Mt. 20: 18 a 23 - "Eis que subimos a Jerusalém, e o Filho do homem será entregue aos principais sacerdotes e aos escribas, e eles o condenarão à morte, e o entregarão aos gentios para que dele escarneçam, e o açoitem e crucifiquem; e ao terceiro dia ressuscitará. Aproximou-se dele, então, a mãe dos filhos de Zebedeu, com seus filhos, ajoelhando-se e fazendo-lhe um pedido. Perguntou-lhe Jesus: que queres? Ela lhe respondeu: concede que estes meus dois filhos se sentem, um à tua direita e outro à tua esquerda, no teu reino. Jesus, porém, replicou: não sabeis o que pedis; podeis beber o cálice que eu estou para beber? Responderam-lhe: podemos. Então lhes disse: o meu cálice certamente haveis de beber; mas o sentar-se à minha direita e à minha esquerda, não me pertence concedê-lo; mas isso é para aqueles para quem está preparado por meu Pai." A primeira característica de um religioso é buscar na sua presumida relação com Deus obter alguma vantagem pessoal ou coisas. Oferece sacrifícios, tempo, dinheiro, trabalho, orações, jejuns, em troca de graças em benefícios. Alguns após obter o que desejam vão oferecer mais sacrifício pela graça alcançada. Entretanto, anulam a graça de Deus, porque se é graça já não carece de qualquer contrapartida. Deus não é um mascate que oferece um produto a preços módicos de porta em porta. Deus não tem coisas para ofertar aos seus eleitos, ou a quem quer que seja. Esta mãe que se aproximou de Cristo e faz tal petição é da categoria dos religiosos que buscam obter coisas, posição e prestígio. Não buscam o próprio Deus, mas os benefícios que imaginam obter d'Ele.
Quando, quase ao final da vida, perguntaram em entrevista, a Karl Barth, o teólogo reformado suíço, se o seu conceito sobre a pessoa de Cristo havia se alterado com o tempo, ele respondeu: "Sim, mudou: no começo eu pensava em Jesus Cristo como o profeta do reino; Agora eu sei que Ele é o reino. É o que Jesus é: o próprio reino de Deus. E, na verdade, Jesus não disse: 'Eu dou o pão da vida', 'Eu mostro o caminho', 'Eu direi a verdade'; mas afirmou, 'Eu Sou o Pão da Vida', 'Eu Sou o Caminho', 'Eu Sou a Verdade', porque é Ele o centro da Sua própria mensagem, o próprio evangelho! Ele é a boa nova de que Deus continua amando a pessoa humana." Este é o entendimento dos eleitos e regenerados acerca de Cristo e da verdade. Não há religião nisto, porque se vê que a ação é absolutamente monérgica, ou seja, procede de Deus e não do homem.
No texto de abertura, Jesus, o Cristo se refere à sua própria morte, e, ante ao surpreendente pedido da mulher de Zebedeu, Ele fez menção à Sua morte como sendo o cálice que iria beber. Por esta razão, o religioso não sabe o que pede, pois invariavelmente pede coisas e não o próprio Cristo, incluindo nisto, a inclusão em Sua morte e ressurreição. O nascido do alto recebe graça para ter plena convicção da sua inclusividade na morte de Cristo e do ganho da vida d'Ele na Sua ressurreição. Esta verdade se apropria por graça por meio da fé que é dom de Deus. Teologia alguma pode produzir este nível de relação e posição com Deus.
Tt. 1: 2 e 3 - "... na esperança da vida eterna, a qual Deus, que não pode mentir, prometeu antes dos tempos eternos, e no tempo próprio manifestou a sua palavra, mediante a pregação que me foi confiada segundo o mandamento de Deus, nosso Salvador." O nascido do alto crê tão somente que Deus não pode mentir e que a Sua Palavra é fiel e verdadeira, e, isto lhe é imputado por justiça. Os religiosos estão sempre à cata de mais e mais afazeres e sacrifícios, porque desconfiam que Deus não é fiel à Sua palavra. Acreditam, de fato, que Deus poderá mentir ou falhar! Isto ocorre, porque estão querendo se apropriar do reino de Deus como coisa e não como o próprio Cristo. Sem o nascimento do alto, isto é, a geração em Cristo, o homem não vê e não entra neste reino.
I Co. 1:18 - "Porque a palavra da cruz é deveras loucura para os que perecem; mas para nós, que somos salvos, é o poder de Deus." Esta é uma diferença fundamental entre o homem natural e o que nasceu do alto: a Palavra de Deus. Aquele a vê como fora do senso comum, enquanto este a vê como de fato o poder de Deus. A palavra da cruz é a única pregação que conduz os eleitos à regeneração e ao nascimento do alto. Os que perecem, a saber, os que caminham para a morte eterna, ela é algo inatingível, tosco e grosseiro.
Sola Scriptura!
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