segunda-feira, janeiro 12

O QUE É E O QUE NÃO É APOSTASIA VI

Hb. 6: 1 e 6 - "Pelo que deixando os rudimentos da doutrina de Cristo, prossigamos até a perfeição não lançando de novo o fundamento de arrependimento de obras mortas e de fé em Deus (...) e recaíram, sejam renovados outra vez para arrependimento; pois assim, quanto a eles, de novo crucificam o Filho de Deus, e o expõe ao vitupério." Outra característica básica da apostasia é a permanência nos rudimentos do ensino das Escrituras, isto é, a pessoa não sai do lugar, não supera as dúvidas e não cresce espiritualmente. O apóstata está sempre as voltas querendo produzir doutrina que preencha as suas necessidades e não se inclinam ao que as Escrituras ensinam. Estão presos ao que foi construído em suas mentes cauterizadas pela religião institucionalizada e horizontal. As obras da lei são mortas para o efeito de redimir o homem, porque não há redenção sem morte em Cristo, qual seja, sem derramamento de sangue conforme Hb. 9:22 - "E quase todas as coisas, segundo a lei, se purifica com sangue; e sem derramamento de sangue não há remissão." A lei prescrevia o sacrifício com derramamento de sangue como prefigura do supremo sacrifício de Cristo na cruz. Tal sacrifício foi final e definitivo para justificação e purificação do pecador, por isso, quando da morte de Cristo, o véu do templo que separava o Átrio do Santo dos Santos, onde se colocava o sangue da vítima, se rasgou de cima abaixo, indicando que o sacrifício final havia sido feito. Agora, nenhum sacrifício teria mais validade, pois o verdadeiro e definitivo sacrifício pelo pecado estava consumado.
Ora, se o pecador crê que foi incluído na morte de Cristo para destruição do corpo do seu pecado, e, que, com Ele ressuscitou para ganhar a vida abundante, não há mais o que voltar aos rudimentos de obras preceituais da lei, pois isto é negar a eficiência e a eficácia da morte em Cristo. Jesus afirma que, quem comer a Sua carne e beber o Seu sangue permanece n'Ele conforme Jo. 6:51, 54 a 56 - "Eu sou o pão vivo que desceu do céu, se alguém comer desse pão, viverá para sempre; e o pão que eu der é a minha carne, que eu darei pela vida do mundo. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna e eu o ressuscitarei no último dia. Porque a minha carne verdadeiramente é comida, e o meu sangue verdadeiramente é bebida. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele."
Embora pareça uma relação antropofágica, o Senhor Jesus está falando por metáfora sobre a tipificação da inclusão do pecador na sua morte, para destruição da natureza pecaminosa conforme Rm. 6: 6 - "Sabendo isto, que o nosso velho homem foi com ele crucificado, para que o corpo do pecado seja desfeito, para que não sirvamos mais ao pecado." Nota-se que o texto não fala sobre o nosso 'homem velho', mas sobre o nosso 'velho homem'. Esta é uma referência à velha natureza, ou seja, a natureza adâmica pecaminosa. Também o texto se refere ao pecado e não aos atos pecaminosos. Portanto, é uma questão de natureza e não apenas de atitudes pecaminosas. Quem não passa por este processo não pode jamais falar de novo nascimento!
O autor da carta aos hebreus ensina, que, os que permanecem nos rudimentos da doutrina de Cristo e não de homens, que lançam outro fundamento de obras do esforço e de fé em Deus, quando recaem, não podem ser renovados, pois estão crucificando o Filho de Deus novamente. A morte substitutiva e inclusiva de Cristo foi realizada uma única vez e para sempre, tendo efeito e eficácia eterna.
A apostasia se percebe por uma instabilidade e mutabilidade doutrinária a qual mantém os não regenerados presos a um corpo de regras, normas e preceitos de homens, ainda que se utilize de textos bíblicos. Declarar as Escrituras, citá-las e possuir corpo de doutrinas, não implica necessariamente em verdade e salvação.

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