quinta-feira, julho 13

O PECADO PELO QUAL NÃO ADIANTA ORAR, É PARA A MORTE.

I Jo. 5: 11 a 20 - "Quem crê no Filho de Deus, em si mesmo tem o testemunho; quem a Deus não crê, mentiroso o faz, porque não crê no testemunho que Deus de seu Filho dá. E o testemunho é este: que Deus nos deu a vida eterna, e esta vida está em seu Filho. Quem tem o Filho tem a vida; quem não tem o Filho de Deus não tem a vida. Estas coisas vos escrevo, a vós que credes no nome do Filho de Deus, para que saibais que tendes a vida eterna. E esta é a confiança que temos nele, que se pedirmos alguma coisa segundo a sua vontade, ele nos ouve. e, se sabemos que nos ouve em tudo o que pedimos, sabemos que já alcançamos as coisas que lhe temos pedido. Se alguém vir seu irmão cometer um pecado que não é para morte, pedirá, e Deus lhe dará a vida para aqueles que não pecam para a morte. Há pecado para morte, e por esse não digo que ore. Toda injustiça é pecado; e há pecado que não é para a morte. Sabemos que todo aquele que é nascido de Deus não vive pecando; antes o guarda aquele que nasceu de Deus, e o Maligno não lhe toca. Sabemos que somos de Deus, e que o mundo inteiro jaz no Maligno. Sabemos também que já veio o Filho de Deus, e nos deu entendimento para conhecermos aquele que é verdadeiro; e nós estamos naquele que é verdadeiro, isto é, em seu Filho Jesus Cristo. Este é o verdadeiro Deus e a vida eterna."
Neste estudo, não se pretende esgotar o assunto, até porque ele não se esgota. Trata-se de um recorte do assunto abordado pela doutrina denominada Hamartiologia. O nome da doutrina é procedente de dois termos no grego koinê: [αμαρτíα] + [λογία] que, transliterados para caracteres latinos são: [hamartía] e [logía], respectivamente, pecado e estudo. Isto posto, simplificadamente, para que se saiba que existe a doutrina teológica que estuda a origem, natureza, causa e consequências do pecado. 
Portanto, este é um assunto permanentemente verificado, estudado, pregado e negligenciado na cristandade nominal e apenas religiosa. 
A primeira questão é, mesmo sendo atentamente estudado, o pecado não é compreendido claramente por pecadores. Obviamente, suas naturezas contaminadas os impedem de compreendê-lo espiritualmente. Compeendem-no apenas intelectualmente ou almaticamente. O intelecto, a partir da capacidade cognitiva de cada um pode estabelecer lógica, ilações, inferências e afirmações muito convincentes. Já a alma permite ao homem, estabelecer apenas uma conclusão emocional, e, por vezes, pacional para o pecado. Em alguns casos afirmando-o, em outros, negando-o, relativizando, assim, suas causas e efeitos. 
A compreensão espiritual e plena sobre o que é o pecado só se completa por revelação. E, revelação é dom espiritual concedido aos eleitos e regenerados, os quais  nasceram de novo. Não que estes sejam mais elevados, perfeitos, ou mais isso ou mais aquilo. Porque a revelação está centrada na Soberania, na Graça e na Misericórdia de Deus. É, portanto, Monérgica! 
É senso comum nas denominações puramente religiosas resistir ao ensino completo do pecado. Quando são demonstradas as diferentes categorias de pecados revelados nas Escrituras, os religiosos, imadiatamente, rechaçam-na dizendo: não existem pecadão, pecado e pecadinho! E completam dizendo: pecado é pecado. É verdade, todos são pecados! Entretanto, existem sim, categorias bíblicas. Este é um problema da língua portuguesa, a qual possui uma única palavra para o vocábulo pecado. Entretanto, existem 5 vocábulos diferentes para pecado no grego neotestamentário. Todos com funções semânticas e gramaticais diferentes. Também, pela mesma razão, o texto de abertura esclarece que há pecado para morte e pecado que não é para morte. Portanto, são estabelecidas categorias!
