos textos sacros. Trata-se de um conhecimento dado pelo Espírito Santo conforme Jo. 16:13. Logo, nada tem a ver com conhecimento hermético, ou seja, hermetismo ou hermeticismo que é o estudo e a prática da filosofia ocultista e da magia associados a escritos atribuídos a Hermes Trismegisto. Este tal Hermes Trimegisto é uma falsa deidade sincrética que combina aspectos do 'deus' grego Hermes e do 'deus' egípcio Thoth. De fato, tal divindade nunca existiu, sendo apenas um homem que se auto-proclamava 'deus'.
O simples saber acerca da existência de Deus, de religião, de Jesus, o Cristo, da Bíblia ou de qualquer misticismo, nada tem a ver com revelação espiritual. O mero saber acerca das realidades espirituais não torna uma pessoa espiritualizada e espiritual. No máximo, a torna espiritista, a saber, praticante de cultos ou crenças em espíritos. As Escrituras não tratam dessa natureza de crença, porque não são ensinos procedentes de Deus. 
Então a quem é destinada a verdadeira revelação? A natureza da verdadeira revelação é dada àqueles cujos espíritos, antes mortos para Deus, agora foram vivificados por meio da inclusão da sua morte, na morte de Cristo. Isto é doutrinado em Ef. 2: 5 e 6 - "... estando nós ainda mortos em nossos delitos, nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos), e nos ressuscitou juntamente com ele, e com ele nos fez sentar nas regiões celestes em Cristo Jesus ..." Este processo é denominado, no Novo Testamento, de "novo nascimento." Isto está ensinado em diversas partes das Escrituras, como por exemplo, em I Co. 15:22 - "Pois como em Adão todos morrem, do mesmo modo em Cristo todos serão vivificados." Obviamente que os 'todos" vivificados em Cristo, não são todos os homens. São aqueles todos conhecidos de antemão, predestinados, chamados, justificados e glorificados conforme Rm. 8: 29 e 30.
A revelação é, antes de tudo, uma ação monérgica, ou seja, ação direta e irrevogável de Deus. Um dos casos que retrata a verdadeira revelação é citado no texto que abre este estudo. Verifica-se no referido texto que, após a interrogação de Jesus, os discípulos responderam de acordo com o que haviam ouvido: "... uns dizem que és João, o batista, outros Elias, outros Jeremias ou mesmo algum dos profetas." Vê-se que se trata de um saber difuso e conseguido por meio meio do senso comum ou pela mão de terceiros. Não havia a revelação única e de origem divina. Eram apenas opiniões de acordo com as percepções humanas e a lógica do senso comum. 
Observa-se que Pedro confessou exatamente quem era Jesus, porque isto não foi o resultado da sua concepção ou percepção almática. Foi-lhe dado como revelação espiritual. Quem diz isto é o próprio Jesus, o Cristo: "Disse-lhe Jesus: bem-aventurado és tu, Simão Barjonas, porque não foi carne e sangue que to revelou, mas meu Pai, que está nos céus." A revelação almática, ou seja, da carne e do sangue é aquela elaborada segundo a percepção da alma, dos conhecimentos analíticos e comparativos do próprio homem. É um saber intuitivo e fundamentado na lógica material ou percebida pelo intelecto humano. 
Jo. 17:26 - "... e eu lhes fiz conhecer o teu nome, e lho farei conhecer ainda; para que haja neles aquele amor com que me amaste, e também eu neles esteja." Neste texto, Jesus, o Cristo afirma que ele fez os discípulos conhecer o nome de Deus. Não se trata aqui de um conhecimento intelectual do nome próprio de Deus, mas do conhecimento do ser d'Ele. Não é como Deus se chama, mas de quem ele é. É este conhecimento que liberta conforme Jo. 8:32 - "e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará." Não se trata apenas de uma libertação de erros, fraquezas e delitos praticados pelo homem, mas a libertação de quem o homem é sem a vida de Cristo. Sem Cristo, o homem é decaído, ou seja, morto para Deus.
Ap. 1:1 - "Revelação de Jesus Cristo, que Deus lhe deu para mostrar aos seus servos as coisas que brevemente devem acontecer; e, enviando-as pelo seu anjo, as notificou a seu servo João." Neste contexto, não se trata apenas de uma sequência acerca de eventos que aconteciam, e iriam acontecer, mas da revelação da pessoa de Jesus, o Cristo. Ao ler todo o capítulo 1 de Apocalipse fica muito claro que se trata da demonstração de quem é ele. Deus mostrou a Cristo o que ele é, o que fez, e o que faria e, este, mostrou aos seus servos, por meio do anjo que as notificou a João, que as escreveu para registro às novas gerações.
Em alguns segmentos do cristianismo nominal ou histórico há algumas pessoas que se autodenominam profetas. Reivindicam para si determinados dons espirituais. Entretanto, sempre buscam ou se autoproclamam portadoras apenas dos dons que lhes confere notoriedade. Nenhum tem o dom de cuidar dos necessitados. O pior, neste caso, é o fato de estas pessoas enganadas se posicionarem como os portadores de um conhecimento esotérico. É como se apenas eles fossem os iluminados aos quais Deus faz alguma revelação exclusiva. Ora, toda a revelação de Deus já foi compendiada. Isto está doutrinado claramente em Hb. 1:1 - "Havendo Deus antigamente falado muitas vezes, e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, nestes últimos dias a nós nos falou pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas, e por quem fez também o mundo."
Sola Scriptura!

domingo, maio 31

LUZ OU TREVAS?

