Há duas leis que regem o homem neste mundo, circunstanciadas pela contingencialidade humana, ou seja, pela natureza decaída no pecado. Uma é a 'lei do espírito da vida' e a outra é a 'lei do pecado e da morte'. A linha que separa estas duas leis é, aos olhos humanos, muito tênue, pois sob o domínio da natureza decaída, o homem interpreta qualquer sinal sensorial como procedente de Deus. Qualquer experiência que envolve sentimento, emoção e manifestações visíveis que ultrapassam o habitual ou o natural é tida como divina e imediatamente a pessoa se põe na perspectiva de grande portador de poderes divinos. Nestes casos, quase sempre, o indivíduo já requer para si algum dom superior e uma posição privilegiada em relação às outras pessoas. Os religiosos e os aflitos buscam tais experiências como se fossem dons espirituais, supondo que sejam o que foi ensinado no novo testamento. Tomam o texto ao pé da letra,e, por vezes, fora do contexto se afirmam como enviados de Deus ao mundo, portadores de uma nova mensagem e, as vezes, acabam inventando um novo evangelho. Não há novo evangelho! As boas novas, não são novas no conteúdo externo, mas tão somente, no momento e na forma que Deus escolhe para revelá-las aos que deseja segundo a Sua soberana vontade. O evangelho puro consiste no seguinte: "Porque primeiramente vos entreguei o que também recebi: que Cristo morreu por nossos pecados, segundo as Escrituras; que foi sepultado; que foi ressuscitado ao terceiro dia, segundo as Escrituras." É morte substitutiva e inclusiva, seguida de ressurreição vivificante e eterna. O que passa disso é anátema e esperteza almática decaída! A adoração, portanto, só é verdadeira se for ressurrecta.
Rm. 8:1 - "Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus." A construção gramatical e a sintaxe da oração mostra que após a operação monérgica de Deus, a condenação do pecado já não existe mais para os que estão em Cristo Jesus. Mas, como alguém pode estar em Cristo Jesus? Só existe uma forma de algo ou alguém estar em outro, ainda que contrariando a lei da física, a qual afirma que dois corpos não ocupam o mesmo espaço. O fato é que espiritualmente falando, a morte de Cristo não foi um fato isolado na forma, pois quando Ele foi levantado na cruz, atraiu os eleitos de Deus conforme Jo. 12: 32 e 33 - "E eu, quando for levantado da terra, todos atrairei a mim. Isto dizia, significando de que modo havia de morrer." Os religiosos incrédulos, leem apenas o verso 32, porque suas mentes escravizadas pela natureza pecaminosa não consegue dissernir o verso 33. É justamente da revelação completa destes e de tantos outros textos bíblicos que se abstrai a verdade inteira da substituição e da inclusão do pecador na morte e na ressurreição com Cristo.
A morte e a ressurreição de Cristo é uma operação sobrenatural no tempo e no espaço com repercussões eternas. É uma questão matemática em que um está em todos e todos estão em um conforme Rm. 5: 14 e 15 - "Pois o amor de Cristo nos constrange, porque julgamos assim: se um morreu por todos, logo todos morreram; e ele morreu por todos, para que os que vivem não vivam mais para si, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou." Este é o jogo da vida e da morte que estabelece em que lei o homem se encontra. Esta verdade é como a lei matemática da teoria dos conjuntos: um contem todos, e todos estão contidos em um. Estes todos não são todos os homens, mas todos os que foram incluídos em Cristo, a saber, na Sua morte de cruz. Apenas nestas circunstâncias é que se pode falar em novo nascimento, ou nascimento do alto conforme Jo. 3:3 - "Respondeu-lhe Jesus: em verdade, em verdade te digo que se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus." O novo nascimento não é um ritual religioso que se possa pregá-lo e apregoá-lo apenas como discurso de persuasão. É antes a ação real e única monergisticamente direcionada por Deus a fim de justificar e redimir os pecadores eleitos antes da fundação do mundo, ou antes dos tempos eternos conforme II Tm. 1: 9 - "...que nos salvou, e chamou com uma santa vocação, não segundo as nossas obras, mas segundo o seu próprio propósito e a graça que nos foi dada em Cristo Jesus antes dos tempos eternos..." Então, salvou, chamou segundo a santa vontade d'Ele e não segundo o que o homem faz ou deixa de fazer. Esta é mais uma pá de cal que o evangelho da verdade joga sobre os iludidos arminianos, os quais colocam as obras e o comportamento do homem como prioridade no processo de salvação. Coitados, se depender da moral humana, ninguém verá a face de Deus.
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