II Pd. 1:19 a 21 - "E temos ainda mais firme a palavra profética à qual bem fazeis em estar atentos, como a uma candeia que alumia em lugar escuro, até que o dia amanheça e a estrela da alva surja em vossos corações; sabendo primeiramente isto: que nenhuma profecia da Escritura é de particular interpretação. Porque a profecia nunca foi produzida por vontade dos homens, mas os homens da parte de Deus falaram movidos pelo Espírito Santo."
Muitas pessoas imaginam em seus pensamentos, que, pertencendo a uma ou outra religião, cumprindo os preceitos das suas crenças, e sendo uma boa pessoa, estão garantidos para a vida eterna. Outros, imaginam que pertencer a uma igreja é uma questão social, pois gera aceitação da sociedade. Outros ainda, pensam que o altruísmo e a doação de suas vidas para o próximo é o único meio de chegar a Deus e a vida eterna. Por isso, há tantas religiões e crenças no mundo, pois cada um concebe e desenvolve um sistema próprio de "fé". Estas concepções acabam por gerar um sistema religioso, que, embora fale acerca de Deus, do pecado, da salvação, de amor, etc, não têm nada a ver com a verdade espiritual. Assim, a igreja dos dias atuais é tipificada na Igreja em Laodicéia. É um sistema religioso fundamentado em si mesmo, arrogante, horizontalizado e que nada tem a ver com a soberana vontade de Deus. As igrejas institucionais e denominacionais prezam por uma pregação popular e que agrada aos pecadores. Elas não lhes diz a verdade! A verdade não faz acordos com o pecado original, contrariamente, ela o aniquila conforme Hb. 9:26c - "...para aniquilar o pecado pelo sacrifício de si mesmo."
Ap. 3:14 a 22 - "onheço as tuas obras, que nem és frio nem quente; oxalá foras frio ou quente! Assim, porque és morno, e não és quente nem frio, vomitar-te-ei da minha boca. Porquanto dizes: rico sou, e estou enriquecido, e de nada tenho falta; e não sabes que és um coitado, e miserável, e pobre, e cego, e nu; aconselho-te que de mim compres ouro refinado no fogo, para que te enriqueças; e vestes brancas, para que te vistas, e não seja manifesta a vergonha da tua nudez; e colírio, a fim de ungires os teus olhos, para que vejas. Eu repreendo e castigo a todos quantos amo: sê pois zeloso, e arrepende-te. Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele comigo. Ao que vencer, eu lhe concederei que se assente comigo no meu trono. Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas."
Ao anjo da igreja em Laodicéia escreve: isto diz o Amém, a testemunha fiel e verdadeira, o princípio da criação de Deus: c
O primeiro princípio dos que são nascidos de Deus é que só se pode agradá-lo por meio da fé conforme Hb. 11:6 - "Ora, sem fé é impossível agradar a Deus." O texto bíblico afirma peremptoriamente que é impossível agradar a Deus senão pela fé. A fé é crer sem ver e ver o que não é palpável. A fé é um dom de Deus e não produzida pela vontade, ou pelo comportamento moral do homem. Na Igreja em Laodicéia, que era uma das igrejas existentes e reais do primeiro século da era cristã, mas também é o tipo da igreja dos últimos tempos, a fé não era o meio para agradar a Deus. Contrariamente, a Igreja em Laodicéia põe a sua confiança na sua própria força, riqueza e capacidade.
À Igreja em Laodicéia, Cristo se apresenta como o Amém, ou seja, como o que encerra os acontecimentos da história. Também se apresenta como a fiel e verdadeira testemunha, pois é Ele mesmo a verdade. Fora de Cristo não há verdade, não há vida, e não há caminho. Ele é o princípio da criação de Deus, porque é Ele a fonte original da qual todas as coisas foram feitas conforme João capítulo um.
A Igreja em Laodicéia é morna, ou seja, não é quente, e não é fria. Algo quente é bom, pois traz energia e força. Algo frio é bom, porque refrigera e traz alívio e descanso. Mas algo morno causa náuseas e vômitos. Por isso, Cristo diz que esta Igreja será vomitada, ou seja, rejeitada em suas obras. Este estado de mornidão se caracteriza por uma posição confortável e auto-confiante em suas próprias forças, e não na dependência de Deus. Aquele que depende da graça de Deus descansa e confia, porque sabe em quem tem crido, não porque se julga merecedor e promotor da sua própria justiça.
Cristo declara conhecer as obras desta Igreja e põe diante dela a sua real situação espiritual e não material: coitado, miserável, pobre, cego e nu. Ora, coitado é aquele que sofre o coito; miserável é aquele que vive na miséria; pobre é aquele que não possui nada; cego é aquele que não vê; e nu é aquele que está despido da comunhão de Deus. Todas estas situações se apoderaram de Adão após a queda: foi violentado em sua integridade, tornou-se miserável, perdeu todos os privilégios no Éden, passou a enxergar apenas fisicamente, mas tornou-se cego espiritualmente, e percebeu a sua nudez física e espiritual. Logo, o que está sendo dito à Igreja de Laodicéia é que ela está fora da comunhão de Deus.
O conselho de Cristo é que aquela Igreja compre ouro, que é o símbolo da justiça e da riqueza d'Ele, vestes brancas para obter pureza contra o pecado, colírio para limpar os olhos e retirar as escamas que impede de ver a verdade.
Cristo mostra que a repreensão é a demonstração do amor verdadeiro. Quem não ama não repreende, porque não se importa com a sorte da pessoa. Cristo conclama àquela Igreja a que busque arrependimento, ou seja, 'metanoia', mudança de mente em relação a si mesma, e à verdade. Ele está do lado de fora daquela Igreja, mas deseja ter uma relação íntima com ela. O caminho é ouvir, porque a fé vem pelo ouvir, e o ouvir pelo pregar a Palavra de Deus. Isto implica em que aquela Igreja havia abandonado o ensino das Escrituras. Então, o que pregava? Doutrinas, regras, preceitos e dogmas humanistas. A Palavra de Deus estava fora daquela Igreja. Semelhantemente, este fato é o que acontece na igreja dos dias atuais, porque são, na verdade, antítipos daquela igreja em Laodicéia.
Ao que vencer é prometido assentar-se no trono do Senhor Jesus, com Ele. Esta é uma imensa honra aos nascidos de Deus. Quem tem ouvidos, e não apenas orelhas, ouça, pois o que o Espírito de Cristo está dizendo.
Gloria in excelsis Deo!
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