I Co. 2: 1 a 11 - "E eu, irmãos, quando fui ter convosco, anunciando-vos o testemunho de Deus, não fui com sublimidade de palavras ou de sabedoria. Porque nada me propus saber entre vós, senão a Jesus Cristo, e este crucificado. E eu estive convosco em fraqueza, e em temor, e em grande tremor. A minha linguagem e a minha pregação não consistiram em palavras persuasivas de sabedoria, mas em demonstração do Espírito de poder; para que a vossa fé não se apoiasse na sabedoria dos homens, mas no poder de Deus. Na verdade, entre os perfeitos falamos sabedoria, não porém a sabedoria deste mundo, nem dos príncipes deste mundo, que estão sendo reduzidos a nada; mas falamos a sabedoria de Deus em mistério, que esteve oculta, a qual Deus preordenou antes dos séculos para nossa glória; a qual nenhum dos príncipes deste mundo compreendeu; porque se a tivessem compreendido, não teriam crucificado o Senhor da glória. Mas, como está escrito: as coisas que olhos não viram, nem ouvidos ouviram, nem penetraram o coração do homem, são as que Deus preparou para os que o amam. Porque Deus no-las revelou pelo seu Espírito; pois o Espírito esquadrinha todas as coisas, mesmos as profundezas de Deus."
O poder sempre foi, é, e continuará sendo extremamente fascinante ao homem. Por ele, exércitos marcharam, banhando a face da Terra de sangue muitas vezes; por ele, homens antes dignos perderam completamente a sanidade; por ele milhões e milhões são investidos em campanhas políticas; por ele, amigos traem, e são traídos, delatando-se uns aos outros.
A sede do poder é algo tão fortemente inoculado na mente humana, que, mesmo nas pregações, as quais deveriam anunciar o evangelho da salvação, alguns pregadores gastam mais tempo enumerando os seus próprios poderes, dons, e virtudes. O anúncio do que de fato é essencial à salvação do pecador torna-se secundário. É muito comum em letreiros, placas, banners, e faixas estampadas no alto das paredes de determinadas igrejas se ler o seguinte: "Noite do Poder", "Show da Fé". Desviam o foco do poder que é atributo exclusivo de Deus, para homens que mal sabem discernir suas próprias naturezas contaminadas e decaídas.
Em sentido oposto à saga humana pelo poder, o evangelho de Cristo cria nos eleitos e regenerados a plena convicção de que nada são em si mesmos. Assim, o apóstolo Paulo se refere a si mesmo: "A mim, o mínimo de todos os santos, me foi dada esta graça de anunciar aos gentios as riquezas inescrutáveis de Cristo..." Ainda, Paulo afirma em I Tm. 1:15b - "...que Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores, dos quais sou eu o principal." As riquezas inescrutáveis estão em Cristo, a salvação está em Cristo, o poder está em Cristo, pois Cristo é tudo em todos conforme Cl. 3:11b - "...mas Cristo é tudo em todos." Para que Ele seja tudo em todos, estes todos e cada um devem ser nada.
O verdadeiro evangelho não se propõe a atrair o pecador com base em sabedoria humana. Não faz acordo com filosofias conforme Cl. 2:8 - "Tendo cuidado para que ninguém vos faça presa sua, por meio de filosofias e vãs sutilezas, segundo a tradição dos homens, segundo os rudimentos do mundo, e não segundo Cristo." A sabedoria de Deus para aniquilar o pecado no homem é Cristo conforme I Co. 1:24 - "...mas para os que são chamados, tanto judeus como gregos, Cristo, poder de Deus, e sabedoria de Deus." O verdadeiro evangelista prega em fraqueza, temor e grande tremor, pois está desafiando o inimigo em seu próprio território. Por esta razão, depende total e plenamente da Graça de Deus. A sua pregação não consiste em elucubrações e injunções humanas, mas no poder do Espírito de Deus. A sabedoria divina não é o resultado dos conhecimentos teológicos do homem, mas ela foi constituída antes dos tempos eternos em Cristo. O evangelho da fraqueza é o mistério oculto no tempo pelo qual Deus preparou um caminho para redimir o pecador sem o concurso da sabedoria humana.
As coisas espirituais são originadas no Espírito de Deus, são reveladas ao espírito do homem. O evangelho da fraqueza consiste na sabedoria divina em fazer o Seu Filho Unigênito se tornar homem, na pessoa de Jesus, para resgatar o homem em sua fraqueza.
Sola Gratia!
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