Mt. 6: 22 e 23 - "A candeia do corpo são os olhos; de sorte que, se os teus olhos forem bons, todo teu corpo terá luz; se, porém, os teus olhos forem maus, o teu corpo será tenebroso. Se, portanto, a luz que em ti há são trevas, quão grandes são tais trevas!"
O senso comum leva a maioria das pessoas ao entendimento de que luz é algo místico. Concluem estas mesmas pessoas que alguns são portadores desse tipo de luz, a saber poder sobrenatural. Imagina-se, erroneamente, que se trata de um dom concedido pelas forças do além a seres especiais. Esta visão foi imposta pela cultura e doutrina gnóstica, a qual se infiltrou no cristianismo histórico desde o primeiro século da era comum. Que algumas pessoas possuem certas habilidades é verdade, porém, são apenas poderes latentes da alma. Nada a ver com Deus ou qualquer outro ser do mundo espiritual.
No entanto, já foi dito que luz, é, em sentido denotativo, um fenômeno físico da esfera da óptica; e, no sentido conotativo, é conhecimento da esfera espiritual e apenas concernente a Deus. Aparece, tanto no velho, quanto no novo testamento, significando o conhecimento de Deus e do seu Filho Unigênito e Primogênito dentre os mortos. Conhecer Deus é um processo posterior a experiência do novo nascimento. Antes dessa experiência, o que ocorre é apenas uma espécie de saberes ou informações acerca de Deus, Jesus, Bíblia, Religião etc. Saber acerca de algo ou alguém não significa o real conhecimento destes. No Novo Testamento há duas palavras distintas para 'saber' e para 'conhecer'. Saber é [εἰδέναι] que transliterado para caracteres latinos é 'eidenai'. Enquanto, conhecer é [γινώσκεινque transliterado grafa-se 'gnoskein.' Por exemplo, em Mt. 26:70, Pedro, ao ser questionado sobre pertencer ao grupo de Jesus disse: "... não sei o que dizes." Neste caso, Pedro utilizou-se do verbo saber, no sentido de não ter informações ou saber nada sobre Jesus, o Cristo. Por outro lado, quando Jesus foi confrontado pelos religiosos em Jo. 5:42, Jesus disse-lhes: "... mas bem vos conheço, que não tendes em vós o amor de Deus.
Grande parte das pessoas é levada para o seio de uma ou outra crença por razões emocionais ou pressionada pelas circunstâncias da vida. Por esta razão tem apenas um saber informativo e superficial sobre questões espirituais. Com o tempo estas pessoas começam a sentir-se de uma das duas formas: a) acomodadas, porque não querem sair da zona de conforto, tradições familiares, relações sociais e aceitação pessoal; b) incomodadas, inquietas e insatisfeitas, porque não veem qualquer progresso em suas vidas. Não vivenciam aquilo que leem nas Escrituras. Seus erros, fraquezas e deslizes as confrontam com o padrão bíblico de espiritualidade e verdade. Em ambos os casos tal pessoa é apenas um religioso que, por vezes, torna-se cínico e legalista; por vezes, torna-se faccioso, crítico e juiz dos outros. Neste ponto, tais religiosos, ficam pulando de crença em crença em busca de paz e solução de seus dramas almáticos.
O texto que abre esta instância de estudos é o mesmo registrado no evangelho de Lucas do estudo anterior. A diferença é que Mateus captou um pouco mais o que Jesus ensinava. O ensino é que, se a pessoa é nascida de novo e vê pelas lentes da verdade, tanto faz para as circunstâncias estarem boas ou ruins. Tudo estará sendo visto pela ótica da vida de Cristo que nela está. Por outro lado, se a pessoa não é nascida do alto, tudo o que ela percebe, vê e sente será tenebroso, ruim e desagradável. Estará sendo guiada apenas pela luz própria.
Jesus, o Cristo termina o seu ensino afirmando que, se a pessoa subsiste apenas com a sua luz, está de fato em grandes trevas. Ora, isto se dá pelo fato de a luz própria do homem não tem qualquer relação com a luz procedente de Deus. A natureza pecaminosa desliga o homem natural de Deus. Tal pessoa é conduzida pela alma, e, portanto, age pela luz almática. Por esta razão se tornam altamente sensíveis às circunstâncias. Esta é a razão de tantas pessoas serem bipolares, infelizes e chatas. Elas mesmas não se suportam, consequentemente, não suportam mais ninguém. Não fossem as amarras da lei e os contra-pesos da sociedade, a humanidade já teria praticado auto-extinção.
Jo. 1: 1 a 5 - "No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e sem ele nada do que foi feito se fez. Nele estava a vida, e a vida era a luz dos homens; a luz resplandece nas trevas, e as trevas não prevaleceram contra ela." Este texto explica e esclarece a origem da luz verdadeira que não é um fenômeno físico, nem uma sensação mística, mas uma pessoa. O verbo é uma referência à Cristo como o verbalizador ou a palavra de Deus que se comunica com a humanidade. Vê-se que o Verbo é o próprio Deus. A vida de Cristo é eterna e perfeita, portanto é luz, a saber, conhecimento puro, pleno e perfeito de Deus. Cristo se encarnou no homem histórico Jesus para que a Palavra de Deus fosse comunicada ao homem decaído e morto para Ele. 
Jo. 9: 4 e 5 - "Importa que façamos as obras daquele que me enviou, enquanto é dia; vem a noite, quando ninguém pode trabalhar. Enquanto estou no mundo, sou a luz do mundo." O ensino é literal. Cristo é a própria luz, ou seja, ele mesmo é o conhecimento que alguém pode obter de Deus. 
Desta forma, o texto de abertura termina dizendo: "se, portanto, a luz que em ti há são trevas, quão grandes são tais trevas!" A mensagem é que, se você é guiado por seu próprio entendimento sobre a verdade, você está nas trevas, porque o homem natural possui apenas o saber e não o conhecimento de Deus. Então, o Cristo maximiza, dizendo que, neste caso, são grandes trevas.
Sola Scriptura!

sexta-feira, maio 29

QUE LUZ HÁ EM TI?

