segunda-feira, agosto 2

A CRUZ COMO UM LUGAR E COMO UM CAMINHO III


Mt 27.35 a 38 - "Então, depois de o crucificarem, repartiram as vestes dele, lançando sortes, para que se cumprisse o que foi dito pelo profeta: repartiram entre si as minhas vestes, e sobre a minha túnica deitaram sortes. E, sentados, ali o guardavam. Puseram-lhe por cima da cabeça a sua acusação escrita: ESTE É JESUS, O REI DOS JUDEUS. Então foram crucificados com ele dois salteadores, um à direita, e outro à esquerda." A crucificação de Jesus, o Cristo foi um processo absolutamente irregular do ponto de vista forense, até mesmo para os padrões da sua época. Na verdade, Ele foi entregue pelo Sinahedrin judaico ao governador local do Império Romano, Poncius Pilatus, e executado antes mesmo de receber a sentença final. O crime apareceu em uma tabuleta pregada na cruz acima da sua cabeça com os seguintes dizeres: "Iesus Nazarenus Rex Ioderum", isto é, "Jesus Nazareno, o Rei dos Judeus". Daí a origem da sigla "INRI" que aparece na iconografia de algumas igrejas. O mais inusitado é que o governador romano não o condenou por crime algum. Logo, a condenação foi de cunho político, porém a sentença foi pronunciada pelos religiosos, tornando-se assim, num grosseiro imbróglio do ponto de vista humano.
A crucificação ou crucifixão era um método de execução tipicamente romano, primeiramente reservado a escravos. Era um castigo tão severo e brutal que a lei romana o proibia aos cidadãos romanos. Muitos cristãos veem a crucificação como um ato maléfico dos romanos, dos judeus ou do homem em geral. Entretanto, quem decidiu a morte de Jesus, o Cristo por crucificação foi o próprio Deus conforme Gl. 3:13 - "Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se maldição por nós; porque está escrito: maldito todo aquele que for pendurado no madeiro." Este texto é uma remissão à uma prescrição e uma profecia do Velho Testamento em Dt. 21: 22 e 23.
Em Ap. 13:8 fica claro que o Cordeiro de Deus, a saber, Jesus, o Cristo já havia sido imolado desde a fundação do mundo - "...esses cujos nomes não estão escritos no livro do Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo."
O ator norte-americano, de origem irlandesa, Mel Gibbson produziu e dirigiu um filme intitulado "A Paixão de Cristo", o qual causou muitas e diferentes reações no mundo. Pessoas passaram mal, desmaiaram, choraram, havendo inclusive mortes por infarto nos cinemas em diversos lugares. Discutiu-se muito a questão da violência da crucificação, e por vezes, chegou-se a relembrar a culpa dos judeus por tal processo brutal. Entretanto, o fato continua e o mundo não se tornou melhor depois do filme e das discussões. Isto porque, o fator determinante da crucificação ainda permanece, qual seja, o pecado. Portanto, discorrer acerca de um assunto, ilustrá-lo na literatura ou representá-lo nas telas ou nos palcos, não resolve a questão do pecado no homem. Enquanto o pecador não se considerar morto para o pecado, nada resolve esta pendência eterna. Esta consideração se apropria por fé, visto que ninguém que se acha vivo hoje esteve há aproximadamente 2.000 anos atrás para ser atraído à cruz com Cristo.
A cruz, ou a crucificação foi o método que Deus utilizou para solucionar o problema do pecado. A palavra método significa etimologicamente caminho, então, Jesus é o método de Deus. Logo, a cruz é um lugar e um caminho decisivo, eficiente e eficaz na solução do dilema da inimizade do homem decaído contra o Criador Justo e Santo. Por isso, há enorme aversão à cruz, como também, esta foi sendo abandonada dos púlpitos. Entretanto as Escrituras são enfáticas ao afirmar em Mt. 10:38 – “E quem não toma a sua cruz, e não segue após mim, não é digno de mim.” A cruz, de fato, é do pecador, pois Jesus, o Cristo não tinha pecado. Todavia, Ele foi designado pelo Pai para subir à cruz e atrair o pecador para habilitá-lo à perder a sua natureza pecaminosa e ganhar a vida eterna. Embora muitos religiosos imaginem que Jesus foi sozinho para a cruz e que apenas os substituiu simbolicamente, as Escrituras afirmam de modo muito diferente. Rm. 6:4 e 5 - "Fomos, pois, sepultados com ele pelo batismo na morte, para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos pela glória do Pai, assim andemos nós também em novidade de vida. Porque, se temos sido unidos a ele na semelhança da sua morte, certamente também o seremos na semelhança da sua ressurreição." Fomos unidos a Cristo em Sua morte de cruz, e igualmente, ressurgimos com Ele na Sua ressurreição. Tudo isto se apropria por fé que é dada aos pecadores eleitos pela soberana vontade do Pai.
Sola Fide!

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