
Por volta dos primeiros séculos da Igreja, a Palestina sofreu forte influência do Império Greco-Macedônico e, posteriormente, do Império Romano. A genialidade da língua grega e a Pax Romana facilitaram a produção de literatura e divulgação de ideias muito rapidamente. Além disso, o contato com ensinamentos orientais, notadamente do Maniqueísmo, do Zoroastrismo e do Hermetismo Egípcio levaram ao surgimento de seitas, facções ou heresias denominadas de religiões de mistérios. Na essência, estes ensinos afirmavam que o homem poderia alcançar por si mesmo a vida eterna a partir de determinadas práticas, iniciações e ritos secretos. São os chamados ritos esotéricos ou religiões de mistérios.
Na atualidade, estas heresias, seitas e facções florescem como uma espécie de sincretismo religioso com forte apelo emocional, místico, gnóstico ou filosófico. Isto se dá em função da fragilidade das pregações e do ensino da Palavra de Deus, como também pelas carências materiais e espirituais da sociedade moderna corrompida pelo pecado ou natureza decaída.
2 Pe. 2:1 – “Mas houve também entre o povo falsos profetas, como entre vós haverá falsos mestres, os quais introduzirão encobertamente heresias destruidoras, negando até o Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina destruição.” O apóstolo Pedro não está em contradição ao afirmar que estes falsos mestres estão negando o próprio Senhor Jesus que os resgatou. Não poderiam terem sido resgatados e depois condenados pelo próprio resgatador. O que está no fundamento deste texto, é que os tais falsos mestres fizeram uma profissão de fé declarando-se crentes no Senhor Jesus, mas as suas práticas os conduziu à negação da verdade. Logo, eles trouxeram destruição a si mesmos, no sentido em que mentiram e penetraram furtivamente na Igreja sem passar pelo novo nascimento. Os tais falsos mestres introduziram encobertamente ensinos heréticos, porque ressaltavam outras escolhas fundadas no próprio homem como maneira de ganhar a salvação. Isto fica claro na expressão, "negando até o Senhor..." Se houve a negação do Senhor Jesus Cristo como suficiente e eficiente justificador, logo sobressai a justiça própria do homem.
O próprio cristianismo, o qual era chamado no primeiro século de "O Caminho" foi designado como uma seita ou heresia, pelos gregos e romanos, visto que os cristãos não se encurvaram ao paganismo e a idolatria destes povos. As Escrituras afirmam que é fundamental a ocorrência de heresias ou seitas a fim de refinar os verdadeiros eleitos de Deus conforme I Co.11:19 – “E até importa que haja entre vós facções, para que os aprovados se tornem manifestos entre vós.”
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