outubro 24, 2009

A SÍNDROME DE JÓ XII


Jó 22: 1 a 5 - "Então respondeu Elifaz, o temanita, dizendo: porventura será o homem de algum proveito a Deus? Antes a si mesmo o prudente será proveitoso. Ou tem o Todo-Poderoso prazer em que tu sejas justo, ou algum lucro em que tu faças perfeitos os teus caminhos? Ou te repreende, pelo temor que tem de ti, ou entra contigo em juízo? Porventura não é grande a tua malícia, e sem termo as tuas iniquidades?" Continua a saga do amigo Elifaz em jogar dor sobre a dor de Jó. Assim são os religiosos, têm imenso prazer em acusar os outros de pecados. Não foi atoa que A.W. Tozzer afirmou: "os cristãos são os únicos soldados que, na guerra, atiram em seus próprios companheiros e não voltam para socorrer os feridos." Obviamente, ele se referia a cristãos nominais e não aos nascidos de Deus e verdadeiramente libertos por Cristo. Também ele se utiliza apenas de linguagem figurada que aborda a indelicadeza e a facilidade de desentendimento e condenações entre ditos cristãos.
Elifaz insiste na ideia, que, obrigatoriamente havia uma razão para Deus tratar Jó daquela maneira. Porém, ele não vê outra alternativa, senão a da existência de graves pecados na vida de Jó. De volta ele traz à baila a temática de causa e consequência para o campo teológico. Ele não consegue ver Deus como causa, mas apenas o pecado como a causa e os males do amigo como consequências deste.
Não satisfeito em tecer sua pseudoteologia de causa e efeito, Elifaz especifica, inclusive, os pecados de Jó. Afirma que o mesmo é violento, de personalidade ambígua, e que joga em dois lados. Elifaz é daquela categoria de pessoas que, mesmo sem evidência alguma, parte de seus próprios pressupostos lógicos para estabelecer juízos temerários. Nesta fase os amigos de Jó saem das meras insinuações para o ataque aberto e direto. Fazem inumeráveis generalizações, utilizando fatos descritos nas Escrituras para supostamente elucidar suas afirmações. Este mesmo fato se vê entre religiosos atualmente: utilizam-se dos textos bíblicos apenas até o ponto que lhes interessa para justificar suas posições. Muitas injustiças e acusações temerárias são feitas em nome de Jesus, em defesa de uma igreja ou denominação institucional.
Embora Elifaz apresente um ensaio sobre como se reconciliar com Deus, entretanto, este ensino não serve a Jó, porque parte de pressupostos errôneos, a saber, que a causa de todo o mal é a maldade deste seu amigo. Elifaz não consegue visualizar a soberania de Deus no trato com suas criaturas. A tese do temanita é tão tênue que convida Jó a desapegar-se dos bens materiais, porém estes já haviam sido absolutamente destruídos por ordem de Deus.
Lc. 16:8 - "E louvou aquele senhor ao injusto mordomo por haver procedido com sagacidade; porque os filhos deste mundo são mais sagazes para com a sua geração do que os filhos da luz." Nesta parábola Jesus mostra que os filhos das trevas são mais prudentes que os filhos da luz. Isto porque a luz deles não é a luz de Cristo, por isso, são trevas conforme Lc. 11: 34 e 35 - "A candeia do corpo é o olho. Sendo, pois, o teu olho simples, também todo o teu corpo será luminoso; mas, se for mau, também o teu corpo será tenebroso. Vê, pois, que a luz que em ti há não sejam trevas."
Sola Fide !

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