Lc. 11: 33 a 36 - "Ninguém, depois de acender uma candeia, a põe em lugar oculto, nem debaixo do alqueire, mas no velador, para que os que entram vejam a luz. A candeia do corpo são os olhos. Quando, pois, os teus olhos forem bons, todo o teu corpo será luminoso; mas, quando forem maus, o teu corpo será tenebroso. Vê, então, que a luz que há em ti não sejam trevas. Se, pois, todo o teu corpo estiver iluminado, sem ter parte alguma em trevas, será inteiramente luminoso, como quando a candeia te alumia com o seu resplendor.
Luz é um fenômeno físico do campo da óptica, enquanto fenômeno natural ou artificial. É o único fenômeno que não pode ser poluído por qualquer outro fenômeno. Hoje sabe-se que a luz possui comportamento duplo: é onda e é partícula. A luz é, portanto, um fenômeno eletromagnético e se propaga no espaço, segundo a física einsteniana, a 300.000 km/s. A frequência da luz visível, a olho nu, é chamada de espectro. Nosso olho possui a capacidade de enxergar a luz apenas no intervalo de 4,0 a 7,5 Hz de frequência. Fora desse intervalo prevalecem as frequências ultravioleta e infravermelha. Quando um bebê nasce, basicamente, não enxerga nitidamente. As células fotoelétricas dos seus olhos necessitam da luz para serem estimuladas e permitir a visão.
Entretanto, não é o fenômeno luminoso natural que nos importa neste estudo. Na Bíblia, quase sempre, a palavra luz significa conhecimento e não fenômeno óptico. A palavra neotestamentária para luz é [φῶς] que transliterado grafa-se 'fôs'. Tanto no grego, quanto no hebraico veterotestamentário, a palavra luz significa conhecimento. Claro! Quando o contexto não denota luz como fenômeno natural ou óptico. Acrescenta-se que, o sentido de conhecimento em termos bíblicos, não se refere ao conhecimento intelectual ou científico. Trata-se de um conhecimento na esfera espiritual. Também, as Escrituras diferenciam o simples saber do conhecimento. São questão distintas, sendo aquele apenas superficial e informacional, e, este, profundo e significativo.
No texto que abre este estudo, Jesus, o Cristo aborda, tanto o sentido denotativo enquanto óptico, quanto o sentido conotativo da luz enquanto conhecimento. Quando se refere ao fato de alguém acender uma candeia e colocá-la escondida debaixo de um alqueire, está falando de luz como elemento de iluminação de um ambiente. Ele se utiliza da comparação para mostrar que ninguém, uma vez iluminado pelo verdadeiro conhecimento oculta-o. Depois o Mestre discorre sobre a forma em que o homem estabelece ou não os seus juízos sobre a realidade. Logo, é pelo que se vê que se faz o juízo do conhecimento ou da ignorância. Quando se vê pela luz do conhecimento verdadeiro, o seu discernimento será bom; quando se vê pela luz da ignorância, seu discernimento e atos serão maus. E qual é o conhecimento verdadeiro? Cristo responde em Jo. 8:32 - "... e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará." A verdade não é um conceptismo filosófico ou epistemológico, mas uma pessoa, a saber, o próprio Cristo. Ele mesmo é a luz verdadeira que alumia a todo homem conforme Jo. 1:9 - "Pois a verdadeira luz, que alumia a todo homem, estava chegando ao mundo." Este é o registro do apóstolo João, mostrando que João, o batista estava anunciando a chegada de Cristo.
Entretanto, o Mestre levanta um questionamento: "vê, então, que a luz que há em ti, não sejam trevas." O que ele está inquirindo é: você tem luz própria ou luz espiritual? A luz que guia o seu discernimento e juízos são originadas do conhecimento verdadeiro, ou da luz natural do homem? Não é necessária qualquer extrapolação para verificar este ensino, pois ele mesmo diz que, "... se todo o teu corpo estiver iluminado..." Estar iluminado implica que a luz não é própria, mas vem do alto. É como a candeia colocada no ponto mais alto da casa para iluminar todo o ambiente. Então, é possível que o homem utilize da sua própria sabedoria como se fosse conhecimento verdadeiro. Porém, o apóstolo Tiago esclarece que a sabedoria humana é três coisas: terrena, almática e diabólica conforme Tg. 3: 13 a 15 - "Quem dentre vós é sábio e entendido? Mostre pelo seu bom procedimento as suas obras em mansidão de sabedoria. Mas, se tendes amargo ciúme e sentimento faccioso em vosso coração, não vos glorieis, nem mintais contra a verdade. Essa não é a sabedoria que vem do alto, mas é terrena, animal e diabólica." É o mesmo ensino de Jesus, o Cristo. O homem que recebe a luz do alto tem o procedimento típico de quem é iluminado. Já o que anda por sua própria luz, tem como resultado um procedimento tenebroso e voltado para si. Ele termina mostrando a diferença entre agir pela sabedoria que do alto vem e a sabedoria terrena, animal e diabólica. Lembre-se que a palavra 'animal' no texto grego é 'psikê', a saber, alma. Então, fica evidente que, aqueles que são guiados pelo espírito iluminado por Deus têm a sabedoria do alto; aqueles, no entanto, que se guiam por suas almas, têm a sabedoria diabólica. Ora, considerando que todo homem herdou a contaminação do pecado, logo, todos são espiritualmente mortos para Deus. Vivem e sobrevivem da sua própria luz que, segundo Jesus, o Cristo, são trevas.
Muitas pessoas são bem dotadas de conhecimento intelectual, têm habilidades para os negócios, são bem-sucedidas financeiramente, são bem relacionadas socialmente. Estas pessoas, geralmente, creditam tais coisas a uma luz própria ou um poder especial que possuem. Entretanto, e a despeito de todo o bem que tais coisas proporcionam social e materialmente a qualquer pessoa, o fato é que são obtidas pelas trevas, ou seja, a luz que há no próprio homem. Tais vitórias e progressos não servem como padrão meritocrático e justificador do homem decaído e morto para Deus. Em muitos casos, por questões culturais, algumas pessoas atribuem tais vitórias a Deus. Porém, o fazem por uma questão de costume ou religiosidade. 
Finalmente, pergunta-se: e a luz que há em ti, é procedente de quem?
Sola Gratia!

