outubro 19, 2011

ESCATOLOGIA XIII


Is. 46: 9 e 10 - "Lembrai-vos das coisas passadas desde a antiguidade; que eu sou Deus, e não há outro; eu sou Deus, e não há outro semelhante a mim; que anuncio o fim desde o princípio, e desde a antiguidade as coisas que ainda não sucederam; que digo: o meu conselho subsistirá, e farei toda a minha vontade."
Tocar no assunto das profecias é remexer muita coisa errada internalizada nas mentes de muitos religiosos, e até mesmo daqueles que estão sendo curados da canga ou jugo da religião. Certas coisas, uma vez inoculadas na mente humana são cimentadas e cristalizadas de tal forma que nem mesmo a própria pessoa consegue quebrar e desconstruir por conta própria. É nesse ponto que entra a misericórdia e a graça de Deus, a qual vai destruindo os altares erguidos pelo próprio homem à revelia d'Ele. Esta situação de ranço religioso e dogmático é tão forte que, mesmo diante de inumeráveis revelações nas Escrituras, a pessoa se sente insegura em abandonar aquele corolário de velhos valores e falsos ensinos internalizados. É um trabalho longo e árduo do Espírito de Deus para ensinar e conduzir à verdade.
Quando uma pessoa foi, de fato, libertada por Cristo, ela vai perdendo este apego e se tornando mais bíblica e menos emocional. A "profecia" como processo adivinhatório trás profundo contentamento, porque atinge a esfera das carências e necessidades de compensações da alma. O homem é um ser eminentemente almático, e a alma é a sede das emoções, volições e desejos, portanto, quanto mais massageada, tanto mais reconfortada. Entretanto, quando a ação monérgica de Deus atua sobre o pecador, ele não tem alternativa, a não ser se render incondicionalmente e as carências almáticas já não ditam as regras mais. Este é um ato de soberania do Pai e não uma questão de opinião, ou mesmo de escolha moral.
Lc. 16: 15 e 16 - "E ele lhes disse: vós sois os que vos justificais a vós mesmos diante dos homens, mas Deus conhece os vossos corações; porque o que entre os homens é elevado, perante Deus é abominação. A lei e os profetas vigoraram até João; desde então é anunciado o evangelho do reino de Deus, e todo homem forceja por entrar nele." A necessidade de auto-justificação, a saber, de buscar um sistema de justiça próprio por meio de liturgias, ritos e práticas preceituais leva o homem a se aferrar aos antigos valores internalizados como verdades. Entretanto, muitas coisas dos fundamentos religiosos consideradas elevadas, são, aos olhos de Deus, abominações. Basta ler o que Jesus afirma em Mt. 7: 20 a 23 - "Portanto, pelos seus frutos os conhecereis. Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus. Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? E em teu nome não expulsamos demônios? E em teu nome não fizemos muitos milagres? Então lhes direi claramente: nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade." Ora, porque Jesus afirma nunca ter conhecido os que tais coisas praticavam? Não eram coisas boas? Chamavam-no de Senhor, profetizavam, expulsavam demônios, e fizeram milagres em Seu nome. São todas coisas reputadas por qualquer religioso como procedentes de Deus. No entanto, fica evidente que eram coisas iníquas, porque foram praticadas por quem não era conhecido por Deus, e não fazia a vontade do Pai. As pessoas normais tomam a coisa por ela mesma, Deus, ao contrário, vê se tais coisas são feitas em Cristo, por Cristo e para Cristo. Deus não tem coisas para dar ao homem, tem apenas Cristo, pois Ele é o doador e a doação ao mesmo tempo. Também acrescenta-se que Deus não recebe coisas do homem, pois ele se basta a si mesmo.
No texto de Lucas retromencionado há uma assertiva irrevogável: a lei e os profetas estão vencidos, porque tudo o que nelas estava previsto já se cumpriu cabalmente em Cristo. Agora o que importa é o anúncio do evangelho do reino de Deus, que é o próprio Cristo. Até João, o batista foram ensinados a lei e as profecias, porque o tempo ainda não havia sido chegado na sua plenitude. A lei e os profetas não são  o evangelho, porque não são boas novas de salvação, eram apenas indicações da retidão de Deus e da maneira como Ele trata o pecado. Visto que o homem por conta própria não pode aniquilar o pecado, foi necessário vir Cristo para executar e satisfazer plenamente a justiça divina. Por isso, o evangelho de Cristo não é, nem inferior, nem superior à lei e os profetas, mas os cumpre cabal e perfeitamente. Por isso, Jesus disse que não veio negá-las, nem destruí-las conforme Mt. 5:17 - "Não penseis que vim destruir a lei ou os profetas; não vim destruir, mas cumprir."
No próximo artigo tratar-se-á, ainda, de algumas profecias do velho testamento que são chaves para a profecia apocalíptica.
Gloria in excelsis Deo!

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