Dn. 2: 20 a 22 - "Disse Daniel: seja bendito o nome de Deus para todo o sempre, porque são dele a sabedoria e a força. Ele muda os tempos e as estações; ele remove os reis e estabelece os reis; é ele quem dá a sabedoria aos sábios e o entendimento aos entendidos. Ele revela o profundo e o escondido; conhece o que está em trevas, e com ele mora a luz."
Ainda um pequeno aprofundamento sobre Gogue e Magogue, porque são termos que podem confundir o leitor das Escrituras. Na verdade, estes nomes são dados aos descendentes de Jafé, filho de Noé, que deram origem a diversas linhagens étnicas as quais foram se erradicando para as regiões mais ao norte da Europa e da Ásia Centro-Norte. Magogue foi mencionados primeiramente em Gn. 10:2 - "Os filhos de Jafé: Gomer, Magogue, Madai, Javã, Tubal, Meseque e Tiras." É colocado como um epônimo de uma pessoa, ou de uma nação inteira, isto é, um nome de substituição, derivação, ou tipo de um atítipo. Igualmente Gogue ou Gog é citado como sendo da casa de Rúben, filho varão de Jacó em I Cr. 5: 3 e 4 - "Os filhos de Joel: Semaías, de quem foi filho Gogue, de quem foi filho Simei..." Também Gogue e Magogue são citados juntos em Ez. 38: 2 e 3 - "Filho do homem, dirige o teu rosto para Gogue, terra de Magogue, príncipe e chefe de Meseque e Tubal, e profetiza contra ele, e dize: Assim diz o Senhor Deus: Eis que eu sou contra ti, ó Gogue, príncipe e chefe de Meseque e Tubal." Finalmente, em Ap. 20:8 - "... e sairá a enganar as nações que estão nos quatro cantos da Terra, Gogue e Magogue, cujo número é como a areia do mar, a fim de ajuntá-las para a batalha."
Nos documentos judaicos, tais como, o Talmude e a Midrash, Gogue e Magogue são identificados com sendo os citas e germânicos, os quais habitavam ao norte de Israel, nas regiões correspondentes ao leste do Irã e da Ásia Central. Flávio Josefo, historiador judeu chamava a região dos Magogues de "casa dos citas". Ao que tudo indica estes povos foram se multiplicando e se deslocando cada vez mais para o norte da Europa e da Ásia. Por isso, Ezequiel diz: "...virás tu do extremo norte..."
O Alcorão, livro religioso do Islamismo, faz referência a Gog e Magog, na sura Al-Khaf, como sendo Yajuj e Majuj. Para o Islamismo são seres humanos descendentes de Adão e dotados de grande poder de maldade e causam grande corrupção na sociedade.
Nas lendas britânicas Gogue e Magogue são descritos como sendo gigantes. São considerados patronos da cidade de Londres e suas imagens são carregadas em procissão por ocasião do "Lord Mayor's Show" em homenagem ao prefeito da cidade. Tal tradição foi fundado pelo rei Henrique V no século XV. Há na Grã-Bretanha dois montes com os nomes de Gogue e Magogue próximos a Cambridge. Segundo reza as histórias locais, são a metamorfose dos gigantes Gog e Magog.
Na Irlanda, Gogue e Magogue aparecem no livro "Lebor Gabála Érenn" "O Livro das Invasões". Nesta obra, Magogue é considerado também filho de Jafé, que o fez ancestral dos irlandeses, além de progenitor dos citas e de diversas nações na Europa e na Ásia.
Percebe-se uma diferença na referência de Ezequiel 38 em relação à referência de Apocalipse 20:8. Em Ezequiel são identificados como um povo e uma região de seu domínio, enquanto em Apocalipse parecem tipificar um estado de rebelião contra Deus por parte de diversos povos. Isto indica, que, à semelhança dos povos descendentes de Gog e Magog que investirão contra Israel, outros povos também se associarão a eles na batalha final no norte de Israel pelo tempo da grande tribulação.
Gloria in excelsis Deo!
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