quarta-feira, maio 27

EXAMINAIS AS ESCRITURAS, MAS NÃO PODEIS VER

Jo. 5: 39 e 40 - "Examinais as Escrituras, porque julgais ter nelas a vida eterna; e são elas que dão testemunho de mim; mas não quereis vir a mim para terdes vida!"
O livre exame das Escrituras foi uma conquista da assim chamada Reforma Protestante.
Os reformadores não foram chamados de protestantes, muito menos, se autoproclamaram como tais. Na verdade, alguns nobres do Sacro Império Germânico, por terem apoiado Martinho Lutero contra as ameaças da Igreja Católica, assim foram denominados. 
Príncipes alemães apoiaram Lutero após a Dieta de Spira em 1526/29, mantendo-o sob proteção no castelo do Duque da Saxônia, Frederico III. Foi neste cenário exílico que Lutero traduziu a Bíblia para o alemão, facilitando a sua tradução para os demais idiomas posteriormente. Até a Reforma Protestante em 1517, não era permitido ao homem comum examinar e discorrer sobre os textos sagrados. Apenas os padres e autoridades canônicas da igreja dominante tinham esta prerrogativa. Os católicos só tiveram livre exame da Bíblia após o Concílio Vaticano II, em 1963. 
Lutero foi intimado por três vezes, diante da igreja, pela publicação das 95 teses reformistas, as quais propunham-se apenas à reformulação e não à divisão da Igreja Católica. Entretanto, a igreja preferiu excomungá-lo, considerando-o desertor e herege. A ação reformista de Lutero resultou de uma visita a Roma em 1510, quando se deparou com elevada corrupção e ganância do clero, além do baixo nível moral dos membros da igreja. Imaginou, ingenuamente, que poderia levar a igreja a um autoexame e mudança profunda. 
Após o resumido brefing histórico acima, ao ponto, pois. No texto que abre este estudo, Jesus, o Cristo achava-se em um cenário de debates das autoridades religiosas judaicas acerca da sua obra e autoridade. Os líderes religiosos, não o aceitavam, muito menos, sua doutrina. Jesus, explicou-lhes que não estava interessado em autopromoção ou de receber a glória dos homens, porque tinha recebido do Pai uma missão. Dizia-lhes que, tudo o que falava era procedente de Deus e não de si mesmo. Entretanto, eles refutavam seu ensino e o desqualificavam como autoridade espiritual. Tal discussão culmina com as seguintes colocações por parte de Cristo: "E o Pai que me enviou, ele mesmo tem dado testemunho de mim. Vós nunca ouvistes a sua voz, nem vistes a sua forma; e a sua palavra não permanece em vós; porque não credes naquele que ele enviou." O fechamento desse embate ocorre com a constatação de que os líderes religiosos tinham muito conhecimento intelectivo das Escrituras, mas não conseguiam perceber quem era Jesus, o Cristo conforme o verso 39 - "Examinais as Escrituras, porque julgais ter nelas a vida eterna; e são elas que dão testemunho de mim..." Desta forma, não adianta ao homem o simples exame das Escrituras, a aquisição de grande conhecimento dos textos, a capacidade de estabelecer juízos teológicos sobre o que examinou e leu, muito menos, buscar o caminho da vida eterna nelas indicado. O homem busca, de fato, fórmulas para estabelecer como padrões de comportamento moral. Erram, porque o caminho da vida eterna não é uma concepção filosófica, científica ou mística. O caminho é uma pessoa, a saber, o próprio Cristo. Isto está perfeitamente registrado por ele mesmo em Jo. 14:6 - "Respondeu-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim." Enquanto se procura maneiras, metodologias, padrões e roteiros para encontrar a vida eterna, não se achará. Para isso são necessárias duas coisas: crer naquele a quem Deus enviou e perder a vida almática. A primeira está doutrinada em Jo. 8:24 - "Por isso vos disse que morrereis em vossos pecados; porque, se não crerdes que eu sou, morrereis em vossos pecados." A expressão "eu sou" é a mesma utilizada por Deus a Moisés, quando da libertação do povo do Egito. Indica a eternidade e a atemporalidade de Deus. Ele não é um ser transitório e fruto da concepção humana em função do tempo e das culturas humanas como os deuses pagãos. Portanto, Cristo indicou, no texto acima, que ele mesmo é Deus encarnado, naquele momento, no homem histórico Jesus. A segunda está doutrinada em Jo. 10:39 - "Quem achar a sua vida perdê-la-á, e quem perder a sua vida por amor de mim achá-la-á." A vida do homem natural não serve como padrão de aproximação e reconciliação com Deus. Ela está contaminada pela natureza pecaminosa herdada de Adão nos termos de Rm. 5:12 - "Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porquanto todos pecaram." Portanto, é necessário perder a própria vida para ganhar a vida de Cristo. O pecado a que alude o texto paulino, não é uma referência aos atos pecaminosos, mas à natureza pecaminosa permanente no homem. É este pecado que Jesus, o Cristo veio aniquilar.
Crer não é natural ao homem. No máximo, o homem natural possui crendice, ou ainda, religião. Crer no sentido em que se acha nas Escrituras é algo sobrenatural. É impossível ao homem crer por expensas próprias. A natureza da fé  não é humana conforme Hb. 11:1 - "Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que não se veem." Então, a fé é ver o que não está diante dos olhos e ter como certeza o que ainda não chegou. A fé é dom de Deus e não uma virtude humana conforme Jd. 3 - "... exortando-vos a pelejar pela fé que de uma vez para sempre foi entregue aos santos."
Perder a vida almática para ganhar a vida de Cristo se dá quando o homem é chamado por Deus e conduzido a Cristo conforme Jo. 6:44 - "Ninguém pode vir a mim, se o Pai que me enviou não o trouxer; e eu o ressuscitarei no último dia." Então, que fique bem claro: se Deus não despertar o pecador, ele jamais se inclinará para Deus. Isto porque, seu espírito está morto para Deus e sua alma está impregnada pela natureza pecaminosa. O termo "ninguém" no texto retro mencionado é um pronome indefinido, ou seja, não há qualquer pessoa que possa ir a Cristo por conta própria. Finalmente, o processo de perder a própria vida é por fé que sua vida foi incluída na morte de Cristo conforme Jo. 12: 32 e 33 - "E eu, quando for levantado da terra, todos atrairei a mim. Isto dizia, significando de que modo havia de morrer." Jesus, o Cristo foi levantado da Terra três vezes: na cruz, na ressurreição e na assunção ao céu. Todas fazem parte de um mesmo processo. Desta forma, você deve implorar a graça e a misericórdia de Deus para levá-lo até a cruz e, nela, ter a sua vida morta espiritualmente incluída na morte de Cristo. Assim, você perderá a sua vida, mas achá-la-á na vida de Cristo, porque Ele ressuscitou e retornará logo para a restauração final.
Sola Scriptura.
Sola Gratia.
Solos Christus.
Sola Fidei.
Soli Deo Gloria.

