agosto 02, 2008

A DETURPAÇÃO DA GRAÇA V

É recorrente e evidente o fato de o homem em seu devaneio pecaminoso procurar justificar-se a si mesmo em detrimento da graça de Deus revelada e ensinada nas Escrituras. O apóstolo Paulo doutrina, primeiramente, que o fato de os libertinos e helenistas terem penetrado na Igreja com seus ensinos errôneos, não justificava os nascidos de Deus andarem em licenciosidade. Rm. 6: 1 a 6 - "Que diremos, pois? Permaneceremos no pecado, para que abunde a graça? De modo nenhum. Nós, que já morremos para o pecado, como viveremos ainda nele? Ou, porventura, ignorais que todos quantos fomos batizados em Cristo Jesus fomos batizados na sua morte? Fomos, pois, sepultados com ele pelo batismo na morte, para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos pela glória do Pai, assim andemos nós também em novidade de vida. Porque, se temos sido unidos a ele na semelhança da sua morte, certamente também o seremos na semelhança da sua ressurreição..." Alguns, não regenerados, estavam aproveitando a liberdade que a graça oferece, para viver de modo dissoluto. Esta percepção ocorre ainda hoje em algumas igrejas: já que a lei não tem mais domínio e que a graça é maior que o pecado, se pode viver dissolutamente, pois já não há nenhuma condenação para os que foram justificados em Cristo. Não há mesmo, entretanto, e igualmente, não há também natureza pecaminosa para que estes permaneçam chafurdados no pecado e seus atos pecaminosos decorrentes. O fato é que, ou o novo nascimento é uma verdade e a culpa do pecado foi retirada, ou Cristo não é quem diz ser, para aniquilar o pecado conforme Hb. 9:26 - "... doutra forma, necessário lhe fora padecer muitas vezes desde a fundação do mundo; mas agora, na consumação dos séculos, uma vez por todas se manifestou, para aniquilar o pecado pelo sacrifício de si mesmo." Então, pela graça mediante a fé, o pecado original ou a culpa do pecado que separava o homem de Deus foi extirpado. Entretanto, há os atos pecaminosos que são tratados por toda a vida dos nascidos de Deus.
O batismo na morte de Cristo é a experiência de inclusão em Sua morte de cruz, pela fé que, de uma vez para sempre foi entregue aos santos. Semelhantemente, o fato de os eleitos terem sido incluídos na morte de Cristo, também foram trazidos da morte para uma nova vida na ressurreição juntamente com Ele. Desta forma, quando Cristo morre, os pecadores eleitos morrem n'Ele para perda de suas vidas almáticas e pecaminosas; entretanto, quando Cristo ressuscita, Ele vivifica os pecadores eleitos e regenerados comunicando-lhes a Sua vida eterna. A maioria da cristandade nominal, recebe apenas a ressurreição juntamente com Cristo, todavia, não recebe a verdade anterior a esta e que lhe dá legitimidade, qual seja, a morte com Cristo. Ora, como alguém pode pregar novo nascimento, sem pregar a morte com Cristo?
Rm. 6: 14 a 18 - "Pois o pecado não terá domínio sobre vós, porquanto não estais debaixo da lei, mas debaixo da graça. Pois quê? Havemos de pecar porque não estamos debaixo da lei, mas debaixo da graça? De modo nenhum. Não sabeis que daquele a quem vos apresentais como servos para lhe obedecer, sois servos desse mesmo a quem obedeceis, seja do pecado para a morte, ou da obediência para a justiça? Mas graças a Deus que, embora tendo sido servos do pecado, obedecestes de coração à forma de doutrina a que fostes entregues; e libertos do pecado, fostes feitos servos da justiça." O ensino paulino é redundante, entretanto, esta é uma estratégia para fixação da verdade na mente dos eleitos. O pecado, enquanto culpa que separava ou matava o homem perante Deus não tem mais domínio sobre os nascidos do alto. 
Aos que não nasceram do alto se prega a inclusão na morte com Cristo, bem como, a ressurreição juntamente com Ele, mas aos que já experimentaram o novo nascimento, se ensina a doutrina para a glória de Cristo. Deste modo, o nascido de Deus não permanece no pecado, porque a sua natureza pecaminosa foi destruída na cruz e os seus atos pecaminosos herdados dela, vão sendo tratados pela misericórdia e pela graça de Deus.

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