Todavia, apenas uma dessas categorias se enquadra no pecado que separa o homem de Deus conforme Is. 59: 1 e 2 - "Eis que a mão do Senhor não está encolhida, para que não possa salvar; nem surdo o seu ouvido, para que não possa ouvir; mas as vossas iniqüidades fazem separação entre vós e o vosso Deus; e os vossos pecados esconderam o seu rosto de vós, de modo que não vos ouça." Veja, são os pecados dos homens que fazem a separação. A separação é entre os pecadores e Deus, não entre Deus e o pecador. Observar a ordem do ensino é fundamental.
No texto de abertura, verso 16, reza no greto koinê que se alguém ver o irmão cometendo pecado que não é para a morte, deve orar para que seja perdoado e curado espiritualmente. O interessante é que, tanto a palavra pecado, quanto a palavra morte, são na língua do novo testamento: [ἁμαρτίαν] = [hamartían] e [θάνατον] = [thanaton]. Ou seja, é pecado no sentido de natureza pecaminosa que separa o homem de Deus; e, morte no sentido de separação eterna de Deus. Não se tratando, portanto, de morte biológica. É "morte" espiritual!
Foi exatamente esta categoria de pecada que Jesus, o Cristo veio tirar do mundo conforme Jo. 1:29 - "No dia seguinte João viu a Jesus, que vinha para ele, e disse: eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo." É usada no registro do apóstolo João, o mesmo termo grego "amartían" para designar o objeto final da obra de Cristo na cruz. É esta a única categoria de pecado que foi aniquilado na morte de Jesus, o Cristo, na cruz de acordo com Hb. 9:26 - "...doutra forma, necessário lhe fora padecer muitas vezes desde a fundação do mundo; mas agora, na consumação dos séculos, uma vez por todas se manifestou, para aniquilar o pecado pelo sacrifício de si mesmo." A mesma categoria de pecado foi utilizado pelo autor do livro de Hebreus neste texto.
É, exatamente, esta mesma categoria de pecado que deu origem à queda do homem. Isto fica, perfeitamente claro no texto de Jo. 16:9 a 11 - "E quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, da justiça e do juízo: do pecado, porque não crêem em mim; da justiça, porque vou para meu Pai, e não me vereis mais, e do juízo, porque o príncipe deste mundo já está julgado." A ênfase está no verso 9, o qual mostra com clareza que esta categoria de pecado é a incredulidade. Não se trata aqui de os judeus não aceitarem Jesus como o Messias esperado. Mas, de não crerem em Jesus, como Deus. Acaso, não foi o mesmo que aconteceu no Éden, com o casal ancestral? Eles foram incrédulos ao que Deus ordenara. E o pior, foram crédulos ao que Satanás sugerira. Portanto, o pecado que separa o homem de Deus e que o conduz à separação ou morte eterna é a incredulidade. É não crer na Palavra de Deus. Ele e a Sua Palavra se resumem na mesma essecialidade espiritual.
As demais categorias de pecados são os atos pecaminosos, os quais são consequências da natureza pecaminosa residente e persistente no homem decaído. É isso que o religioso normatizado pela religião padrão e apassivado pelo erro, não consegue receber como verdade. Esta não é a verdade de homens, mas toda ela revelada nas Escrituras. Por que, então, não pode ser enxergada e crida? Porque, para tanto é necessário nascer de novo. Esta questão está doutrinada por Cristo em Jo. 3.
Lembre-se, a fé não é uma mera declaração, uma concepção filosófica ou uma sentença teológica. A fé que liberta o homem pecador da condição de condenação eterna é, ver o invisível, tocar no que não é materialmente concreto e confiar que a Palavra de Deus é a verdade. Esta obra é monérgica, isto é, concedida por Graça e Misercórdia de Deus. Não é uma virtude humana conforme fica bem explicado em Ef. 2: 8 a 10.
Sola Scriptura!

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