outubro 14, 2009

A SÍNDROME DE JÓ VIII


Jó 13: 13 a 24 - "Calai-vos perante mim, e falarei eu, e venha sobre mim o que vier. Por que razão tomarei eu a minha carne com os meus dentes, e porei a minha vida na minha mão? Ainda que ele me mate, nele esperarei; contudo os meus caminhos defenderei diante dele. Também ele será a minha salvação; porém o hipócrita não virá perante ele. Ouvi com atenção as minhas palavras, e com os vossos ouvidos a minha declaração. Eis que já tenho ordenado a minha causa, e sei que serei achado justo. Quem é o que contenderá comigo? Se eu agora me calasse, renderia o espírito. Duas coisas somente não faças para comigo; então não me esconderei do teu rosto: desvia a tua mão para longe, de mim, e não me espante o teu terror. Chama, pois, e eu responderei; ou eu falarei, e tu me responderás. Quantas culpas e pecados tenho eu? Notifica-me a minha transgressão e o meu pecado. Por que escondes o teu rosto, e me tens por teu inimigo?" No capítulo 12, Jó se restringe a se defender das acusações dos seus amigos. E no capítulo 13, além de demonstrar que não é inferior aos seus amigos acerca do conhecimento de Deus, resolve arguir ao próprio Deus. Estes amigos de Jó são a tipificação daqueles religiosos defensores da religião. São como advogados de Deus, os quais estão prontos a condenar qualquer situação ou pessoa para justificar Deus. Entretanto, se esquecem que Deus Si basta a Si mesmo e é Justo.
O mundo de hoje está cheio de Bildades, Zofares e Elifazes. Basta qualquer comentário sobre uma determinada personalidade religiosa, igreja ou denominação, logo os seus defensores aparecem munidos até os dentes de razões. Ora, primeiramente a verdade é una e é uma, logo, como podem existir inumeráveis seitas e religiões? Porque há tantas diferentes traduções dos textos sagrados, cada uma favorecendo esta ou aquela interpretação? Porque o mesmo texto bíblico fala uma verdade para uma religião e outra verdade para a outra? A verdade não é uma concepção, mas é uma pessoa, a saber, Cristo e Cristo mesmo.
Jó representa nesta instância, o homem religioso que se apega apenas à si mesmo, à sua própria integridade e ousa questionar Deus. Por não ter uma visão correta de si mesmo, também desenvolve uma visão errônea de Deus e das outras pessoas. Quando o homem decaído põe o foco em Cristo e se vê nú, cego, pobre e desgraçado, aí sim, Deus começa a mudar a sua sorte.
Jó reivindica duas coisas: a) que Deus lhe dê alívio; b) que Deus lhe faça perguntas e que lhe responda. Ele joga perante a face de Deus a seguinte indagação: "quantas culpas e pecados tenho eu?" Pede a Deus que lhe notifique a sua transgressão e o seu pecado. Não é assim que procedem os religiosos quando lhes acontecem coisas indesejáveis? Logo se põem a perguntar: onde foi que errei? Qual é o meu erro? Porque está acontecendo isto comigo? Estou em pecado para Deus me castigar? Muitos destes, logo desenvolvem uma teologia da autocomiseração e dos sacrifícios para apaziguar Deus. No fundo estão com os seus entendimentos obscurecidos pelo 'deus' deste século. Suas mentes cauterizadas por conceitos e preconceitos próprios não podem retirar o foco de suas justiças próprias, por isso, não conseguem olhar para Jesus autor e consumador da fé.
A visão correta é aquela exposta por Davi segundo o Sl. 51: 1 a 3 - "Tem misericórdia de mim, ó Deus, segundo a tua benignidade; apaga as minhas transgressões, segundo a multidão das tuas misericórdias. Lava-me completamente da minha iniquidade, e purifica-me do meu pecado. Porque eu conheço as minhas transgressões, e o meu pecado está sempre diante de mim."
Sola Fide!

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