Pela primeira vez os discípulos de Cristo foram chamados de cristãos aproximadamente no final do século I em Antioquia conforme o registro de At. 11:25 e 26 - "E partiu Barnabé para Tarso, a buscar Saulo; e, achando-o, o conduziu para Antioquia. E sucedeu que todo um ano se reuniram naquela igreja, e ensinaram muita gente; e em Antioquia foram os discípulos, pela primeira vez, chamados cristãos." Verifica-se que até a denominação de cristão é invenção humana, sendo que as Escrituras apenas a registram.
Durante os séculos II e III houve forte influência da cultura helênica, isto é, da filosofia grega, e muitos se infiltravam na Igreja, tentando adaptá-la ao que satisfazia aos seus interesses filosóficos e humanos. No século IV d. C. a situação do Cristianismo primitivo se tornou muito complexa devido ao surgimento de diversas seitas heréticas que tentavam minar as bases ou os fundamentos de Cristo e dos apóstolos.
O apóstolo Paulo combateu sectários e hereges, especialmente entre judeus, como se pode perceber claramente em I Co. 15:32 - "Se, como homem, combati em Éfeso com as feras, que me aproveita isso? Se os mortos não são ressuscitados, comamos e bebamos, porque amanhã morreremos." Ele faz citação de um princípio da filosofia edonista dos gregos. Atualmente este princípio é chamado de ética situacional, ou seja, o que importa é o aqui e o agora e a satisfação dos anseios humanos. É deste pensamento que surge o modo de vida imediatista e consumista do mundo atual.
Também Judas, irmão de Jesus, registra a intromissão de falsos cristãos conforme Jd. 4 - "Porque se introduziram alguns, que já antes estavam escritos para este mesmo juízo, homens ímpios, que convertem em dissolução a graça de Deus, e negam a Deus, único dominador e Senhor nosso, Jesus Cristo."
Ao que tudo indica aproximadamente 2000 anos depois, a Igreja não aprendeu ainda a considerar o que Paulo prega aos colossenses conforme Cl. 2:8 - "Tende cuidado, para que ninguém vos faça presa sua, por meio de filosofias e vãs sutilezas, segundo a tradição dos homens, segundo os rudimentos do mundo, e não segundo Cristo..."
A questão fundamental é que as igrejas estão repletas de homens que não foram regenerados. Eles não experimentaram o nascimento do alto conforme Jo. 3: 3 e 5 - "Jesus respondeu, e disse-lhe:na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus. Jesus respondeu: na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus." Embora os tradutores, por questão de facilitação, tenham traduzido como "novo nascimento", o original fala em nascer do alto, isto é, regeneração operada por Deus. Então, quem não nascer do alto, não vê e não entra no reino de Deus. Desta forma se pode ter milhões e até bilhões de pessoas dentro de igrejas institucionais e elas não serem geradas do alto. Serão, no máximo, religiosas!
Por falta de regeneração é que crentes de todas as matizes são facilmente fascinados por líderes inescrupulosos, por lobos devoradores e por salteadores conforme Gl. 2:1 - "Ó insensatos gálatas! quem vos fascinou para não obedecerdes à verdade, a vós, perante os olhos de quem Jesus Cristo foi evidenciado, crucificado, entre vós?" Enquanto o religioso não regenerado gosta de ouvir o que lhe agrada, os nascidos de Deus gostam de ouvir o que lhes reduz a nada, para que, sendo eles nada, Cristo possa lhes ser tudo.
A questão fundamental é que se a fé de um dito cristão não está na cruz ela não passará de mero fascínio religioso. Poder-se-á ter, neste caso, agregação sem congregação, crença sem fé, religião sem nascimento do alto e igreja com adjetivos bonitos em seus letreiros, mas que nada têm a ver com o Senhor da Igreja. A Ele, pois, honra, força, glória e poder.
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