Lc. 11: 5 a 13 - "Disse-lhes também: se um de vós tiver um amigo, e se for procurá-lo à meia-noite e lhe disser: amigo, empresta-me três pães, pois que um amigo meu, estando em viagem, chegou a minha casa, e não tenho o que lhe oferecer; e se ele, de dentro, responder: não me incomodes; já está a porta fechada, e os meus filhos estão comigo na cama; não posso levantar-me para te atender; digo-vos que, ainda que se levante para lhos dar por ser seu amigo, todavia, por causa da sua importunação, se levantará e lhe dará quantos pães ele precisar. Pelo que eu vos digo: pedi, e dar-se-vos-á; buscai e achareis; batei, e abrir-se-vos-á; pois todo o que pede, recebe; e quem busca acha; e ao que bate, abrir-se-lhe-á. E qual o pai dentre vós que, se o filho lhe pedir pão, lhe dará uma pedra? Ou, se lhe pedir peixe, lhe dará por peixe uma serpente? Ou, se pedir um ovo, lhe dará um escorpião? Se vós, pois, sendo maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais dará o Pai celestial o Espírito Santo àqueles que lho pedirem?"
Muitas pessoas encontram ou criam muitas dificuldades para ler e compreender as Escrituras. Outros afirmam, sem conhecimento de causa, que a Bíblia é contraditória, porque em uma secção afirma que não se deve usar de repetições, em outra diz que é para insistir. Por estas aparentes paradoxos acabam perdendo o ânimo para buscar o conhecimento de Deus.
A questão toda é que a maioria dos leitores não sabe que o texto sagrado é uno e que não se pode separar uma instância da outra como se fossem módulos de um curso acadêmico. Também não sabem que as Escrituras não foram deixadas para serem compreendidas apenas à luz da razão, mas sim para serem cridas à luz da fé. Acrescenta-se ainda que muitos não têm discernimento entre o que é figurado e o que é literal, tomando um pelo outro e, invertendo as suas aplicações.
A primeira regra sobre a oração é saber orar segundo a vontade de Deus e não segundo os desejos do coração corrompido pela natureza pecaminosa. E a regra áurea para compreender os textos bíblicos é deixar que eles leiam você, e não que você os leia. O propósito de Deus é basicamente um só conforme Jo. 6: 29 e 39 - "Jesus lhes respondeu: A obra de Deus é esta: que creiais naquele a quem ele enviou. E a vontade do que me enviou é esta: que eu não perca nenhum de todos aqueles que me deu, mas que eu o ressuscite no último dia." Então, orar segundo a vontade de Deus exige, primeiramente, que se creia em Jesus como o Filho de Deus enviado ao mundo para justificar pecadores. Isto implica que a oração não é para exaltação de si mesmo, para soberba, egoísmo, e autodivinização com a natureza pecaminosa não-regenerada.
A oração deve, sempre e invariavelmente, ser de acordo com uma real necessidade, e não de acordo com uma vaidade, capricho, ou egoísmo. O vizinho da parábola contada por Jesus mostrou-se inoportuno, porém por uma real necessidade. O outro vizinho importunado, cedeu, porque era amigo. É demonstrado na dita parábola que, mesmo sendo o homem mau e egoísta sabe dar boas coisas, quanto mais Deus que é perfeito e é amor? É dito que àquele que pede será dado, ao que bate a porta será aberta, ao que busca achará. Pode ser que as respostas não sejam exatamente as que o coração imperfeito deseja, mas aquelas segundo a retidão do coração de Deus.
O que acontece é que Jesus está mostrando que é necessário crer que Deus, mesmo sendo invisível, ouve a oração. Portanto, é necessário que aquele que bate, busca e pede creia que de fato Ele responde as orações. É uma questão de fé, e não de insistência inoportuna que faz que Ele se mova em favor do pecador. Também já foi tratado em outro artigo que, na verdade, é o Espírito Santo quem intercede pelo que ora, e que Jesus é o advogado do pecador conforme I Jo. 2: 1 - "Meus filhinhos, estas coisas vos escrevo, para que não pequeis; mas, se alguém pecar, temos um Advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o justo."
Sola Scriptura!
Nenhum comentário:
Postar um comentário