sábado, novembro 5

ESCATOLOGIA XXVI

II Pd. 2: 19 a 21 - "E temos ainda mais firme a palavra profética à qual bem fazeis em estar atentos, como a uma candeia que alumia em lugar escuro, até que o dia amanheça e a estrela da alva surja em vossos corações; sabendo primeiramente isto: que nenhuma profecia da Escritura é de particular interpretação. Porque a profecia nunca foi produzida por vontade dos homens, mas os homens da parte de Deus falaram movidos pelo Espírito Santo."
Agora a palavra de Cristo é dirigida à Igreja em Tiatira, tendo sido uma das mais detalhadas dentre as sete cartas. Uma Igreja no sentido cristão verdadeiro é um grupo de eleitos e regenerados que se congrega para adorar, proclamar e comunicar o amor de Cristo. Neste sentido, a maior parte das igrejas institucionais fica fora. Quando alguém abandona as igrejas denominacionais por aí, alguns religiosos dizem aos que se afastam, usando Hb.10:25 "...não abandonando a nossa congregação, como é costume de alguns..." Entretanto, estes que têm palavras duras e afiadas para agredir aos outros, se esquecem do que diz no versículo anterior Hb. 10:24 "... e consideremo-nos uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às boas obras..." Igrejas instituídas por homens não são congregações, são apenas agregações. A maior parte é, no máximo, uma agregação de pessoas que não têm consideração uns pelos outros, e muito menos, se estimulam na prática do amor verdadeiro e das boas obras, que aliás, são de Deus. Geralmente, agem cordialmente quando tudo está conforme os seus interesses. Quanto qualquer um dos "irmãos" comete algum erro, ou fraqueza, viram o rosto, passando a maltratá-lo, justamente quando mais necessita do amor cristão. Por esta razão é que muitos abandonam, estas agregações. Uma congregação exige, no mínimo, que sejam todos partícipes da mesma natureza, a saber, a natureza de Cristo por meio do novo nascimento. Não basta, portanto, seguir as mesmas regras de fé e prática criadas e mantidas por homens com algumas tinturas superficiais de verdade. Evocam as Escrituras para impor seus dogmas, mas não invocam estas mesmas Escrituras para reavaliar suas posturas e relações com Cristo.
Ap. 2:18 a 29 - "Ao anjo da igreja em Tiatira escreve: isto diz o Filho de Deus, que tem os olhos como chama de fogo, e os pés semelhantes a latão reluzente: conheço as tuas obras, e o teu amor, e a tua fé, e o teu serviço, e a tua perseverança, e sei que as tuas últimas obras são mais numerosas que as primeiras. Mas tenho contra ti que toleras a mulher Jezabel, que se diz profetisa; ela ensina e seduz os meus servos a se prostituírem e a comerem das coisas sacrificadas a ídolos; e dei-lhe tempo para que se arrependesse; e ela não quer arrepender-se da sua prostituição. Eis que a lanço num leito de dores, e numa grande tribulação os que cometem adultério com ela, se não se arrependerem das obras dela; e ferirei de morte a seus filhos, e todas as igrejas saberão que eu sou aquele que esquadrinha os rins e os corações; e darei a cada um de vós segundo as suas obras. Digo-vos, porém, a vós os demais que estão em Tiatira, a todos quantos não têm esta doutrina, e não conhecem as chamadas profundezas de Satanás, que outra carga vos não porei; mas o que tendes, retende-o até que eu venha. Ao que vencer, e ao que guardar as minhas obras até o fim, eu lhe darei autoridade sobre as nações, e com vara de ferro as regerá, quebrando-as do modo como são quebrados os vasos do oleiro, assim como eu recebi autoridade de meu Pai; também lhe darei a estrela da manhã. Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito dia às igrejas."
Jesus, o Cristo se identifica como o Filho de Deus, e como quem tem os pés reluzentes como o latão polido. É uma repetição das suas características do capítulo um. Ele afirma conhecer todas as obras daquela Igreja e que ela experimentou uma progressão nas práticas cristãs genuínas. É uma Igreja verdadeira e que apresenta as marcas de Cristo.
O Cristo, porém, apresenta uma queixa contra uma situação nesta Igreja: tolerava uma mulher chamada Jezabel, a qual se dizia profetiza, mas na verdade, desviava alguns para práticas diabólicas. O erro era a sedução para experimentar daquilo que não é a vida de Cristo. Na verdadeira Igreja não há nada além de Cristo, pois Ele é tudo em todos, logo, todos e cada um individualmente são nada para que Ele seja tudo. O que passa disto está fora da verdade, sendo portanto, prostituição espiritual. Jezabel foi a esposa do rei Acabe que mantinha centenas de falsos profetas e cultuava ídolos, que na verdade, eram demônios. Assim, a menção desta mulher no Apocalipse é uma tipificação da antiga Jezabel. Doutrinas que estão fora de Cristo são consideradas adultério espiritual, ou seja, manter relações com aquilo que não é a vida de Cristo. Isto recai em manter relações com as profundezas de Satanás. Jezabel, neste texto, é uma igreja que põe em prática a doutrina de Balaão iniciada na Igreja de Pérgamo. Não é uma mulher que viveu em Tiatira e que pertencia a esta Igreja. Mulher sempre simboliza igreja no texto apocalíptico. Dependendo das descrição do que ela prática, poderá ser identificada como a Igreja de Cristo, ou a Igreja de Satanás.
Observa-se, que, mesmo tendo a falsa igreja - Jezabel - infiltrada na Igreja em Tiatira, esta Igreja continua sendo verdadeira. Então, os que estão na Igreja de Cristo sem possuir a sua natureza, é que são excrescências, e não a Igreja como um todo. Jezabel era tolerada e toda a palavra de reprimenda neste texto apocalíptico, não é contra a Igreja em Tiatira, mas contra a falsa igreja que persiste infiltrada. Neste caso se aplica a figura do joio e do trigo: eles crescem juntos, só no final é que serão separados.
Foi dito a Igreja em Tiatira que esperasse em fidelidade até o retorno do Grande Rei. À igreja falsa que coexiste com a Igreja verdadeira é dito que será lançada em tribulação e morrerá com seus filhos, ou seja, seguidores. Indica as características da Igreja que precederá o retorno de Cristo, e que será perseguida e destruída pelo governo da besta.
As tais profundezas de Satanás são doutrinas secretas e herméticas caracterizadas por aqueles que dentro da igreja institucional afirmam que só eles possuem o poder de revelação de Deus. Na verdade, são doutrinas esotéricas resultantes dos poderes latentes da alma e não dons espirituais, como muitos supõem. Nas igrejas atuais há muitas jezabeis, profetas de balaão e nicolaítas.
O Grande Rei termina a carta dizendo que aos vencedores será dada autoridade sobre as nações, e também, receberão a estrela da manhã. Tal afirmação pode ser uma alusão ao próprio Cristo e a Sua glória entre os eleitos e imortais da tribulação.
Gloria in excelsis Deo!

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