janeiro 24, 2012

O EVANGELHO EM VASOS DE BARRO

II Co. 4: 8 a 11 - "Porque Deus, que disse: das trevas brilhará a luz, é quem brilhou em nossos corações, para iluminação do conhecimento da glória de Deus na face de Cristo. Temos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus, e não da nossa parte. Em tudo somos atribulados, mas não angustiados; perplexos, mas não desesperados; perseguidos, mas não desamparados; abatidos, mas não destruídos; trazendo sempre no corpo o morrer de Jesus, para que também a vida de Jesus se manifeste em nossos corpos; pois nós, que vivemos, estamos sempre entregues à morte por amor de Jesus, para que também a vida de Jesus se manifeste em nossa carne mortal."
Muitos líderes se gabam dos seus títulos, dos seus currículos, de quantas vezes leu a Bíblia toda, de quantos livros têm em seus acervos particulares. Muitos lutam por cargos dentro das igrejas, das denominações, e por vezes, até mesmo no sistema político dos seus municípios. Outros se gabam de ter uma igreja com muitos fieis. Há quem diga que se deve pregar o evangelho para melhorar o homem, e a própria sociedade. Outros acreditam que a pregação do evangelho é a solução para banir a violência, as drogas, a imoralidade, os roubos, e fazer justiça social. Ledo engano, pois o evangelho de Cristo não tem como proposta inicial e principal uma mera reforma moral do homem. Tais propostas são muito tentadoras, mas estão na contramão do evangelho de Cristo, porque este se propõe a gerar uma nova criatura.  Não se propõe a colocar vinho novo em odre velho conforme o ensino do Mestre.
Contrariamente, as Escrituras mostram que a sociedade, a humanidade, e o sistema mundano irá de mal a pior moralmente. Isto porque toda a sua origem está contaminada pelo pecado que entrou no mundo por meio de um homem, e passou a todos os homens. O mundo pode até auferir grandes progressos científicos, materiais e tecnológicos, mas espiritualmente marcha na direção de um precipício.
Figurativamente, os vasos de barro são os mensageiros do evangelho de Cristo, o qual não faz acordos com outros evangelhos humanistas e horizontalizados. Deus, antes da fundação do mundo, escreveu no livro da vida os nomes dos seus eleitos. Ele os conheceu antes que houvesse o próprio mundo. Eles sequer existiam para praticar qualquer ato bom, ou ruim conforme o registro de Rm. 9:11 a 16 - "... pois não tendo os gêmeos ainda nascido, nem tendo praticado bem ou mal, para que o propósito de Deus segundo a eleição permanecesse firme, não por causa das obras, mas por aquele que chama, foi-lhe dito: o maior servirá o menor. Como está escrito: amei a Jacó, e aborreci a Esaú. Que diremos, pois? Há injustiça da parte de Deus? De modo nenhum. Porque diz a Moisés: terei misericórdia de quem me aprouver ter misericórdia, e terei compaixão de quem me aprouver ter compaixão. Assim, pois, isto não depende do que quer, nem do que corre, mas de Deus que usa de misericórdia". 
Deus agiu monergisticamente em relação aos eleitos, pois os predestinou, os chamou, os justificou, e os glorificou conforme o registro de Rm. 8: 29 e 30 - "Porque os que dantes conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos; e aos que predestinou, a estes também chamou; e aos que chamou, a estes também justificou; e aos que justificou, a estes também glorificou." Assim, quando a estes pecadores eleitos é dada a graça da vivificação, eles recebem a luz de Deus, a saber, o conhecimento da verdade que é Cristo, e não uma concepção filosófica.
Tal revelação se constitui em um tesouro guardado em vasos de barro, pois o homem, de fato, é barro. Entretanto, a vida de Cristo que nele é gerada pelo "novo nascimento" o faz receptáculo do conhecimento espiritual que o põe em comunhão com Deus novamente. A este processo dá-se o nome de redenção, justificação, salvação. Ainda que eleito e regenerado, o vaso de barro, permanece vaso de barro. Entretanto, a excelência do seu conteúdo é Cristo, a saber, a Sua vida que nele foi inoculada. A excelência do poder é de Deus e não do portador do evangelho da graça. Muitos imaginam que são bons religiosos, corretos moralmente, honestos cidadãos, excelentes pregadores do evangelho, porém continuam apenas vasos de barro, cheios tão-somente de barro. Nestes, a excelência e a preeminência não são de Cristo, mas deles mesmos. Por isto, os seus evangelhos oriundos da falsificação da Palavra de Deus, não prosperam espiritualmente. Não liberta o homem naquilo que é essencial, ou seja, da sua natureza pecaminosa. A maior libertação do homem consiste em livrar-se de si mesmo.
Ao contrário, os vasos escolhidos são de barro, frágeis, e fracos. São atribulados, perplexos, perseguidos, e abatidos. Todavia, o seu conteúdo interior jamais é abalado, porque a promessa é fiel e verdadeira conforme o registro de I Jo. 5:18 - "Sabemos que todo aquele que é nascido de Deus não vive pecando; antes o guarda aquele que nasceu de Deus, e o Maligno não lhe toca."
Solo Christus!
Sola Gratia!
Sola Fidei!

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