outubro 08, 2011

ESCATOLOGIA IX


Is. 46: 9 e 10 - "Lembrai-vos das coisas passadas desde a antiguidade; que eu sou Deus, e não há outro; eu sou Deus, e não há outro semelhante a mim; que anuncio o fim desde o princípio, e desde a antiguidade as coisas que ainda não sucederam; que digo: o meu conselho subsistirá, e farei toda a minha vontade."
Algumas profecias são essenciais à compreensão de fatos passados e futuros em relação ao "supremo propósito" de Deus para o mundo e sua História. Muitos néscios imaginam que as rédeas da História estão sob o controle do homem, ou mesmo do acaso, entretanto, a suposta liberdade do homem está sob o controle soberano do Altíssimo. É ele quem levanta este ou aquele, para bem, ou para mal, a fim de cumprir os seus desígnios conforme se pode ler em Pv. 16:4 - "O Senhor fez tudo para um fim; sim, até o ímpio para o dia do mal." O religioso que não pode compreender, porque não possui a mente de Cristo, classifica tudo pelo crivo do maniqueísmo: o bem é de Deus, e o mal é do Diabo. Entretanto, o mesmo Jesus que escolheu Pedro, João, Tiago, escolheu também Judas que o iria trair. Judas foi predestinado àquilo e o fez, sendo inclusive autorizado por Jesus, quando lhe disse: "o que fazes, faze-o depressa."
A partir de agora será tratada a profecia de Daniel 9: 23 a 27 - "No princípio das tuas súplicas, saiu a ordem, e eu vim, para to declarar, pois és muito amado; considera, pois, a palavra e entende a visão. Setenta semanas estão decretadas sobre o teu povo, e sobre a tua santa cidade, para fazer cessar a transgressão, para dar fim aos pecados, e para expiar a iniquidade, e trazer a justiça eterna, e selar a visão e a profecia, e para ungir o santíssimo. Sabe e entende: desde a saída da ordem para restaurar e para edificar Jerusalém até o ungido, o príncipe, haverá sete semanas, e sessenta e duas semanas; com praças e tranqueiras se reedificará, mas em tempos angustiosos. E depois de sessenta e duas semanas será cortado o ungido, e nada lhe subsistirá; e o povo do príncipe que há de vir destruirá a cidade e o santuário, e o seu fim será com uma inundação; e até o fim haverá guerra; estão determinadas assolações. E ele fará um pacto firme com muitos por uma semana; e na metade da semana fará cessar o sacrifício e a oblação; e sobre a asa das abominações virá o assolador; e até a destruição determinada, a qual será derramada sobre o assolador."

"Setenta semanas estão determinadas sobre o teu povo e sobre a tua santa cidade". Esta não é uma referência à semana no sentido comum da palavra. Cada semana representa um período de sete anos, pois se trata de linguagem figurada como se fossem os 'sets' em um jogo, como os setes no basquete, ou no vôlei. As setenta semanas, no texto de Daniel, são divididas em três períodos: "sete semanas, sessenta e duas semanas, e uma semana". A palavra semana em hebraico é 'shavua', mas no texto está no plural 'shavuim'. Era comum entre os hebreus o uso desta forma de periodização do tempo em semanas conforme Lv. 25:8 - "Também contarás sete semanas de anos, sete vezes sete anos; de maneira que os dias das sete semanas de anos serão quarenta e nove anos." Mais claro que neste texto, impossível!
Tomando-se o processo de periodização do profeta Daniel, tem-se o seguinte: 7 semanas + 62 semanas = 69 semanas x 7 anos = 483 anos x 360 dias (era a duração do ano daquele tempo) = 173.880 dias. Porém, ajustando-se os calendários e os anos bissextos fica assim: da saída do edito do rei para reconstruir Jerusalém - Ne. 2: 1 a 8 - em 14 de março de 445 a.C. até a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém - Lc. 19: 28 a 40 - em 6 de abril de 32 d. C, são 69 semanas, ou 476 anos x 365 dias (duração do ano no calendário gregoriano atual) = 173.740 dias. Porém, somam-se mais 116 dias dos anos bissextos neste período das 69 semanas, mais a diferença dos meses de início e de fim da contagem que foi de 14/03/445 a. C a 6/04/32 d. C. são mais 24 dias. Assim, chegam-se aos 173.880 dias das 69 semanas da profecia de Daniel. Este período já se cumpriu literalmente, pois Jerusalém foi reedificada por ordem do rei Artaxerxes, tendo Neemias e seus companheiros no comando. Depois de exatos 483 anos, Jesus, o Príncipe, ou o Ungido veio e entrou em Jerusalém montado num jumentinho como previsto em Zc. 9:9 - "Alegra-te muito, ó filha de Sião; exulta, ó filha de Jerusalém; eis que vem a ti o teu rei; ele é justo e traz a salvação; ele é humilde e vem montado sobre um jumento, sobre um jumentinho, filho de jumenta." Sião é o monte sobre o qual foi edificada a cidade de Jerusalém há cerca de 3.000 anos a. C. Também é bom não se esquecer que na época da profecia de Daniel o povo hebreu estava cativo na Babilônia, por isso, é que foi necessário o edito do rei Artaxerxes dando ordens para reconstruir Jerusalém.
Ainda, resta a última semana para fechar as setenta semanas da profecia de Danial conforme o capítulo 9 do seu vaticínio. Acerca desta última semana que é um ponto flutuante, discorrer-se-á no próximo artigo.
Gloria in excelsis Deo!

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