Comumente se confunde Igreja com o Corpo Vivo de Cristo; Congregação com Agregação; Religião com Verdade; Fé com Crença. O homem é um ser naturalmente religioso, mesmo quando não professa nenhuma religião, porque sempre tem algum tipo de crença que o leva à busca do eterno. Crê até mesmo que não crê, e neste sentido, a sua descrença é uma forma de crença. Entretanto, e paradoxalmente, o homem é por natureza ateu, ou seja, oposto a Deus. A sua natureza pecaminosa não o inclina para Deus, mas sim para religião, misticismo e crenças.
Igreja é um termo ambíguo, pois, como já foi dito, pode ser apenas um grupo de pessoas unidas em torno de uma crença e agregadas por um conjunto de normas, regras e preceitos, dando a base das suas expectativas. Isto difere substancialmente do que é, de fato, a Igreja como o Corpo Vivo de Cristo conforme Cl. 1:18 - "E ele é a cabeça do corpo, da igreja; é o princípio e o primogênito dentre os mortos, para que em tudo tenha a preeminência." No caso dessas igrejas que são apenas agregações de homens com base em seus próprios pressupostos, Cristo não é a cabeça, pois o centro não é a cruz. Cristo não tem a preeminência neste agregado de pessoas, ainda que elas tenham suas declarações de fé e de princípios. Não basta proclamar que crê, que as Escrituras são sua única regra de fé e prática se a realidade espiritual não for centrada em Cristo e este crucificado. Muito menos adianta declarar verdades bíblicas e ter comportamento moral exemplar se não crê que foi crucificado com Cristo e que até a vida carnal que ainda vive está no controle d'Ele.
A proposta neotestamentária que caracteriza e fundamenta a Igreja é muito clara conforme Cl. 1: 22 - "No corpo da sua carne, pela morte, para perante ele vos apresentar santos, e irrepreensíveis, e inculpáveis..." Para ser Igreja, isto é, fazer parte do Corpo de Cristo, primeiramente o pecador deve ter passado pela experiência de fé em sua morte por inclusão no corpo d'Ele. Não se pode admitir "novo nascimento" para quem não admite pela fé que Cristo não morreu sozinho na cruz, mas que cada um dos eleitos morreu com Ele para com Ele ressuscitar. A morte de Cristo não foi apenas substitutiva como pregam as seitas cristãs, mas foi também inclusiva como ensinam as Escrituras com clareza. O religioso consegue ver apenas um lado da cruz, a saber, o lado substitutivo. Isto lhe interessa, porque coloca justiça própria e mérito no seu suposto processo de salvação. É como se declarassem que Jesus, o Cristo estava sozinho na cruz para pagar por um pecado que Ele não possuía. Sem incluir o real culpado pelo pecado, a cruz não faria o menor sentido.
Quem dá o aumento do corpo de Cristo é Deus e não os esforços humanos conforme Cl. 2: 18 e 19 - "Ninguém vos domine a seu bel-prazer com pretexto de humildade e culto dos anjos, envolvendo-se em coisas que não viu; estando debalde inchado na sua carnal compreensão, e não ligado à cabeça, da qual todo o corpo, provido e organizado pelas juntas e ligaduras, vai crescendo em aumento de Deus." Hoje, o que se vê são dominadores com aparência de piedade porém negam o Senhor Jesus por seus atos e atitudes, falando do que não conhecem e não experimentaram.
Em língua portuguesa religião provém da palavra latina 'religio', sendo desconhecida as relações estabelecidas entre este vocábulo e outros vocábulos. Ao que parece, no mundo latino anterior ao cristianismo, 'religio' referia-se a um estilo de comportamento marcado pela rigidez e pela precisão por meio de regras morais.
Historicamente aparecem diversas etimologias para a origem do termo 'religio'. Cícero, na sua obra "De Natura Deorum", (45 a.C.) afirma que o termo se refere a relegere, reler, o que caracteriza as pessoas religiosas por uma constante averiguação de tudo o que se relaciona com as coisas divinas ou sobrenaturais, relendo os escritos que dão base aos seus sistemas de crença. Tal proposta etimológica dá relevo ao carácter repetitivo do exercício religioso, bem como o aspecto intelectual. Mais tarde, Lactâncio (séc. III e IV d.C.) rejeitou a explicação de Cícero afirmando que o termo vem de 'religare', 'religar', argumentando que a religião é um laço de piedade que serve para religar os seres humanos a Deus.
No livro "A Cidade de Deus" Agostinho de Hipona (séc. IV d.C.) afirma que 'religio' deriva de 'religere', qual seja, "reeleger". Através da religião a humanidade reelegeria novamente a Deus, do qual se havia separado. Mais tarde, na obra "De Vera Religione", Agostinho retomou a interpretação de Lactâncio, que via em 'religio' uma relação com "religar". Portanto, religião é religação, porém é uma propositura que parte do homem em direção a Deus.
Macróbio (séc. V d.C.) considerava que 'religio' deriva de 'relinquere', ou seja, seria algo que nos foi deixado pelos antepassados, ou seja, uma relíquia a ser cultivada.
Independente da origem, o termo é adotado para designar qualquer conjunto de crenças e valores que compõem a fé de determinada pessoa ou conjunto de pessoas.
No livro "A Cidade de Deus" Agostinho de Hipona (séc. IV d.C.) afirma que 'religio' deriva de 'religere', qual seja, "reeleger". Através da religião a humanidade reelegeria novamente a Deus, do qual se havia separado. Mais tarde, na obra "De Vera Religione", Agostinho retomou a interpretação de Lactâncio, que via em 'religio' uma relação com "religar". Portanto, religião é religação, porém é uma propositura que parte do homem em direção a Deus.
Macróbio (séc. V d.C.) considerava que 'religio' deriva de 'relinquere', ou seja, seria algo que nos foi deixado pelos antepassados, ou seja, uma relíquia a ser cultivada.
Independente da origem, o termo é adotado para designar qualquer conjunto de crenças e valores que compõem a fé de determinada pessoa ou conjunto de pessoas.
À luz do exposto, verificam-se alguns aspectos: não há consenso do que de fato é religião; religião é algo que parte do homem em direção a Deus, logo, Ele não está nisto!
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