julho 29, 2022

E, RELIGIÃO, O QUE É? II

 

Tg. 1:26 e 27 - "Se alguém cuida ser religioso e não refreia a sua língua, mas engana o seu coração, a sua religião é vã. A religião pura e imaculada diante de nosso Deus e Pai é esta: visitar os órfãos e as viúvas nas suas aflições e guardar-se isento da corrupção do mundo."
Muitas religiões ou sistemas de crenças dão mais valor ao 'modus vivendi' do que à 'veritas evangelica'. Estão presos pelos laços de como se deve vestir, o que se deve comer, o que se pode e o que não se pode fazer e dizer. Criam novas ordenanças, além das duas deixadas por Cristo: a eucaristia e o batismo. Os membros destes sistemas de crenças são privilegiados, respeitados e consultados, proporcionalmente, ao cumprimento dos dogmas, preceitos, ritos e regras morais. Quando algum deles falha, é preterido, julgado, maltratado e, por vezes, defenestrado do tal sistema.
A diferença entre religião e seita consiste apenas no fato de que, na primeira, presume-se seguir uma divindade e, na segunda, um homem, líder, guru ou guia. Entretanto, ambas são reduzidas a um esforço humano para tentar conquistar o sagrado e o sobrenatural. Tal esforço resulta da natureza decaída que, ingloriamente, tenta religar-se a um 'deus' ou a uma força sobrenatural.
Os religiosos esperam que, como consequência de posições e cumprimento de um programa baseado no mérito e na justiça própria, alcançarão a reputação de pessoas réprobas e superiores. Ora, Jó foi apontado pelo próprio Deus como sendo um servo reto, íntegro, temente e que se desviava do mal. Todavia, foi moído pelo Diabo com a anuência de Deus. Perdeu tudo o que possuía, e, por fim, revelou sua real natureza pecaminosa imanente. Alguns falam na famigerada "paciência de Jó", mas, nunca leram o texto sobre sua vida, sofrimento e conversão. Jó não foi paciente! Jó parecia uma pessoa paciente, enquanto as circunstâncias lhes eram favoráveis materialmente. Quando foi colocado em cheque revelou o que havia no mais escuro da sua alma contaminada pelo pecado. Jó 34: 5 e 6 - "Pois Jó disse: sou justo, e Deus tirou-me o direito. Apesar do meu direito, sou considerado mentiroso; a minha ferida é incurável, embora eu esteja sem transgressão." A partir do capítulo 38, observa-se Jó em silêncio diante de Deus, ouvindo as perguntas do Criador e não podendo respondê-las. Nos capítulos finais encontramos Jó confessando sua própria situação conforme Jó 42:5 e 6 - "Com os ouvidos eu ouvira falar de ti; mas agora te vêem os meus olhos. Pelo que me abomino, e me arrependo no pó e na cinza."
O apóstolo Tiago demonstra sua posição sobre a religião, como exposto no texto que abre este estudo. Reduz a religião a uma mera prática social de caridade como sendo a expressão de pureza e imaculada religião aos olhos de Deus. O texto define o que, de fato, é ser religioso. Nada tem nele que indica esforço, mérito e justiça própria como meios de convencer Deus a salvar alguém. Estas realidades são da dimensão horizontal, enquanto as verdades reveladas no evangelho da cruz, são da dimensão vertical. É Cristo quem aceita o pecador, e não o contrário, como se vê nos apelos religiosos. É Deus quem conduz o pecador até Cristo, para nele, incluí-lo em sua morte conforme Jo. 6:44 - "Ninguém pode vir a mim, se o Pai que me enviou não o trouxer; e eu o ressuscitarei no último dia."
É Cristo quem atrai o pecador a si, na cruz, para matar a sua natureza pecaminosa e trazê-lo à vida eterna na ressurreição conforme Jo. 12:32 e 33 - "E eu, quando for levantado da terra, todos atrairei a mim. Isto dizia, significando de que modo havia de morrer." A partir destas verdades, o novo nascido, pode afirmar o que consta de Gl. 2: 19 e 20 - "Pois eu pela lei morri para a lei, a fim de viver para Deus. Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne, vivo-a na fé no filho de Deus, o qual me amou, e se entregou a si mesmo por mim." A lei afirma que a alma que pecar, esta morrerá de acordo com Ez. 18:4 - "Eis que todas as almas são minhas; como o é a alma do pai, assim também a alma do filho é minha: a alma que pecar, essa morrerá." Como todas almas são, por natureza e atos, pecaminosas, logo todos estão mortos para Deus. Entretanto, por meio de Cristo, aprouve a Ele redimir alguns, justificando-os na morte do seu Filho Unigênito e Primogênito dentre os mortos. Isto é verdade evangélica e não religião humana!
Solus Christus!

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