sexta-feira, fevereiro 9

JESUS, O CRISTO VERDADEIRO E ÚNICO PACIFICADOR

 

Rm. 5: 1 a 9 - "Justificados, pois, pela fé, tenhamos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo, por quem obtivemos também nosso acesso pela fé a esta graça, na qual estamos firmes, e gloriemo-nos na esperança da glória de Deus. E não somente isso, mas também gloriemo-nos nas tribulações; sabendo que a tribulação produz a perseverança, e a perseverança a experiência, e a experiência a esperança; e a esperança não desaponta, porquanto o amor de Deus está derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado. Pois, quando ainda éramos fracos, Cristo morreu a seu tempo pelos ímpios. Porque dificilmente haverá quem morra por um justo; pois poderá ser que pelo homem bondoso alguém ouse morrer. Mas Deus dá prova do seu amor para conosco, em que, quando éramos ainda pecadores, Cristo morreu por nós. Logo muito mais, sendo agora justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira."

A palavra paz sugere inúmeros sentidos em todas as línguas. Mas, especificamente, em língua portuguesa, traz os seguintes significados, enquanto substantivo feminino: "relação entre pessoas que não estão em conflito; acordo, concórdia; relação tranquila entre cidadãos; ausência de problemas, de violência; situação de uma nação ou de um Estado que não está em guerra; cessação total de hostilidades entre Estados, mediante celebração de tratado; armistício; estado de espírito de uma pessoa que não é perturbada por conflitos ou inquietações." Verifica-se que, todos os significados estão centrados em situações assessórias ao homem e não em situação essencial a ele. O essencial ao homem é obter a paz espiritiual e não a paz circunstancial e dependente de uma frágil confiança. Por esta razão as pessoas e as nações celebram acordos de paz, mas preparam-se para o conflito e a guerra. 
Jesus, o Cristo faz uma afirmação essencial sobre a origem da paz em Jo. 14:27 - "Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; eu não vo-la dou como o mundo a dá. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize." Portanto, a paz não tem origem no homem natural, mas em Cristo. É ele quem dá a paz ao homem. Entretanto, a natureza da paz que ele dá não é da mesma categoria de paz que o mundo dá. As principais consequências daquele que foi pacificado por Cristo é que não terá um coração turbado e não terá temor do conjunto circunstancial que o cerca. 
O mundo dá uma natureza de paz garantida pela força das armas, da posição social, econômica e política dos indivíduos. A paz que procede de Cristo não vem de fora para dentro do homem, mas é procedente do seu coração para o exterior. 
O mundo nunca esteve tão ávido pela paz quanto nos últimos tempos. A própria ciência e progresso humano trazem consigo dúvidas, medos e incertezas quanto à segurança da saúde, da oferta de alimentos, da salubridade do ar, das águas e dos solos. O anúncio de conflitos assimétricos e as manifestações reivindicatórias com requinte de violência tornou-se mais e mais frequêntes. Vive-se em uma sociedade em que multiplicam-se as leis e os direitos e diminuem-se as obrigações. As novas gerações são mimadas e com mania de empoderamento. Quando isto lhes é negado, se revoltam.
O texto que abre este estudo demonstra, inequivocamente, que a paz autêntica e definitiva provém da justificação. Entendendo que tal justificação é no campo espiritual, retiram-se todos os determinantes e componentes humanos da paz. Justificado é uma forma verbal que permite concluir que alguém injusto foi tornado justo. Entretanto, tal justiça é a de Cristo e não de qualquer mérito ou esforço próprio do homem. O verbo está flexionado no particípio passado e não no condicional.
A paz que procede da justificação que provém da fé, a qual é dom de Deus, reestabelece a reconciliação entre o pecador regenerado e Deus santo e perfeito. O mediador deste processo é Jesus, o Cristo e não os feitos humanos.
Além da profundidade do processo de pacificação estabelecido por Cristo, a paz produz no homem justificado, a esperança no mundo vindouro e restaurado pela justiça dele mesmo. Também, este verdadeiro estado de paz cria no homem gerado em Cristo, a capacidade de perserverar até mesmo em meio as tribulações. E, no texto, vê-se que as tribulações são dadas ao regenerado, precisamente, para que seja nele desenvolvida a esperança por meio da paciência. É um processo ao qual denomina-se de "deserto" do novo nascido. 
Portanto, o processo da justificação e da pacificação reconcilia o pecador regenerado com Deus no espírito. Porém, a sua alma é tratada ao longo do "deserto" até a restauração final. Isto permite manter a viva lembrança que foi o sacrifício substitucionário e inclusivo de Cristo que pacificou o homem decaído. A justificação pela libação do sangue de Cristo é o fator que produz a firme convicção da restauração final para não ser partícipe da ira de Deus no juízo final contra o Diabo, seus anjos caídos e o mundo não regenerado.
Solo Christus!