terça-feira, maio 26

DA NECESSIDADE DE VIGIAR


Mc. 14: 38 a 41 - "Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; o espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca. Retirou-se de novo e orou, dizendo as mesmas palavras. E voltando outra vez, achou-os dormindo, porque seus olhos estavam carregados; e não sabiam o que lhe responder. Ao voltar pela terceira vez, disse-lhes: dormi agora e descansai. Basta; é chegada a hora. Eis que o Filho do homem está sendo entregue nas mãos dos pecadores."
No transcurso da vida cristã normal, muitas questões veem à mente dos eleitos e regenerados. Algumas postulações bíblicas ditas por Jesus, o Cristo, ou pelos apóstolos hagiógrafos parecem colocar termos e ideias em contradição. A regra áurea, neste caso, é que não existem contradições reais no texto escriturístico. No máximo existem aparentes paradoxos, a saber, conceitos que são ou parecem ser contrários ao que é comum, contra-senso, absurdo ou ideia dispare. O conselho é procurar aplicar o contexto geral e examinar o texto em sua língua original, se possível. Vê-se que a questão nunca é com o texto, mas com o costume herdado da cultura pseudocristã imposta a todos. A Bíblia não é um texto comum. Portanto, jamais será compreendida pelo senso comum. A compreensão se dá, primeiramente, pela revelação, e, secundariamente pela fé repartida a cada um segundo a medida de Deus.
O verbo vigiar em língua portuguesa é transitivo direto, ou seja, requer complemento para formar sentido completo. Significa 'observar com atenção, estar atento a...' e, ainda, 'observar secreta ou ocultamente, espreitar, espionar, guardar, tomar conta.' No texto neotestamentário escrito em grego popular ou koinê, o verbo vigiar é [γρηγορεo] que, transliterado, grafa-se "gregoreõ". No texto que abre este estudo nos versos 37 e 38 é utilizado este mesmo verbo, porém, flexionado em caso e pessoa: no verso 37 é [γρηγορησαι] ou 'gregorensai'; no verso 38 [γρηγορειτε] ou 'gregoreite'. Significando, respectivamente: vigiar e vigiai. O verbo vigiar nos sentidos já mencionados ocorre 23 vezes no novo testamento. Em todas elas possui sentido de estar atento para se proteger, se defender ou se precaver contra algum tipo de ataque. Em alguns destes textos, o sentido de vigiar é, também, de prescrutar, sondar, espionar e dedicar atenção específica para evitar sofrimento moral e físico. É bom lembrar-se que, antes da morte, ressurreição e ascensão de Cristo, os discípulos não eram nascidos de novo. Eram, portanto, susceptíveis de tentações e dúvidas de fé. A evidência concreta disso foi o caso de Pedro na noite em que negou Jesus. O texto mostra, claramente, a impossibilidade de o homem natural manter-se pela fé sem o novo nascimento. Isto porque, o espírito está pronto, mas a alma não está sob o controle dele. Lembre-se ainda que, carne no sentido bíblico, refere-se à alma e seus atos pecaminosos. 
I Ts. 5: 6 e 10 _ "... não durmamos, pois, como os demais, antes vigiemos e sejamos sóbrios... que morreu por nós, para que, quer vigiemos, quer durmamos, vivamos juntamente com ele." Neste caso, o verbo vigiar não é utilizado metaforicamente no sentido de 'estar vivo, atento, desperto', porque foi posto em contraposição ao verbo dormir [καθευδω] 'katheudõ' que, neste contexto, não significa estar morto, mas significa indiferença e desconfiança na palavra de Deus. O apóstolo Paulo nunca utiliza o verbo 'katheudõ' ou 'dormir' em seus textos com o sentido de estar morto. O único caso em que tal verbo é utilizado, por Jesus, neste sentido é em Mc. 5:39 - "E, entrando, disse-lhes: por que fazeis alvoroço e chorais? a menina não morreu, mas dorme." Embora, Jesus, o Cristo tenha dito que a menina não morreu, mas, de fato, ela estava morta. O confronto entre vida e morte é algo tão marcante que os populares que estavam presentes riram de Jesus, o Cristo, porque disse que a menina não estava morta cf. verso 40 - "E riam-se dele; porém ele, tendo feito sair a todos, tomou consigo o pai e a mãe da menina, e os que com ele vieram, e entrou onde a menina estava." A diferença é que Ele é a ressurreição e a vida, diante de quem a morte não prevalece. Logo, tendo em vista o que Ele iria realizar e em seu propósito de ressuscitá-la, a menina não permaneceria morta. Assim, no texto de I aos Tessalonicenses, o sentido de vigiar é o de crer que, não importa a nossa condição humana de desatenção ou de sobriedade e vigilância, estamos em Cristo espiritualmente. Demonstra que a nossa salvação depende exclusivamente da nossa inclusão na morte de Cristo onde perdemos nossa vida almática para ganharmos a vida de Cristo. A expressão: "... como os demais..." do texto em tela, significa aqueles que são homens naturais. Estes, sim, estão em constante estado de catatonia espiritual, isto é, sono espiritual. O apóstolo Paulo está tratando do arrebatamento. Portanto, é uma questão de redenção plena e não de recompensa pelo que fazemos ou deixamos de fazer. 
I Pd. 5:8 - "Sede sóbrios, vigiai. O vosso adversário, o Diabo, anda em derredor, rugindo como leão, e procurando a quem possa tragar." Neste texto é utilizado o mesmo verbo vigiar [γρηγορησατε] do qual já foi falado. Neste contexto não traz o sentido de ficar ansioso, preocupado e todo tempo procurando sinais de ataque do Diabo. Ao contrário, ensina que o acusador estará sempre nos espreitando e nos acusando diante de Deus por causa dos nossos erros. Não é nossa vigilância que o detém ou o afasta. Entretanto, ele não pode tocar naqueles pelos quais o Senhor Jesus morreu e ressuscitou. A maioria dos religiosos lê com atenção, este versículo, até a palavra 'leão'. Porém, não presta atenção ou não vigia sobre o que diz o resto do texto: "... procurando a quem possa tragar." Ou seja, o Diabo só pode exercer poder sobre aqueles que não têm a vida de Cristo. O ato de não ser sóbrio, não se manter vigilante e não perceber a vida de Cristo pode trazer apenas sofrimento social ou material. Jamais poderá nos separar do amor de Cristo. Não é nossa sobriedade e nossa vigilância que nos dá a redenção eterna.
Sola Gratia!

