terça-feira, abril 6

A ORAÇÃO BÍBLICA x A ORAÇÃO MÍSTICA III

 
Mt. 7: 7 a 12 - "Pedí, e dar-se-vos-á; buscai, e achareis; batei e abrir-se-vos-á. Pois todo o que pede, recebe; e quem busca, acha; e ao que bate, abrir-se-lhe-á. Ou qual dentre vós é o homem que, se seu filho lhe pedir pão, lhe dará uma pedra? Ou, se lhe pedir peixe, lhe dará uma serpente? Se vós, pois, sendo maus, sabeis dar boas dádivas a vossos filhos, quanto mais vosso Pai, que está nos céus, dará boas coisas aos que lhas pedirem? Portanto, tudo o que vós quereis que os homens vos façam, fazei-lho também vós a eles; porque esta é a lei e os profetas."
Há bases bíblicas para afirmar que existem uns dez tipos ou formas de orações. Serão apenas mencionadas ou listadas aqui sem entrar em pormenores:
  • Clamor
  • Súplica
  • Adoração
  • Ininterrupta
  • Ação de Graças
  • Dedicação
  • Cura
  • Libertação
  • Intercessão
  • Confissão
Partindo-se do fato que orar é falar, dizer ou conversar com alguém, em todos estes tipos supramencionados, o orador está se dirigindo a Deus. É como quando você expõe um fato, uma queixa, um pedido, uma confissão ou uma gratidão a uma pessoa específica. Não é necessário o orador assumir uma postura caricata. Não é pela gesticulação, expressão do rosto, elevação do tom da voz, pelas lágrimas ou outra coisa qualquer, que Deus se inclinará para ouvi-lo. Ainda que nenhuma destas atitudes ou todas elas ocorram no momento de oração, Deus estará, invariavelmente, ouvindo-o. Entretanto, quanto à resposta d'Ele, será sempre uma decisão com base apenas em sua exclusiva e soberana vontade. É ele quem tem a visão do todo, e, portanto, sabe o que convém a cada um. A visão do homem é parcial e circunstanciada pela necessidade condicionada pela emoção. Caso Deus atendesse todas as orações, tal como encaminhadas, talvez não houvesse mais homens vivos no mundo.
I Tm. 2:1 - "Exorto, pois, antes de tudo que se façam súplicas, orações, intercessões, e ações de graças por todos os homens, pelos reis, e por todos os que exercem autoridade, para que tenhamos uma vida tranquila e sossegada, em toda a piedade e honestidade." Eis aí uma menção, quanto a alguns modos e razões para se dirigir a Deus. Observa-se que, o apóstolo Paulo, comunicando-se ao seu discípulo Timóteo, exorta-o a levar os crentes a suplicar, orar, interceder e render graças por todos os homens, pelas autoridades político-administrativas. O objetivo é para que Deus os controle, e, como consequência os crentes obtenham vida tranquila e sossegada. Ressaltando-se, a estes, que sejam piedosos e honestos. Raramente algum religioso ora destas maneiras e para tais finalidades. No geral, a maioria dos que oram, o fazem para seu próprio benefício e para satisfação dos seus próprios egos. 
Tg. 4: 3 e 4 - "Pedis e não recebeis, porque pedis mal, para o gastardes em vossos deleites. Infiéis, não sabeis que a amizade do mundo é inimizade contra Deus? Portanto qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus." O texto acima mostra, claramente, o porquê de os homens não receberem o que pedem. Pedir mal, neste caso, é pedir apenas para benefício próprio. Pedem para angariar benefícios materiais e obter ganhos de bens deste mundo e não do mundo vindouro que é eterno. Os nascidos de Deus, raramente, pedem algo a ele. Por suas naturezas conduzidas pelo Espírito Santo, mais agradecem do que pedem.
Hb. 4:16 - "Cheguemo-nos, pois, confiadamente ao trono da graça, para que recebamos misericórdia e achemos graça, a fim de sermos socorridos no momento oportuno." Esta é a real finalidade das orações dos eleitos e regenerados: ganhar misericórdia e achar a graça. O momento da resposta de Deus é de acordo com a oportunidade proporcionada por Ele e não ao bel prazer do suplicante. Os nascidos do alto, possuem um modo específico de se achegar diante do trono de Deus: confiadamente. A confiança é a expressão concreta da fé. Quem não ganhou a fé nos termos de Hb. 11:1 chega abusivamente, dando ordens e exigindo de Deus aquilo a que não têm direito. Ninguém é ouvido por Deus, porque merece, mas sempre é pela graça e a misericórdia d'Ele. Segundo Philip Yancey, graça é "Deus fazendo tudo por quem nada merece" e misericórdia é "Deus não dando ao pecador aquilo que, de fato, ele merece."
O religioso jamais poderá entender, porque não pode crer, que Deus não vê o homem pecador. Ele os vê apenas por meio de Cristo. Por esta razão é que Cristo veio ao mundo, a saber, para tornar os pecadores eleitos e regenerados aceitáveis perante Deus. Sem revestir-se da justiça de Cristo, nenhum homem verá a Deus conforme Hb. 12:15.
Cl. 3: 1 a 3 - "Se, pois, fostes ressuscitados juntamente com Cristo, buscai as coisas que são de cima, onde Cristo está assentado à destra de Deus. Pensai nas coisas que são de cima, e não nas que são da terra; porque morrestes, e a vossa vida está escondida com Cristo em Deus." Estas esplendentes realidades descritas acima tornam-se concretas quando o pecador crê na sua inclusão na morte de Cristo, e, consequentemente, na sua ressurreição, juntamente com ele. A consequência do novo nascimento é a busca pelas coisas que são de cima e não nos interesses puramente terrenos. A razão desta metanóia é o fato de terem morrido com Cristo e com ele ter ressuscitado. Por estas duas razões suas vidas estão ocultadas em Cristo, e, este, está assentado à direita de Deus. Onde ele está, também estão os seus justificados. 
Sola Gratia!