Como foi exposto anteriormente, apostasia é qualquer afastamento ou distanciamento do evangelho. Entretanto, os religiosos julgam que estão afastados ou distanciados dos padrões do evangelho, todos os que não professam a mesma fé que a deles. Os "crentes" sempre julgam, que, por estarem engajados em uma obra, uma religião, uma igreja, uma missão ou ministério, estão imunes a tudo que a Bíblia aponta como erro. Alguns destes religiosos chegam as vias do ensoberbecimento religioso, ao apontarem todos os demais que não praticam a sua crença de serem heréticos ou perdidos. Em se tratando de verdade evangélica, não há basicamente entre os diferentes grupos religiosos, nenhum ponto em comum. Isto oferece aos críticos e opositores do Cristianismo uma grande oportunidade de ofender o nome do Senhor Jesus. Obviamente, tudo isto foi previsto pelo próprio Cristo, mas, também é Ele quem deixa claro que "ai daqueles por quem os escândalos vierem, melhor fora que não houvesse nascido."
Manter missionários dentro ou fora de um país, sustentar diversos obreiros, manter um ou diversos pastores, possuir uma grandiosa estrutura física e instrucional dentro de uma igreja ou denominação não é, necessariamente, estar no evangelho. Pode ser que se tenha tudo isto em nome do evangelho e este não seja pregado. Porque se um grupo, instituição ou denominação não conhece o verdadeiro evangelho sem interferência e sem ingerência humana no seu conteúdo, poderá ser qualquer coisa, menos o evangelho ensinado por Cristo. Não se pode confundir os ensinos humanitários e caritativos ensinados aos regenerados, com a pregação do evangelho que liberta e salva o pecador. Poder-se-á granjear inumeráveis pessoas para uma determinada igreja e elas não conhecerem o evangelho que inclui o pecador na morte de Cristo, como também na Sua ressurreição. Se a adoração de um homem não é ressurrecta, de nada serve diante de Deus para a sua redenção. Poderá ser um excelente princípio humanitário, sociológico ou psicológico, mas não salva. Por adoração ressurreta entende-se aquele, que, recebeu a graça para crer que foi incluído na morte com Cristo, e, que, com Ele ressuscitou para a vida eterna. Não há adoração fora deste padrão, mas apenas religião.
Falar acerca de Deus, de Cristo e das Escrituras não é pregação do evangelho. De sorte que aos não regenerados se prega o evangelho que é o poder de Deus para a salvação do pecador. Mas, aos que já foram regenerados se ensina o conhecimento de Deus e do Seu Cristo para que todos cheguem ao pleno conhecimento da verdade. Por regenerado entende-se aquele que foi gerado de novo, nascido do alto, nascido de Deus ou novo nascido nos moldes de II Co. 5:17 - "Pelo que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo." No texto grego original onde se lê "nova criatura" diz "nova geração", ou seja, regeneração. Para ser nova geração, obrigatoriamente o pecador deve estar em Cristo, ou seja, incluído n'Ele. Isto não é uma questão de retórica, mas de fé.
Este tipo de ensino, o qual prezamos nestes artigos são extremamente desconcertantes, e, por vezes, irritantes aos religiosos, porque retira-lhes o tapete dos méritos, dos esforços da carne, da justiça própria e da lei. Tudo o que foi construído pela religião, será desconstruído pela verdade; Tudo o que foi cimentado pela crença humanista será destruído pela verdade; Tudo o que foi edificado no esforça das obras de justiça humana será demolido pelo evangelho puro; Tudo o que é resultante da teologia humanista, intelectualista e denominacionalista será desmoronado pelo conhecimento das Escrituras pela revelação do Espírito Santo. Quando o pecador é regenerado ocorre uma total e completa desconstrução, tanto do que é reputado como bom, como do que é reputado como mau. Tudo deve ser novo!
O evangelho que liberta e salva não é aquele que você professa e crê, porque o recebeu por tradição, por dedicação, por esforço, por merecimento, por serviços prestados, por lealdade a uma igreja, denominação ou líder. O verdadeiro evangelho é apropriado por graça e não por mérito. A graça na concepção de Phillip Yancey é "Deus fazendo tudo por quem nada merece." E de fato é isto mesmo, porque do contrário, não seria graça, mas barganha ou negociata. O verdadeiro evangelho é o que está revelado em Is. 52:3 - "Porque assim diz o Senhor: por nada fostes vendidos; também sem dinheiro sereis resgatados." O homem pecador foi vendido ao Diabo por uma ilusão que seria como deus. Semelhantemente, para retornar a Deus na reconciliação é por graça e misericórdia e não por méritos de justiças próprias.
Na mesma linha de revelação está o texto de Is. 55:1 - "Ó vós, todos os que tendes sede, vinde às águas, e os que não tendes dinheiro, vinde, comprai, e comei; sim, vinde, comprai, sem dinheiro e sem preço, vinho e leite." Do ponto de vista mercantil este texto é incompreensível, para não dizer inaceitável.
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