quarta-feira, janeiro 15

O ÚLTIMO ENGANO VIII

II Co. 11: 14 e 15 - " E não é de admirar, porquanto o próprio Satanás se disfarça em anjo de luz. Não é muito, pois, que também os seus ministros se disfarcem em ministros da justiça; o fim dos quais será conforme as suas obras."
O engano e a mentira têm como premissa básica ser o mais semelhante à verdade, porque, do contrário, ninguém daria crédito. O texto que abre este estudo permite esta percepção, quando mostra Satanás se apresentando disfarçado de anjo de luz e seus demônios ministradores, como ministros da justiça. Neste sentido o último engano será tão bem elaborado que a maior parte dos povos e nações o receberá como verdade absoluta. Isto é confirmado em Ap. 13: 4 - "... e adoraram o dragão, porque deu à besta a sua autoridade; e adoraram a besta, dizendo: quem é semelhante à besta? Quem poderá batalhar contra ela?" 
Jesus, o Cristo, certa feita, afirmou em Jo. 5: 43 - "Eu vim em nome de meu Pai, e não me recebeis; se outro vier em seu próprio nome, a esse recebereis." A humanidade formada, em sua grande maioria, por homens mortos para Deus, abraçará o último engano com grande alegria, porque a oferta de Satanás será a felicidade, a prosperidade e a solução dos mais gritantes males humanos sem a interveniência de Deus e seu Cristo. Isto satisfaz o projeto do homem decaído, a saber, a ilusão de que é seu próprio salvador. A ideia do projeto satânico é a de que Deus não é necessário. Percebe-se, do ponto de vista do homem, que tal projeto está dando muito certo. Confiam na ciência e na razão como bases para negar a pessoalidade e soberania de Dues.
Há anos um grupo denominado adeptos da Teoria do Astronauta Antigo vem difundindo a ideia que os humanos são originados de seres que vieram das estrelas. Segundo esta teoria, estes seres extra-terrestres visitaram o planeta Terra em seus primórdios em busca de ouro para realizar um tratamento na atmosfera do seu planeta natal que se achava em processo de degradação. Como o trabalho de extração e refino do ouro era muito árduo, resolveram criar escravos para fazer o trabalho pesado. Então, decidiram alterar o código genético dos primeiros hominídios, acrescentando uma parcela dos seus próprios genes. Isto teria permitido um grande salto qualitativo no desenvolvimento intelectual e tecnológico do homem. Estes supostos seres são denominados, em língua babilônica, 'anunnaki' cujo significado pode ser: "aqueles que foram expulsos dos céus" ou "aqueles que foram arrojados para a Terra." Acerca destes, foram encontrados muitos registros escritos em tabletes, esculturas e figuras de sua aparência na antiga Suméria. 
Por razões que os teóricos do astronauta antigo não explicam, os tais extra-terrestres abandonaram a Terra e a humanidade a sua própria sorte. Entretanto, há registros em todas as partes do globo terrestre sobre estes visitantes do espaço. Todas as culturas, das mais adiantadas até as mais atrasadas têm em seus relatos folclóricos, religiosos e tecnológicos com base nos contatos com seres vindos das estrelas. Tais culturas afirmam que os mesmos iriam retornar à Terra um dia. Ora, é só ligar os pontos e se poderá encontrar claramente o que está por trás destes fatos. Não são seres de outros planetas, mas sim os anjos caídos chefiados por Satanás. Este é o projeto que trará o grande engano final.
Na curta epístola de Judas versos 6 e 7 encontram-se as seguintes palavras: "... aos anjos que não guardaram o seu principado, mas deixaram a sua própria habitação, ele os tem reservado em prisões eternas na escuridão para o juízo do grande dia, assim como Sodoma e Gomorra, e as cidades circunvizinhas, que, havendo-se prostituído como aqueles anjos, e ido após outra carne, foram postas como exemplo, sofrendo a pena do fogo eterno." Que anjos não se mantiveram em seus domínios determinados por Deus? Que anjos abandonaram suas próprias formas, ou seja, seus corpos originais e vieram para a Terra? De que maneira aqueles anjos se prostituíram e experimentaram a mesclagem com mulheres humanas de outra natureza física? Ora, no capítulo 6 do livro de Gênesis deixa claro que foram anjos que desobedeceram as ordens de Deus. Estes são os anjos caídos, os quais abandonaram seus postos. Sabe-se que muitos teólogos têm grandes objeções a esta leitura da Bíblia. Entretanto, seus argumentos não são terminativos e suficientes para negar os fatos em seu conjunto contextual.
Neste ponto surge um paradoxo, pois as Escrituras afirmam que Deus não faz nada em relação a Terra, sem comunicar aos seus profetas conforme o registro de Am. 3:7 - "Certamente o Senhor Deus não fará coisa alguma, sem ter revelado o seu segredo aos seus servos, os profetas." O contexto deste texto é relativo aos acontecimentos ligados à Nação Israelita em um dado momento. Todavia, não é errado expandir esta verdade para o contexto do grande Israel de Deus, a saber, a sua Igreja. Verifica-se, contrariamente, que não há qualquer revelação de Deus aos profetas que autorize intromissão de seres extra-terrestres vindos das estrelas para realizar qualquer projeto de ajuda ou melhoria da humanidade. Deus tem apenas um único plano para a redenção do homem decaído, qual seja, enviar o seu Filho Unigênito e Primogênito dentre os mortos para resgatar os eleitos. Os planos de Deus para o mundo são muito claros nas Escrituras.
Ora, fica evidente que tais seres vindos das estrelas são os anjos caídos sob as ordens de Satanás, para perpetrar o último engano. Os tais habitam no espaço sideral conforme Ef. 6:12 - "... pois não é contra carne e sangue que temos que lutar, mas sim contra os principados, contra as potestades, conta os príncipes do mundo destas trevas, contra as hostes espirituais da iniquidade nas regiões celestes." Então, fica claro que tais seres vindos dos mundos celestiais são os mesmos que não guardaram seu principado, ou seja, os domínios que Deus lhes confiou. Eles abandonaram suas formas próprias e se mesclaram com a raça adâmica, produzindo híbridos para contaminar a humanidade. São eles os agentes da iniquidade e pertencem ao mundo das trevas. Trevas no sentido bíblico faz referência à falta de conhecimento e submissão ao reino de Deus e de Cristo. Acrescenta-se ainda, que, a palavra anjo, nada mais significa que mensageiro. As imposições místicas geradas pela religião é que transfigura este significado para algo que pode não ser aceito como sendo os anjos caídos os tais seres vindos das estrelas ou de outros planetas. Na ância de obter respostas sobre si mesmos, os homens darão ouvidos a estas teorias engendradas pelo próprio Satanás, disfarçadas de ciência e conhecimento superior.
Soli Deo Gloria!

