Os inimigos da cruz de Cristo sempre existiram. Desde o Éden até os dias de hoje, eles agem e reagem sempre e invariavelmente da mesma forma. Isto porque suas naturezas são feitas da mesma matéria, a saber do pecado. Esta natureza pecaminosa, resultante da picada da serpente, os faz agir à revelia de Deus e do Seu Unigênito, porque há uma inimizade natural deles contra Deus e Seu Filho. Em Jo. 10: 24 a 29 diz: "Rodearam-no, pois, os judeus e lhe perguntavam: Até quando nos deixarás perplexos? Se tu és o Cristo, dize-no-lo abertamente. Respondeu-lhes Jesus: Já vo-lo disse, e não credes. As obras que eu faço em nome de meu Pai, essas dão testemunho de mim. Mas vós não credes, porque não sois das minhas ovelhas. As minhas ovelhas ouvem a minha voz, e eu as conheço, e elas me seguem; eu lhes dou a vida eterna, e jamais perecerão; e ninguém as arrebatará da minha mão. Meu Pai, que mas deu, é maior do que todos; e ninguém pode arrebatá-las da mão de meu Pai." Verifica-se que o religioso e inimigo da cruz quer saber, procura inquirir e exige respostas, não porque se importa com a verdade, mas para abalizar a sua posição. Estão sempre a procura de produzir provas, contra-arguentos, doutrinas, preceitos, regras sobre regras. Para tanto, necessitam da aprovação dos homens, porque tudo o que fazem está centrado no homem e não em Cristo. Embora se utilizem das Escrituras e do nome de Jesus, o Cristo, não Lhe dão o crédito em confissão e em submissão. Eles buscam sobrepor à verdade, as suas próprias concepções acerca da verdade. O que alguém declara acerca da verdade, pode não ser a própria verdade, visto que a verdade não é uma concepção.
A verdade, segundo Cristo, no texto retromencionado, é dita por palavras e também por atos. Todavia, os religiosos da seita do fruto do conhecimento do bem e do mal, não vêem e não entram nas profundidades da riqueza de Cristo. Só os nascidos do alto vêem e entram no reino de Deus de acordo com Jo. 3: 3 e 5. Os religisos inimigos de Cristo vivem na epiderme de uma verdade artificializada por doutrinas de homens compostas segundo tradições recebidas e de seus predecessores desde o Éden. Cada geração corrompe a verdade, dando-lhe uma tintura própria!
O problema do inimigo da cruz de Cristo é que ele não pode crer.Não é uma questão de querer, mas de poder. Não adianta dizer-lhe a verdade ou prová-la por atos, como fez Jesus aos seus contemporâneos e algozes. Eles não podem crer, porque não possuem naturezas homólogas a d'Ele. Para tanto, necessário é que percam as suas naturezas contaminadas pela serpente e ganhem a vida de Cristo.
Os serpentários de hoje estão repletos desse tipo de "crente". Sabem muito acerca de Jesus, da Bíblia, da religião, das igrejas, da obra e de Deus. Entretanto, negam-Lhe a soberania, a graça e a Todo-suficiência. Estes tais "religiosamente corretos", quando muito, são mencionados em Mt. 7: 18 a 23, nos seguintes termos: "uma árvore boa não pode dar maus frutos; nem uma árvore má dar frutos bons. Toda árvore que não produz bom fruto é cortada e lançada no fogo. Portanto, pelos seus frutos os conhecereis. Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus. Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? e em teu nome não expulsamos demônios? e em teu nome não fizemos muitos milagres? Então lhes direi claramente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade." O princípio divino no texto não é o do querer, mas o do poder. Uma árvore frutífera que produz frutos bons e comestíveis, não pode produzir frutos ruins e venenosos!
Veja, eles fazem coisas religisosamente corretas: profetizam, expulsam demônios e curam tudo em nome de Jesus. Entretanto, o Senhor lhes afirma que os seus frutos não são bons. Os frutos destas árvores são os frutos do conhecimento do bem e do mal, porque produzidos fora de Cristo. Eles não são dos ramos da videira verdadeira, por isso, os seus frutos são estranhos a ela. Apresentam fogo estranho sobre o altar da santidade de Cristo. Ele não os reconhece pelos seus frutos, pelos seus feitos, pelas suas obras, mas pelas suas naturezas. Cristo verifica na natureza do homem se há nela a Sua própria natureza. Quando não encontra uma natureza homóloga à d'Ele, então verifica-se a iniqüuidade. Está posto o machado à raiz da árvore!
O Senhor não os conheceu de antemão, não os elegeu, não os chamou, não os justificou e não os glorificou. Por isso, são estanhos à Sua santidade. Por esta razão é que são e estão inimigos da cruz de Cristo, porque ela é o divisor de águas. É nela que se perde a vida almática para ganhar a vida de Cristo, e isto, nada tem a ver com teorias superficiais de uma espécie de "Cristo residente". Cristo não tem residência no homem, mas o Seu Espírito está naqueles a quem Ele regenerou, porque Sua Palavra não pode ser anulada: "vós, porém, não estais na carne, mas no Espírito, se é que o Espírito de Deus habita em vós. Mas, se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dele. Ora, se Cristo está em vós, o corpo, na verdade, está morto por causa do pecado, mas o espírito vive por causa da justiça." Não se trata de uma experiência mística ou mítica, mas de fé e de epiritualidade de Cristo no homem. Isto só pode ser conhecido pelos que receberam a graça e bondade de Deus em Cristo.
Até mesmo os que antecederam a revelação de Cristo no tempo e no espaço criam por graça do Espírito de Cristo que neles estava conforme I Pd. 1:11 - "... indagando qual o tempo ou qual a ocasião que o Espírito de Cristo que estava neles indicava, ao predizer os sofrimentos que a Cristo haviam de vir, e a glória que se lhes havia de seguir."
A questão fundamental é: Cristo conhece as suas ovelhas, elas ouvem a sua voz e O seguem. Não há crise! Estes da religião de Caim entram em crises e debates, porque não são das ovelhas de Cristo. Têm-se a si mesmos como mestres, visto que amam mais a glória dos homens do que a glória de Deus. Acerca destes já falava João, o batista: amaram mais as trevas do que a verdadeira luz que alumia a todo o homem. Veja, esta luz, não ilumina a todos os homens, mas o homem como um todo.
Tudo nas Escrituras se resume a uma questão principiológica, sendo os princípios iniciados na exclusiva soberana vontade de Deus. Não adianta ao homem, por melhor que seja, conjecturar e produzir verdades. Deus não move o seu braço pelo que imagina o coração do homem, mas pelo que já estabeleceu em Seus decretos eternos antes dos tempos imemoriáveis, antes da fundação do mundo, antes que alguém pudesse vir à lume.
Soli Deo Gloria!
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