terça-feira, agosto 24

ABUNDÂNCIA x SUPERABUNDÂNCIA I


Rm. 5: 12 a 21 - "Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porquanto todos pecaram. Porque antes da lei já estava o pecado no mundo, mas onde não há lei o pecado não é levado em conta. No entanto a morte reinou desde Adão até Moisés, mesmo sobre aqueles que não pecaram à semelhança da transgressão de Adão o qual é figura daquele que havia de vir. Mas não é assim o dom gratuito como a ofensa; porque, se pela ofensa de um morreram muitos, muito mais a graça de Deus, e o dom pela graça de um só homem, Jesus Cristo, abundou para com muitos. Também não é assim o dom como a ofensa, que veio por um só que pecou; porque o juízo veio, na verdade, de uma só ofensa para condenação, mas o dom gratuito veio de muitas ofensas para justificação. Porque, se pela ofensa de um só, a morte veio a reinar por esse, muito mais os que recebem a abundância da graça, e do dom da justiça, reinarão em vida por um só, Jesus Cristo. Portanto, assim como por uma só ofensa veio o juízo sobre todos os homens para condenação, assim também por um só ato de justiça veio a graça sobre todos os homens para justificação e vida. Porque, assim como pela desobediência de um só homem muitos foram constituídos pecadores, assim também pela obediência de um muitos serão constituídos justos. Sobreveio, porém, a lei para que a ofensa abundasse; mas, onde o pecado abundou, superabundou a graça; para que, assim como o pecado veio a reinar na morte, assim também viesse a reinar a graça pela justiça para a vida eterna, por Jesus Cristo nosso Senhor."
O pecado foi transmitido a todos os homens a partir do ancestral comum, Adão. Desta forma todos nascem com o DNA da natureza pecaminosa. Esta natureza comunica ao homem uma série de atos falhos, os quais denominam-se atos pecaminosos. Por esta razão, o Novo Testamento, em seu original grego koiné, apresenta diversas palavras para o vocábulo pecado. Assim, destacam-se: a) Hamartano é a palavra que designa o 'pecatum originale', isto é, o primeiro pecado que causou a queda do homem. Tal pecado é a incredulidade, porque Adão deu crédito à palavra do Diabo, olvidando a Palavra de Deus. Este termo significa ao pé-da-letra: "errar o alvo". Jesus confirma que o erro do alvo foi a incredulidade em Jo. 16:9 - "... do pecado porque não creem em mim." É o pecado por princípio, porque o estado e a natureza da pessoa são pecaminosos. Este é o pecado denominado original pelo qual o homem teve o seu espírito corrompido e, por consequência erra o alvo estabelecido por Deus; b) Adiquias é a iniquidade, ou falta de equidade, recaindo em atos pecaminosos de prática do que é mal contra si, e contra o semelhante; c) Ponerós significa perversidade, natureza má, ou coração mau controlados pelo Maligno; d) Anomia indica um coração inclinado à desobediência e ao desrespeito, em geral, mas especialmente a lei de Deus; e) Parabasis  refere-se à tendência à transgressão, ou seja, de sempre ir além do que é permitido.
As pessoas, em geral, não fazem distinção entre o pecado original, e os atos pecaminosos. Em língua portuguesa a tradução para 'pecado' independe da forma grega constante do texto neotestamentário. Por isso, muitas pessoas não podem compreender que o pecado que separou o homem de Deus, não foi o ato de comer do fruto que Deus ordenará não comesse. Este ato, na verdade, foi a consequência do pecado, pois o pecado em si foi não dar crédito à ordem divina, mas creditar como verdadeira e aceitável a palavra do Maligno. Assim, o pecado é o que o homem é por natureza e por princípio, enquanto que os atos falhos são os atos pecaminosos decorrentes desta mesma natureza.
Jesus, o Cristo veio retirar o pecado, e, posteriormente, tratar os atos pecaminosos no homem. A morte de Cristo aniquilou o pecado conforme Hb. 9:26b - "...mas agora, na consumação dos séculos, uma vez por todas se manifestou, para aniquilar o pecado pelo sacrifício de si mesmo." Ao morrer na cruz, incluindo n'Ele, o pecador, Jesus destruiu o corpo do pecado. Por esta razão é que João, o batista, ao ver Jesus que se aproximava afirmou: "...eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo." Esta é a garantia de reconciliação do homem com Deus. Sem a culpa do pecado original que foi destruído na morte juntamente com Cristo, o homem regenerado volta a ter comunhão com Deus e o Diabo não lhe pode mais cobrar por nenhum pecado cometido, ou a cometer.
Em Cristo.

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