segunda-feira, janeiro 13

O ÚLTIMO ENGANO VII

II Tm. 4: 1 a 4 - "Conjuro-te diante de Deus e de Cristo Jesus, que há de julgar os vivos e os mortos, pela sua vinda e pelo seu reino; prega a palavra, insta a tempo e fora de tempo, admoesta, repreende, exorta, com toda longanimidade e ensino. Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo grande desejo de ouvir coisas agradáveis, ajuntarão para si mestres segundo os seus próprios desejos, e não só desviarão os ouvidos da verdade, mas se voltarão às fábulas."
Paulo, apóstolo de Cristo, escreve a seu filho na fé, Timóteo, sobre as exigências àqueles que são chamados a anunciar o evangelho. São exigidas dos pregadores: urgência, admoestação, repreensão, exortação com paciência e ensino. Há grande diferença entre pregar o evangelho da cruz aos que não creem e ensinar a doutrina de Cristo aos que creem. Tentar ensinar doutrina a quem não crê é o mesmo que levar um surdo de nascença à praia e dizer-lhe: escuta o maravilhoso barulho das ondas quebrando na areia. 
O objetivo central do ensino paulino, nesta epístola, é que chegaria um tempo em que os homens, em geral, não suportariam a sã doutrina. Eles, por natureza, são opostos à verdade do evangelho. Tal mensagem que diz ao homem decaído que ele precisa nascer de novo é incompatível com sua natureza pecaminosa. Necessário é que o homem decaído receba graça para crer que o mesmo foi incluído na morte e na ressurreição com Cristo. A tendência natural é, primeiramente, apreender a fé pelo intelecto e pela razão pura. Neste sentido é que não se deve ensinar doutrina a quem não crê. O tal se apropriará do ensino e, ao aprendê-lo pelo intelecto e compreendê-lo pela razão, presumirá que crê. A fé não é um subproduto da racionalidade e da intelectualidade do homem. A fé é um dom de Deus como se verifica em Jd. 3 - "... exortando-vos a pelejar pela fé que de uma vez para sempre foi entregue aos santos." A fé foi entregue aos santos, isto é, aos que foram santificados pelo nascimento do alto. Não é o resultado da capacidade cognitiva e da lógica humana. Ao contrário, a fé é algo absolutamente ilógico pelo registro de Hb. 11:1 - "Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que não se vêem." Portanto, a fé é um dom que opera e operacionaliza sobrenaturalmente no homem a fim de que este seja redimido pela graça e não por suas excelsas capacidades intelectivas e racionais. O intelecto e a razão são excelentes habilidades para a sobrevivência no mundo e em sociedade. Não mais do que isto!
De fato se vê, hodiernamente, homens procurando ajuntar para si mestres para alcançar a iluminação interior, o conhecimento de si mesmos, o desenvolvimento da gnose. Buscam ouvir e cultuar apenas aquilo que lhes  traz gratificação. Para tanto, desviam seus ouvidos da verdade, voltando-se às fábulas, mitos, lendas e rituais de iniciação e ascensão. Na atualidade, uma das práticas mais recorrente é procura por orientação e consultoria de coaches. Outros procuram psicanalistas para amenizar seus medos e desajustes causados por traumas familiares e sociais. Outros ainda se jogam na busca religiosa e na dependência química das drogas.
No texto que abre este estudo o apóstolo está concitando o seu discípulo Timóteo a pregar intensa e insistentemente o evangelho, porque chegaria um tempo em que o tal evangelho da verdade não seria aceito ou ouvido. Este tempo chegou há muitos anos e agora acha-se no auge. Em algumas agregações religiosas gastam 90% do tempo do seus cultos em cantorias, danças e performances e 10% para a pregação. A pregação é tão sem sentido que uma parte da platéia dorme, outra parte vira-se para conversar entre si, e, a outra parte sai para andar pelas dependências ou ir embora. É, primeiramente, uma mensagem fora das Escrituras ou repetitiva que não desperta o homem decaído para a sua própria realidade morta para Deus. Tais ajuntamentos funcionam apenas como clubes de terapia coletiva nos finais de semana. Nestes cultos ao próprio homem mentem uns para os outros e a si mesmos afirmando uma crença em algo que não conhecem.
As fábulas a que alude o texto de Paulo são discussões sobre histórias extra-bíblicas registradas em textos produzidos por sistemas religiosos. Alguns destes textos são interpretações do Talmude ou meras interpretações da Cabala Judaica. Não são as Escrituras em sua essência, mas comentários periféricos que não tocam o homem decaído para a fé. Não revelam ao homem o que, de fato, ele é. São receitas de bolo para uma vida feliz. São canções de ninar.
Atualmente há um grande e profundo movimento de origem gnóstica que pretende revisar as Escrituras e todos os sistemas de crenças, transformando-os em fábulas que permitem quaisquer interpretações que agradem aos ouvidos. Este movimento é denominado de Teoria do Alienígena Antigo ou Teoria do Astronauta Antigo. Tal movimento ganhou força com Erich Von Däniken, um suíço que escreveu o livro "Eram os Deuses Astronautas" em 1968. Após este início audacioso, surgiram dezenas de autores, pesquisadores e comentaristas da referida teoria, os quais afirmam serem os homens atuais o resultado de uma engenharia genética criada por extra-terrestres que visitaram a Terra há milhares de anos atrás. Segundo esta teoria, eles modificaram geneticamente humanoides quase primatas e usaram cerca de 85% dos seus próprios genes para produzir uma nova raça híbrida no planeta Terra. Conforme tal teoria é daí que surgiu o homem de Cro-magnon substituto do homem de Neandertal.
O History Chanel produziu uma série denominada Ancient Aliens na qual mostram muitas ruínas de povos antigos, inscrições, figuras, esculturas, obras de engenharia e escritas, fazendo que tais evidências sirvam de bases para sustentar a referida teoria. Um dos comentaristas, o mais jovem, chamado Giorgio A. Tsoukalos é o mais radical. Ele, sempre e invariavelmente, desvia qualquer informação sobre Deus, verdade, espiritualidade e religião para a Teoria do Astronauta Antigo. O tal se recusa a admitir qualquer afirmação referente a Deus, Cristo, Igreja e Apóstolos etc. A ele interessa apenas as fábulas do Astronauta Antigo.
No episódio 09 da 3ª temporada da série Ancient Aliens, há um relato do pesquisador David M. Jacobs, um psicanalista que estuda e acompanha pessoas que foram abduzidas pelos alienígenas. O Dr. Jacobs trata seus pacientes com hipnose. Eles relatam a suas experiências hipnotizados. Ele dá as seguintes declarações sobre o que seus pacientes falam:
  • Predominância de evidências convincentes. Pessoa após pessoa falando as mesmas coisas para mim. Coisas que eu jamais poderia imaginar. Então comecei a imaginar: meu Deus isto está acontecendo.
  • Os alienígenas parecem estar fazendo nos últimos 40 anos, talvez mais, quando abduzem pessoas, não apenas experimentos. Eles estão, de fato, engajados num programa muito intenso, muito secreto de aprimoramento genético.
  • Segundo o Dr. Jacobs os abduzidos, os quais ele vem falando participaram de um grande programa de criação de híbridos. Agora, os híbridos se parecem muito conosco. No entanto, , comportamental e psicologicamente eles ainda são extra-terrestres.
  • Jacobs alega que híbridos humanos e alienígenas podem se comunicar telepaticamente, sendo que os alienígenas controlam os pensamentos humanos neurologicamente.
Desde 2003 os abduzidos relatam que híbridos podem estar integrados à sociedade despercebidos pelos humanos. No estudo anterior o apóstolo Paulo afirma que a vinda do "homem do pecado" e do "filho da perdição" será conforme o engano e a mentira de acordo com a eficácia de Satanás. Então, é isto que está ocorrendo.
Resultado: os anjos caídos estão preparando uma nova humanidade controlável e controlada. Este é o grande e último engano perpetrado por Satanás. Isto está sendo conseguido, porque os homens viraram as costas - apostasia - à verdade e buscam estas fábulas de culturas antigas sendo visitadas por ET,s. Negam que Deus é o único criador e sustentador do Universo. Negam o plano divino para redimir o homem e reconciliá-lo por meio de Cristo. É exatamente o que a humanidade fora de Cristo procura: se autoproclamar deuses e autossuficientes. Isto foi inoculado nos ancestrais comuns no Éden de acordo com Gn. 3:1 a 5 - "Ora, a serpente era o mais astuto de todos os animais do campo, que o Senhor Deus tinha feito. E esta disse à mulher: É assim que Deus disse: Não comereis de toda árvore do jardim? Respondeu a mulher à serpente: do fruto das árvores do jardim podemos comer, mas do fruto da árvore que está no meio do jardim, disse Deus: Não comereis dele, nem nele tocareis, para que não morrais. Disse a serpente à mulher: Certamente não morrereis. Porque Deus sabe que no dia em que comerdes desse fruto, vossos olhos se abrirão, e sereis como Deus, conhecendo o bem e o mal."
Sola Gratia!

