segunda-feira, agosto 4

A DETURPAÇÃO DA GRAÇA IX

Ocorre clara deturpação da graça, quando o homem, a partir apenas de seus atos e atitudes, se ilude pela possibilidade de melhor servir ou oferecer o seu melhor a Deus. Neste ponto, ele fere incisivamente o texto de Ef. 2: 1 a 10 - "Ele vos vivificou, estando vós mortos nos vossos delitos e pecados, nos quais outrora andastes, segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe das potestades do ar, do espírito que agora opera nos filhos de desobediência, entre os quais todos nós também antes andávamos nos desejos da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e éramos por natureza filhos da ira, como também os demais. Mas Deus, sendo rico em misericórdia, pelo seu muito amor com que nos amou, estando nós ainda mortos em nossos delitos, nos vivificou juntamente com Cristo, pela graça sois salvos, e nos ressuscitou juntamente com ele, e com ele nos fez sentar nas regiões celestes em Cristo Jesus, para mostrar nos séculos vindouros a suprema riqueza da sua graça, pela sua bondade para conosco em Cristo Jesus. Porque pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus; não vem das obras, para que ninguém se glorie. Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus antes preparou para que andássemos nelas."
O texto mostra que o homem está incondicionalmente morto para Deus, no sentido e na forma em que o seu espírito decaído e depravado, não pode ter e manter comunhão com Ele. A iniciativa espiritual é invariavelmente de Deus, não só de vivificar, como também, de libertar o pecador da situação que o mantém debaixo da condenação. Antes, o homem decaído se achava absolutamente controlado pelos desejos e pensamentos oriundos na carnalidade, agora o regenerado é mantido pela misericordiosa graça no amor de Cristo. Será tratado em seus atos pecaminosos pela vida toda até o dia de Cristo.
Por instrumentalidade, primeiramente, da misericórdia através do amor verdadeiro, Deus concedeu a graça e ressuscitou o pecador que foi crucificado com Cristo. A graça é o elemento promotor da salvação e o canal é a fé, mas, tanto uma, como a outra, é dom de Deus. As obras do homem não podem ser confundidas com as boas obras de Deus, pois aquelas são fruto da justiça que há na lei e na carne, enquanto esta é resultante da soberana graça do Pai. Estas boas obras de Deus foram por Ele estabelecidas de antemão, ou seja, antes que o mundo existisse para que os seus eleitos andassem nelas. São os eleitos que andam nelas, e não, elas que andam neles, isto é, que determinam a sua justificação, santificação e glorificação como se presume comumente.
Hoje, o que se vê nas religiões prevalecentes são homens inchados dos seus títulos, dos seus feitos, dos anos de igreja, de pertencer por gerações inteiras a uma determinada denominação. Eles invertem a ordem e a centralidade da graça em obras de justiça própria e de merecimentos que só existem no ideário dos "Falsos, Metidos e Impostores" nos dizeres do título do novo livro de Brennan Meaning. Trata-se de um formidável alerta aos religiosamente corretos, porém espiritualmente podres e engessados em um sistema religioso humano.
O melhor do homem é abominação à santidade de Deus! Todavia, aos seus eleitos Ele concede misericórdia e graça para que vivam como se nada fossem, e, de fato, nada são aos olhos do mundo.

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