março 22, 2008

Os Inimigos da Cruz VII

Os da religião de Caim, que, por natureza, posição e relação são inimigos da cruz de Cristo, atacam os eleitos de Deus, já que não podem atacar as Escrituras. Eles se apegam a determinadas filigranas circunstanciais e superficiais para justificar o seu ataque afim de desviar a atenção das suas reais motivações decaídas. Mesmo quando falam em nome da doutrina, da denominação, da Bíblia, de Jesus, da Igreja e da verdade, invariavelmente entram em contradição. No fundo, e com alguma razão, eles se sentem inferiorizados, porque não podem alcançar a profundidade da riqueza de que fala Paulo aos Romanos, por isso, sobrevivem à superfície de concepções próprias acerca de Deus, de Cristo, da verdade e dos outros. Aprendem sempre, mas nunca chegam ao pleno conhecimento da verdade, porque crêem em suas próprias verdades. A verdade espiritual não é uma concepção particular, mas de fato é uma pessoa, a saber o próprio Cristo conforme Ele mesmo se define.
A questão fundamental aos da religião de Caim, que por extensão de sentido, são também arminianos e pelagianos, é que buscam um "deus" que se curve aos seus ditames, preceitos, regras, normas e deleites. Não podendo se aproximar de Deus por meio do substituto, o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo, preferem chamuscar a verdade com seus conceitos pseudo-teológicos. É como reza aquela fábula, atribuída a La Fontaine, das uvas verdes. Como a raposa não poderia subir na parreira para tomar das uvas maduras, preferiu acreditar e afirmar que as tais uvas estavam verdes.
Por exemplo, impingir alguém ou alguma doutrina de heresia é uma atitude, no mínimo, temerária, porque ao longo da hsitória do cristianismo, muitos que hoje acusam, repudiam e criticam outros religosos, foram igualmente chamados de sectários ou heréticos. Os reformadores em geral foram apelidados de protestantes em sentido perjorativo. Muitos deles foram considerados hereges, porque pregavam a slavação apenaa pela fé, "sola fidei." Hoje muitos incrédulos laçam mão dessa afirmação para justificar suas posições descompromissadas com os princípios pelos quais milhões de pessoas morreram na reforma. Outros lançam mão do "sola scriptura", quando na verdade não crêem nelas! Outros ainda pronunciam o "soli Deo gloria" aos quatro ventos, quando, na verdade, buscam a própria glória pessoal. Há também os que dizem: "sola Christo", quando cultuam a própria personalidade, como se fossem grandes virtuoses neste mundo. E de resto, outros ainda afirmam: "sola gratia", quando não vivem da graça de Deus, mas de buscar reconhecimento e aprovação dos homens em detrimento da verdade.
A graça é outro fator que divide e causa espécie entre os arminianos da religião de Caim. Como eles não a podem receber como dom de Deus, preferem afirmar que aqueles que vivem dela são libertinos e desobedientes à lei. Eles desconhecem que os eleitos de Deus e regenerados em Cristo, vivem da graça, e, portanto, suas vidas são totalmente subordinadas à vontade de Deus. Os regenerados não se pertencem mais, são de Deus. Mas os diluidores da graça em esforço, medo, cargas cerimoniais e morais, não têm paz e até a paz que arvoram ter, têm-na em angústia e apenas como "flatus vocis". A graça a qual as Escrituras ensinam, ao contrário, coloca o regenerado como alguém que confia na todo-suficência de Cristo, visto que não crê em escolhas morais sob o estigma do pecado como se fora "livre arbítrio". Portanto, os eleitos dependem exclusivamente da ação monérgica de Deus. Esta ação é irresistível e, mesmo que o regenerado, não tenha consciência dela, o Senhor a cumpre em suas vidas. Ele é soberano para realizar o que quer, onde quer, com quem quer, como quer e quando quer. Logo, qual é mais superficial? Viver da graça e, absolutamente dependente da soberana vontade de Deus? Ou viver de escolhas morais subordinadas à natureza pecaminosa e morta para Deus? A lei moral é outorgada por Deus a fim de manter o equilíbrio no universo e não para determinar quem será ou não será salvo.
Foi De Vern Fromke quem afirmou, quando alguém lhe disse: "a vida cristão é muto dificil", então respondeu: "não, ela não é difícil, é impossível". De fato viver o padrão que as Escrituras exigem, não é possível ao homem, salvo se este ganhar a misericórida e a graça de Deus para vivenciá-la. Apenas levando o morrer diário de Cristo se pode viver o padrão exigido pela santidade de Deus. Só a misericordiosa graça d'Ele permite que os seus eleitos vivam à Sua sombra.
A dependência da graça é um agravante no caso dos inimigos da cruz, pois tetando viver uma vida exigida pelo padrão moral e espiritual das Escrituras, acabam, nem crendo à verdade, nem vivendo o que afirmam crer. Por isso, pesquisas recentes apontam que 80% dos que necessitm procurar psicanalistas são "crentes". Certamente é muito dificil tentar viver de modo santificado, não possuindo natureza homóloga à santidade de Cristo. A pessoa que assim tenta viver é um ser dualista: uma realidade que ele almeja e afirma e outra que ele inventa e finge até mesmo em nome de Jesus.
Ouvi de um membro do poder judiciário local uma história estarrecedora. Conta ele que um colega de ofício, oriundo do interior do país, onde era promotor, quando queria a condeção de um determinado acusado, bastava convocar para compor o juri popular, uma maioria de componentes crentes. Ajuntou ele, eles são implacáveis e impiedosos, porque são legalistas. São mesmo! Foi Tozzer quem afirmou que "os cristãos são os únicos, que, na guerra atiram contra os seus própios soldados e não voltam para socorrer os feridos."
Em Hb. 4:11 diz: "ora, à vista disso, procuremos diligentemente entrar naquele descanso, para que ninguém caia no mesmo exemplo de desobediência." O inimigo da cruz faz a sua eisegese, ao invés de fazer exegese. Por isso, ele isola textos do seus contextos, neste caso em tela, o texto fala exatamente do descanso e da dependência plena da graça de Deus em Cristo. Afirmam a falácia pseudo-teológica da necessidade de esforçar e obedecer. Obviamente, todo aquele que é nascido de Deus aplica força e obedece, porque é portador da divina semente. Isto é o obvio ululante! Mas, no contexto geral, nada tem a ver com o cumprimento da lei, pois esta, Cristo cumpriu cabalmente na cruz. Neste texto, ao contrário, o autor da epístola aos hebreus está comparando a desobediência à lei, com o descanso dos que vivem da graça de Deus em Cristo.
O conhecido antes da fundação do mundo, o predestinado, o chamado, o justificdo e o glorificado em Cristo, cumpre a lei, porque ela já foi cumprida em Cristo. Não necessita assumir aquilo que foi posto diante do homem, justamente para mostrar que este não é capaz de cumprir. Houvesse a possibilidade de alguém cumprir totalmetne a lei, não necessitaria de Deus providenciar uma nova aliança no sangue de Cristo. A lei seria suficiente para redimir o pecador, pois neste caso, ele teria condições de cumpri-la por sua própria "livre agência" e esforço. Bastaria obedecer regras, preceitos e rituais cerimonialísticos. Neste sentido dar-se-ia o caso de a nova aliança já surgir caduca, mas, graças a Deus que a lei caducou na cruz onde foi satisfeita plenamente em Cristo, o Senhor da Glória. A Ele, pois toda honra, e toda glória eternamente.

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