O evangelho puro é o evangelho do reino. Por tal propositura é indicada, não apenas, a origem, mas também que o evangelho não é exclusividade de religiões ou dos sistemas de crenças humanos. O famigerado evangelho que se propala nestes meios é o evangelho do homem, pelo homem e para o homem. Nestes processos, a mera citação dos textos escriturísticos serve apenas para dar falsa legitimidade àqueles que presumem pregar o evangelho. Utilizam-se das Escrituras para justificar suas posições humanas. Entretanto, o evangelho puro não é uma questão de posicionamento, mas de relacionamento com o Reino de Deus. O homem decaído e sem a graça, não pode se posicionar, e, muito menos, se relacionar com o reino de Deus. Isto porque, não se pode apoderar dele à força. Muitos tentam, ingloriamente, esta façanha.
Foi dito por Cristo que, o reino dos céus é semelhante a um tesouro escondido em um campo, que alguém achou e o escondeu. E, pela alegria de tê-lo encontrado, vende tudo o que possui e compra aquele campo. Ver e entrar no reino de Deus é apenas para os que nascerem do alto conforme Jo. 3: 3 e 5 - "Respondeu-lhe Jesus: em verdade, em verdade te digo que se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus. Jesus respondeu: em verdade, em verdade te digo que se alguém não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus." Nascer de novo é, no texto grego neotestamentário, nascer do alto. Isto indica que é uma ação inteiramente monérgica, ou seja, que inicia e termina em Deus. O ensino destes versetos é que sem nascer do alto, ninguém poderá ver ou entrar no reino de Deus. Nascer da água e do Espírito é o processo de ouvir a mensagem da cruz e receber a Graça para crer por meio da revelação do Espírito conforme Jo. 16:9.
Jesus, o Cristo, invariavelmente, se referiu ao evangelho puro como sendo 'evangelho do reino ou evangelho dos céus'. Isto é muito significativo, porque, o evangelho é revelação sobrenatural e não artifício elaborado pelo homem. Ele é o poder de Deus conforme I Co. 1:18 - "Porque a palavra da cruz é deveras loucura para os que perecem; mas para nós, que somos salvos, é o poder de Deus." Este evangelho chula que acrescenta sempre algo que o homem deve fazer para ver e entrar no reino de Deus, é, no mínimo, cínico. Visto que as Escrituras não corroboram com qualquer participação do homem em termos de méritos e de justiça própria.
O texto que abre esta instância afirma, peremptoriamente, que a lei e os profetas duraram até a manifestação de João, o Batista. A partir deste ponto é anunciado o evangelho do reino de Deus. Entretanto, a maioria dos sistemas de crenças dos dias atuais prega prosperidade, curas, libertações e revelações proféticas que só existem no ideário destes paroleiros. Também há aqueles que misturam lei e graça, tentando, ingloriamente, atribuir ao homem decaído e pecaminoso algum mérito ou justiça própria. A lei foi, tão somente, o aio, isto é, o professor para ensinar ao homem que não é possível cumpri-la por conta própria, todo o tempo. O novo testamento afirma que a lei não salva. Jesus veio mostrar que é pela graça mediante a fé que se recebe a redenção. Se é pela graça, logo, o homem nada pode oferecer pela sua justificação.
Jesus, o Cristo veio para realizar aquilo que a lei não pode fazer conforme Hb. 10: 9 e 10 - "...agora disse: eis-me aqui para fazer a tua vontade. Ele tira o primeiro, para estabelecer o segundo. É nessa vontade dele que temos sido santificados pela oferta do corpo de Jesus Cristo, feita uma vez para sempre."
O evangelho predominante nestes tempos é o que dilui a verdade misturando-a à lei e aos esforços humanos. Neste sentido, estão os religiosos agindo como agiram os da Igreja da Galácia conforme Gl. 3:1 a 3 - "Ó insensatos gálatas! quem vos fascinou a vós, ante cujos olhos foi representado Jesus Cristo como crucificado? Só isto quero saber de vós: foi por obras da lei que recebestes o Espírito, ou pelo ouvir com fé? Sois vós tão insensatos? tendo começado pelo Espírito, é pela carne que agora acabareis?"
Sola Gratia!
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