sábado, agosto 21

O QUE É O NOVO NASCIMENTO V


II Co. 5: 14 a 19 - "Pois o amor de Cristo nos constrange, porque julgamos assim: se um morreu por todos, logo todos morreram; e ele morreu por todos, para que os que vivem não vivam mais para si, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou. Por isso daqui por diante a ninguém conhecemos segundo a carne; e, ainda que tenhamos conhecido Cristo segundo a carne, contudo agora já não o conhecemos desse modo. Pelo que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo. Mas todas as coisas provêm de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por Cristo, e nos confiou o ministério da reconciliação; pois que Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não imputando aos homens as suas transgressões; e nos encarregou da palavra da reconciliação."
Muitos pregadores meramente religiosos falam em suas homilias sobre o "novo nascimento", porém, a pregação deles é, primeiramente, de segunda mão, e, secundariamente, pela metade. Não se pode falar de "novo nascimento", sem antes falar da morte e da ressurreição juntamente com Cristo. Obviamente que, o morrer com Cristo, e o ressuscitar juntamente com Ele, se circunscrevem na esfera da fé, visto que nem mesmo os que estavam presentes no dia da crucificação foram fisicamente crucificados, exceto dois homens condenados por serem salteadores. O fato é que ninguém pode nascer de novo se não morrer antes. O texto de abertura diz: "...se um morreu por todos, logo todos morreram." Esta é a álgebra divina: 'um por todos, e todos em um'. A interpretação dos religiosos ou cristãos nominais é a seguinte:"um morreu no lugar de todos, logo todos foram salvos e beneficiados." Esta é uma visão parcial da verdade, porque não foi apenas substituição, mas também foi inclusão, visto que Jesus não possuía nenhum pecado, portanto Deus o fez pecado, incluindo os pecados dos eleitos n'Ele conforme II Co. 5:21 - "Àquele que não conheceu pecado, Deus o fez pecado por nós; para que nele fôssemos feitos justiça de Deus." Deus o fez absorver os pecados dos eleitos, e, estes, foram justificados n'Ele. Logo, houve uma interação e não apenas uma ação isolada. A morte de Cristo foi uma morte compartilhada com os pecadores eleitos.
Os todos a que alude o texto, não são todos os homens conforme se pode harmonizar em toda a extensão das Escrituras. Refere-se a todos quantos foram conhecidos de antemão, predestinados, chamados, justificados e glorificados em Cristo.  É uma referência a todos quantos o receberam, a saber, creram no seu nome. Todos, neste sentido, é uma referência a homens de todas as etnias e procedências e não uma visão universalista como pretendem os arminianos. Quando o texto bíblico se refere à totalidade, o faz com relação a um grupo específico e não a todos os homens, no tocante à redenção.
A morte de Cristo capturou, tanto a natureza humana morta para Deus, como também a sua vida almática. Ambas foram destruídas na morte com Cristo conforme Rm. 6:6 - "...sabendo isto, que o nosso velho homem foi crucificado com ele, para que o corpo do pecado fosse desfeito, a fim de não servirmos mais ao pecado." Pela fé, o pecador eleito crê que a morte de Cristo não foi um ato unilateral, mas que, ele mesmo estava incluído nesta mesma morte, como também, na consequente ressurreição d'Ele. Na inclusão, o pecador perde a sua velha natureza, ou velho homem, enquanto na ressurreição, ganha a vida de Cristo. Assim, na morte é o pecador incluído em Cristo, na ressurreição, é Cristo incluído no regenerado. A partir desta fé recebida por graça, o pecador eleito tem o seu escrito de dívida rasgado perante Deus, e não possui mais absolutamente nenhuma dívida de pecado a Satanás. Este não lhe pode mais tocar conforme I Jo. 5:18 - "Sabemos que todo aquele que é nascido de Deus não vive pecando; antes o guarda aquele que nasceu de Deus, e o Maligno não lhe toca." O homem natural e religioso vive a maior parte da sua existência temendo o Diabo, e, de certa forma, rendendo adoração a ele por buscar fórmulas para se livrar dos ataques do maligno. Tudo é uma questão de crer nas Escrituras e de confiar plenamente na graça plena de Deus. A salvação é pela graça mediante a fé e não por fórmulas mágicas, esforços, méritos e justiça própria.
A partir do momento que alguém recebe graça para ter os ouvidos abertos e as escamas dos olhos retiradas na cruz, a realidade espiritual se reverte para o nascimento do alto. Por isso, o texto de abertura diz: "...se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo." Estar em Cristo implica na inclusão n'Ele, a saber, em sua morte, e morte de cruz por fé. No texto original a expressão "nova criatura" é, na verdade, "nova geração". Assim, os eleitos e regenerados foram gerados de novo em Cristo conforme Ef. 2:10 - "Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus antes preparou para que andássemos nelas."
Assim como a incredulidade de Adão conduziu o homem ao pecado, isto é, à morte para Deus, a inclusão na morte de Cristo, e a ressurreição juntamente com Ele, reconciliou os eleitos e regenerados de volta à comunhão com Deus. Desta forma, as coisas velhas, incluindo-se a velha natureza pecaminosa, não existem mais. Tudo se fez novo, porque tudo isto provém de Deus e não das obras mortas da lei do pecado e da justiça própria de homens mortos para Deus.
Isto é nascimento do alto, ou "novo nascimento", e não religião barata.
Em Cristo

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