janeiro 11, 2009

O QUE É E O QUE NÃO É APOSTASIA II

Mt. 5:37 - "Seja, porém, o vosso falar: sim, sim; Não, não; porque o que passa disto é de procedência maligna." Estas são palavras de Jesus, as quais oferecem opção de alguém dizer a verdade, ou a mentira. A mentalidade maligna sempre coloca as coisas em termos relativizados, porque isto permite agradar e manter as coisas no limite do aceitável pelo homem. Foi assim que o inimigo agiu no Éden em relação a Eva conforme Gn. 3:1 - "Ora, a serpente era o mais astuto de todos os animais do campo, que o Senhor Deus tinha feito. E esta disse à mulher: é assim que Deus disse: não comereis de toda árvore do jardim?" Primeiramente o inimigo faz uma afirmação em nome de Deus, secundariamente coloca as coisas em termos interrogativos, induzindo a mulher à dúvida. Realmente, Deus havia dito que o homem poderia comer de toda árvore do jardim, porém há uma exceção em relação à árvore do conhecimento do bem e do mal. Esta parte Satanás omitiu propositadamente. Por semelhante modo, os apóstatas agem também assim, mesclando mentiras e meias verdades. Introduzem meias verdades, como se fossem verdades completas. Entretanto, sabe-se que aos olhos de Deus, meias verdades são mentira completa. A verdade não é uma concepção, mas uma pessoa, a saber, Cristo.
A maior parte dos religiosos são apóstatas por natureza e por posição, agem sempre da mesma forma: afirmam verdades doutrinárias, porém as adequam aos seus sistemas de crença para satisfação de suas próprias exigências. Eles incorporam as verdades bíblicas à sua base de crença, porém omitem ou desconhecem que é essencial o novo nascimento, a saber, a inclusão do pecador na morte de Cristo e sua consequente ressurreição com Ele. A morte de Jesus, o Cristo aparece apenas como substitutiva, mas jamais como inclusiva. É óbvio que Cristo não morreu sozinho na cruz! Não teria sentido e nem lógica humana, e, muito menos caráter espiritual, pois Ele não tinha pecado para pagar. Foi Deus que o fez pecado para aniquilação do pecado do homem conforme Hb. 9:26 - "...doutra forma, necessário lhe fora padecer muitas vezes desde a fundação do mundo; mas agora, na consumação dos séculos, uma vez por todas se manifestou, para aniquilar o pecado pelo sacrifício de si mesmo." Isto ocorreu pela atração de todos os que estavam ordenados para a vida eterna à cruz conforme Jo. 12:32 e 33 - "E eu, quando for levantado da Terra, todos atrairei a mim. Isto dizia, significando de que modo havia de morrer." Jesus atraiu os pecadores eleitos à sua morte, para matar a morte deles em sua morte e trazê-los à vida abundante após a ressurreição. O pecado matou o homem para Deus, ou seja, o destituiu da glória de Deus. O único meio de voltar à comunhão é matando a morte do homem, na morte de Cristo. Esta questão do nascimento do alto pela inclusão na morte de Cristo é uma questão de fé.
Voltando ao caso dos judeus que eram iluminados pelo evangelho, mas que depois voltavam às obras da lei, percebe-se ali um claro exemplo de apostasia. O texto de Hebreus 4 descreve aquelas pessoas como quem tivera sido iluminados pelo evangelho, recebendo grandes privilégios e vantagens que a lei não poderia oferecer. Porém, estavam apostatadas de maneira a nunca poder se recuperar conforme Hb. 2:3 e 4 - "Como escaparemos nós, se não atentarmos para uma tão grande salvação, a qual, começando a ser anunciada pelo Senhor, foi-nos depois confirmada pelos que a ouviram; Testificando também Deus com eles, por sinais, e milagres, e várias maravilhas e dons do Espírito Santo, distribuídos por sua vontade?" Não há em nenhum ponto do contexto geral que estas pessoas teriam sido justificadas, mas apenas que elas foram agraciadas com a palavra da verdade e o privilégio de presenciar o fruto do Espírito Santo, os quais geravam experiências específicas para a época de transição da lei para o evangelho da graça.
Isto confirma o texto que afirma que "muitos são os chamados, mas poucos os escolhidos." Não há nenhuma declaração que os tais tenham sido santificados ou sido feitos filhos de Deus conforme Jo. 1:11 e 12 - "Veio para o que era seu, e os seus não o receberam. Mas, a todos quantos o receberam, aos que creem no seu nome, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus". O sentido de iluminados no texto grego neotestamentário é que receberam conhecimento ou revelação da verdade e não que receberam a própria verdade que é Cristo.
Assim, o texto sem prejuízo do seu contexto fala de privilégios estendidos a estes que não permaneceram no caminho da verdade. Eles foram iluminados v. 4, sendo que 'iluminados' tinha o mesmo sentido de 'batizados' na Igreja primitiva. O batismo era e é celebrado uma única vez, por isso, aparece a expressão, "uma vez iluminados". A iluminação do conhecimento por meio de evangelho significa ser instruído na doutrina segundo o evangelho para sermos iluminados espiritualmente depois. Este é o processo de vivificação pela palavra vivificante ou 'rhema'. Assim, ainda hoje muitos entram em uma determinada igreja, se batiza, recebe conhecimento das Escrituras e depois saem. Por esta razão a Palavra de Deus afirma: "saíram dos nossos, porque não eram dos nossos."
O segundo privilégio recebido por aqueles, os quais não permaneceram na verdade, é que "provaram o dom celestial" v. 4b. O que significa "provar" esse dom vindo do céu? Pode significar apenas que tiveram provas do dom inefável de Deus. Em II Co. 9:15 é dado o conhecimento do que seja um dom ou graça de Deus concedida ao homem - "Graças a Deus pelo seu dom inefável!" No contexto anterior ao verso 15 se vê que este dom inefável era o de ter os crentes de Corinto se tornado libertos no espírito, caridosos, generosos no ministrar aos santos carentes. Então Deus se agrada em conceder graça aos homens, a qual produz fruto. Entretanto, basta uma lida rápida nas epístolas aos corintios para verificar o quanto de maus comportamentos ocorriam dentro daquela Igreja. Então, ser objeto do dom de Deus e da sua graça pode não tornar alguns justificados, perfeitos, filhos e santos. O dom de Deus é algo concedido ou dado ao homem sem que ele mereça absolutamente nada conforme Tg. 1:17 - "Se conheceres o dom de Deus..." que, segundo alguns se refere ao conhecimento do próprio Cristo. Outros, porém preferem entender que é uma referência ao Espírito Santo conforme At. 2:38 - "E recebereis o dom do Espírito Santo..." Embora o texto deixa muito claro que é o recebimento do dom concedido pelo Espírito Santo e não ele mesmo.
O fato é que estes judeus de Hebreus capítulo 4 haviam sido altamente privilegiados por um profundo conhecimento do ensino verdadeiro. Entretanto, eles preferiram voltar às antigas práticas da lei, crucificando ao Senhor Jesus novamente. Tornaram nula a graça de Deus e retornando ao sistema do esforço e dos méritos.

Um comentário:

Paulo Brasil disse...

Amado, há muito material bíblico. Poderia ter mais clareza e conclusão de cada ponto. Mas louvo a Deus pela iniciativa do irmão.

Fiz textos sobre a Apostasia e apreciaria sua avaliação.

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