domingo, janeiro 12

O ÚLTIMO ENGANO VI

II Ts. 2: 1 a 17 - "Ora, quanto à vinda de nosso Senhor Jesus Cristo e à nossa reunião com ele, rogamos-vos, irmãos, que não vos movais facilmente do vosso modo de pensar, nem vos perturbeis, quer por espírito, quer por palavra, quer por epístola como enviada de nós, como se o dia do Senhor estivesse já perto. Ninguém de modo algum vos engane; porque isto não sucederá sem que venha primeiro a apostasia e seja revelado o homem do pecado, o filho da perdição, aquele que se opõe e se levanta contra tudo o que se chama Deus ou é objeto de adoração, de sorte que se assenta no santuário de Deus, apresentando-se como Deus. Não vos lembrais de que eu vos dizia estas coisas quando ainda estava convosco? E agora vós sabeis o que o detém para que a seu próprio tempo seja revelado. Pois o mistério da iniquidade já opera; somente há um que agora o detém até que seja posto fora; e então será revelado esse iníquo, a quem o Senhor Jesus matará como o sopro de sua boca e destruirá com a manifestação da sua vinda; a esse iníquo cuja vinda é segundo a eficácia de Satanás com todo o poder e sinais e prodígios de mentira, e com todo o engano da injustiça para os que perecem, porque não receberam o amor da verdade para serem salvos. E por isso Deus lhes envia a operação do erro, para que creiam na mentira; para que sejam julgados todos os que não creram na verdade, antes tiveram prazer na injustiça. Mas nós devemos sempre dar graças a Deus por vós, irmãos, amados do Senhor, porque Deus vos escolheu desde o princípio para a santificação do espírito e a fé na verdade, e para isso vos chamou pelo nosso evangelho, para alcançardes a glória de nosso Senhor Jesus Cristo. Assim, pois, irmãos, estai firmes e conservai as tradições que vos foram ensinadas, seja por palavra, seja por epístola nossa. E o próprio Senhor nosso, Jesus Cristo, e Deus nosso Pai que nos amou e pela graça nos deu uma eterna consolação e boa esperança, console os vossos corações e os confirme em toda boa obra e palavra."
O texto de abertura foi escrito pelo apóstolo Paulo à Igreja em Tessalônica na Ásia Menor, hoje Turquia. O texto é permanente, posto que dirigido à Igreja de Cristo e esta é atemporal. Verificam-se, no texto paulino, algumas preocupações pontuais que muito nos diz respeito no tempo presente: 
  • Que os eleitos e regenerados não se movam em seus pensamentos para algo fora do que lhes foi ensinado no evangelho.
  • Que ninguém possa, de modo algum, enganar os eleitos e regenerados.
  • Que antes do retorno do Grande Rei, haverá intensa e imensa apostasia.
  • Que, aos eleitos e regenerados, será revelado o "homem do pecado" e o "filho da perdição" o qual se rebela contra tudo o que tem origem e fundamentação em Deus. Estes são o Anticristo e o Falso Profeta.
  • Que o enganador se apresentará como se fora um "deus" e ocupará o santuário de Deus como se fora um "deus."
O apóstolo Paulo instruiu os eleitos e regenerados sobre o fato real que esse agente de Satanás e o próprio Satanás são detidos por alguém. Indica que o agente da mentira e do engano vem operando no mundo há muito tempo. Entretanto, quando aquele que o detém for retirado, então, se revelará claramente ao mundo. O tal agente é denominado de iníquo, sendo isto muito significativo, pois, a iniquidade caracteriza alguém que não possui equidade, isto é, equilíbrio originado na reconciliação com Deus. Contrariamente, é alguém que se acha em total oposição ao padrão de justiça de Deus. É alguém que se impõe segundo o seu próprio padrão de justiça, verdade e poder. Este alguém é Satanás e todos os que estão sob sua influência.
É demonstrado, na epístola, que o iníquo agente de Satanás opera com base na mentira e no engano, conforme a eficácia do seu mestre, o Diabo. Vê-se, pelo texto, que tais operações fraudulentas só encontram recepção naqueles que perecem, porque não receberam o amor da verdade para serem salvos. Observa-se que aos tais inconversos, o próprio Deus enviou a operação do erro para que se percam. Isto porque, os tais apenas creem à mentira, porque suas naturezas são irreconciliáveis. Mesmo que o próprio Deus lhes apareça pessoalmente, não crerão, porque preferem dar crédito àquele que opera em suas naturezas decaídas. Quem quiser discordar disto, discordem, mas isto só confirma que são incrédulos, pois são as Escrituras que o afirmam. 
Nota-se ainda, que, os eleitos e regenerados são seres que também estavam perecendo, tanto quanto os que se perdem. Porém, os seus nomes foram escritos no Livro da Vida do Cordeiro desde o princípio para a santificação do espírito e a fé na verdade. Eles ouvem o evangelho de Cristo e, logo, são despertados para crer. Creem, não em si mesmos e em suas justiças próprias, mas para a glória de Cristo. Este é o diferencial essencial: os eleitos creem por graça e misericórdia que são dons de Deus, enquanto os que perecem, creem por seus próprios méritos religiosos e/ou seus atos de justiça própria. 
Por todas estas razões é que o último engano de Satanás será o de iludir os homens com a promessa de um paraíso perfeito na Terra sem passarem pela morte na cruz. Ele propõe ao homem decaído, exatamente, aquilo que suas almas desejam: a falsa autonomia, a auto-salvação e a felicidade pessoal sem Cristo. Isto jamais prosperará e levará a humanidade ao maior horror já experimentado. O seu domínio será curto e trágico ao final.
Na série Ancient Aliens do History Chanel, em seu 1º episódio da 3ª temporada é relatado que "certos lugares em torno do globo terrestre desconcertam cientistas e estudiosos há décadas." Segundo o mesmo documentário existem lugares cujos nomes são sugestivos:
  • Zona de Silêncio no norte do México. Isto, porque, nenhum aparelho eletrônico funciona ali.
  • Triângulo das Bermudas na América Central. Ponto de desaparecimento de embarcações, aviões e que já foram relatados diversos fatos estranhos.
  • Portão dos Deuses no Peru. Trata-se de uma imensa porta esculpida magistralmente na rocha bruta e que ali está há milhares de anos. A tecnologia que fez o portal é desconhecida.
Pessoas que visitam estes locais relatam energias estranhas e fenômenos sobrenaturais. Várias lendas dos povos nativos da América Central e do Sul descrevem seres das estrelas entrando e saindo desses lugares vindos de outros mundos, segundo suas próprias narrativas. 
No referido seriado são feitas as seguintes perguntas instigantes na vinheta de abertura acerca dos supostos extra-terrestres:
  • Esses mitos descrevem acontecimentos reais?
  • De onde vieram?
  • Quem eram?
  • Por que eles vieram?
  • Por que nos deixaram?
  • Aonde foram?
  • Irão retornar?
Conclui-se que estas experiências e sinais são o que o apóstolo Paulo está prevenindo os eleitos e regenerados de Tessalônica e de todos os tempos: que ficassem alertas para a operação do erro, da mentira e do engano aos que perecem. Tal operação não é segundo a eficácia do evangelho de Cristo, mas de Satanás. Por isto, tais experiências 'com' ou 'dos' seres alienígenas são o último e terrível engano que a humanidade sofrerá por conta, risco e busca própria. Ora, se acaso tais operações fizessem parte do plano da redenção de Deus, em Cristo, não constariam das Escrituras?
Sola Scriptura!