quarta-feira, janeiro 3

CAMINHOS, PORTAS E DESCONHECIMENTO

 
Mt. 7: 13 a 23 - "Entrai pela porta estreita; porque larga é a porta, e espaçoso o caminho que conduz à perdição, e muitos são os que entram por ela; e porque estreita é a porta, e apertado o caminho que conduz à vida, e poucos são os que a encontram. Guardai-vos dos falsos profetas, que veem a vós disfarçados em ovelhas, mas interiormente são lobos devoradores. Pelos seus frutos os conhecereis. Colhem-se, porventura, uvas dos espinheiros, ou figos dos abrolhos? Assim, toda árvore boa produz bons frutos; porém a árvore má produz frutos maus. Uma árvore boa não pode dar maus frutos; nem uma árvore má dar frutos bons. Toda árvore que não produz bom fruto é cortada e lançada no fogo. Portanto, pelos seus frutos os conhecereis. Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus. Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? e em teu nome não expulsamos demônios? e em teu nome não fizemos muitos milagres? Então lhes direi claramente: nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade."
Todos os ensinamentos, a saber, a doutrina de Cristo tem por objeto a questão da natureza no homem. Tal natureza, é, por origem, pecaminosa. E, consequentemente, é a natureza pecaminosa que determina os atos pecaminosos. Tais atos pecaminosos sao os erros, deslizes, fraquezas e delitos cometidos por todos em todos os tempos e lugares.
O pecado denominado por Santo Agostinho de "pecado original", foi o que tomou lugar no primeiro homem, o qual deu origem a todos os demais homens. Como a matriz veio a decair-se, tudo o que dela derivou, desenvolveu a síndrome da corrupção adquirida.
Foi este pecado por natureza que Jesus, o Cristo veio retirar do mundo conforme Jo. 1:29 - "No dia seguinte João viu a Jesus, que vinha para ele, e disse: eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo." Quanto aos atos pecaminosos derivados, são objeto de constante cura almática realizada por Cristo ao longo da jornada.
A cristandade nominal, a saber, apenas religiosa insiste em ensinamentos de homens, os quais passam ao largo dos ensinos bíblicos. Muitos creem que o pecado de Adão foi a desobediência, o orgulho, o desejo etc. Todavia, estes foram apenas atos pecaminosos causados pelo pecado da incredulidade. Foi dito a Adão que não comesse do fruto do conhecimento do bem e do mal, pois certamente isto lhe traria a morte. Porém, o Diabo incorporado na serpente, fez uma segunda pregação, a qual afirmava que, com certeza, ambos, homem e mulher, não morreriam. O primeiro homem creu na segunda pregação e não na primeira. Ora, isto caracterizou-se como incredulidade ao que Deus lho houvera predicado. Com efeito, isto é confirmado em Jo. 16:7 a 9 _"Todavia, digo-vos a verdade, convém-vos que eu vá; pois se eu não for, o Consolador não virá a vós; mas, se eu for, vo-lo enviarei. E quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, da justiça e do juízo: do pecado, porque não crêem em mim." O pecado que separou o homem de Deus foi a incredulidade. Tudo o que decorre por causa da incredulidade, são os atos pecaminosos consequenciais.
Ditas estas coisas, pode-se afirmar que a natureza humana é inclinada naturalmente à incredulidade, mesmo quando afirma-se em uma fé autoproclamada. Isto conduz o homem, invariavelmente, às escolhas executadas com base no que se pode ver, tocar e experimentar. É a fé em si mesmo e não no que diz a Palavra de Deus.
O texto de abertura fala sobre dois caminhos e duas portas: uns largo e espaçoso e outros apertado e estreito. Obviamente, a maioria segue o caminho espaçoso e entram pela porta larga, porquanto isto satisfaz suas naturezas decaídas. Todavia, o caminho apertado e a porta estreita são destinados  àqueles cujas naturezas decaídas foram aniquiladas na cruz por meio da inclusão na morte e na ressurreição com Cristo. Este ensino é fundamentado em Hb. 9:26 - "[...] doutra forma, necessário lhe fora padecer muitas vezes desde a fundação do mundo; mas agora, na consumação dos séculos, uma vez por todas se manifestou, para aniquilar o pecado pelo sacrifício de si mesmo."
Ato contínuo, o texto prossegue alertando sobre os falsos pregadores e suas falsas doutrinas. Jesus, o Cristo pede aos eleitos e regenerados cautela sobre tais doutrinas. Isto porque não se deve perder tempo e energia com tais ensinos de homens. Não se abandona a fonte de água limpa para beber água suja.
A forma de identificação do que é falsificado e do que é verdadeiro são os frutos: se o fruto é bom, a árvore é boa; se o fruto é mau, a árvore é má. Portanto, é uma clara conotação à natureza dominante em uma pessoa. É uma relação de causa e efeito. O efeito é o que a fonte que lhe dá origem é.
Jesus, o Cristo afirma que apenas aqueles que fazem a vontade de Deus, entrarão no Reino Eterno. Ora, a vontade de Deus é externada em Jo. 6:29 - "Jesus lhes respondeu: A obra de Deus é esta: que creiais naquele que ele enviou." Portanto, a vontade ou a obra de Deus, consiste não em oferecer sacrifícios de méritos e de justiça própria, mas de ganhar a fé. E o que é fé senão confiar apenas no que diz a Palavra de Deus?
O texto termina expondo um caso concreto. Aqueles os quais requererão para si os atos religiosos, como, pregação, exorcização de demônios e realização de milagres. Entretanto, Jesus, o Cristo lhes afirma, peremptoriamente, que nunca os conheceu. Veja, o verbo está no passado. Isto indica que eles não foram arrolados no Livro da Vida do Cordeiro conforme Ap. 13.8. Como o Deus Onisciente não conheceria qualquer criatura? Por que Ele se referiu ao conhecimento espiritual e não ao conhecimento intelectual ou natural. Este ensino é encontrado em Jo. 10:14 - "Eu sou o bom pastor; conheço as minhas ovelhas, e elas me conhecem."
Então, acautelai-vos daqueles que falsificam o Evangelho e se disfarçam apresentando-se com aparência de verdade, sendo mentirosos. O caminho proposto e a porta que dão passagem à Vida Eterna foram preordenado antes dos tempos eternos aos eleitos e regenerados conforme a presciência de Deus por meio de Jesus, o Cristo.
Sola Scriptura!