segunda-feira, fevereiro 1

A CEIA DO SENHOR I

I Co. 11: 23 a 30 - "Porque eu recebi do Senhor o que também vos entreguei: que o Senhor Jesus, na noite em que foi traído, tomou o pão; e, havendo dado graças, o partiu e disse: isto é o meu corpo que é dado por vós; fazei isto em memória de mim. Semelhantemente também, depois de cear, tomou o cálice, dizendo: este cálice é o novo pacto no meu sangue; fazei isto, todas as vezes que o beberdes, em memória de mim. Porque todas as vezes que comerdes deste pão e beberdes do cálice estareis anunciando a morte do Senhor, até que ele venha. De modo que qualquer que comer do pão, ou beber do cálice do Senhor indignamente, será culpado do corpo e do sangue do Senhor. Examine-se, pois, o homem a si mesmo, e assim coma do pão e beba do cálice. Porque quem come e bebe, come e bebe para sua própria condenação, se não discernir o corpo do Senhor. Por causa disto há entre vós muitos fracos e enfermos, e muitos que dormem."
Ceia é um substantivo feminino proveniente do verbo cear, e designa a última refeição do dia, portanto, ocorre durante a noite. A ceia, enquanto mera refeição, visa restabelecer as energias perdidas durante o labor do dia. Durante a noite, as forças se refazem absorvendo os nutrientes para a continuidade do dia seguinte. Por isto, Jesus, o Cristo valeu-se deste fato para simbolizar a sua morte e a sua ressurreição. Também para indicar aos seus eleitos e regenerados a renovação da fé e da esperança na ressurreição eterna. 
Jesus, o Cristo conduziu e realizou a primeira ceia na Nova Aliança conforme Mt. 26:20 a 29. A ceia celebrada por Cristo possui duplo sentido: a comunhão com os discípulos, pela última vez, antes da sua morte de cruz e, também, como memorial a ser lembrado até que ele retorne para a grande Ceia do Cordeiro conforme Ap. 19:9
Na primeira ceia realizada por Cristo ocorreu um fato que, geralmente, passa desapercebido aos que não têm revelação. A todos os discípulos Jesus deu o pedaço de pão seco primeiro e depois de comê-lo deu-lhes o vinho em separado. O pão seco e partido simboliza o seu corpo perfurado e esvaído do sangue. O vinho puro indica o sangue portador da vida conforme Dt. 12:23. Entretanto, a Judas Iscariotes foi dado o bocado de pão embebido no vinho. Isto mostra que Judas não teria parte na vida eterna, pois foi alimentado com a vida do sangue no corpo. O pão seco e partido indica que houve morte, enquanto o pão embebido no vinho indica o corpo que permanece com a vida separada de Deus, porque não foi incluído na morte com Cristo na cruz. Esta é a clara doutrina da inclusão do pecador na morte com Cristo. Tal inclusão em Cristo, implica na consequente e imediata ressurreição, juntamente com Ele conforme Ef. 2: 5 e 6 - "... estando nós ainda mortos em nossos delitos, nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos), e nos ressuscitou juntamente com ele, e com ele nos fez sentar nas regiões celestes em Cristo Jesus..."
Há nas diversas e diferentes denominações religiosas calorosas discussões acerca da celebração da ceia. Uns dizem que ela deve ser hiper restrita, ou seja, apenas os membros batizados daquela igreja específica devem participar da ceia, além da obrigação de estarem em perfeita comunhão com a igreja. A comunhão com Cristo não é exigida, mas com a igreja, com a denominação, com o pastor, com os dogmas, com os preceitos. Outras religiões dizem que a ceia deve ser apenas restrita, a saber, apenas os que pertencem àquela determinada denominação religiosa podem participar em qualquer igreja da mesma ordem e fé. Ainda há os que dizem que a ceia deve ser irrestrita, ou seja, deve ser celebrada por qualquer pessoa que seja cristã, independentemente da igreja e da denominação a que pertença. O interessante é que as Escrituras silenciam sobre todas estas esdrúxulas questões. Obviamente que, todos têm seus argumentos afiados para defendê-las, porém sem qualquer respaldo bíblico.
Para algumas denominações religiosas, a celebração da ceia deixa de ser apenas um memorial pleno de alegria e esperança para se tornar um instrumento do medo. Criam tantas expectativas e exigências que, a pessoa se sente duplamente ameaçada: ou participa para mostrar que está bem, ou não participa por medo de ser rejeitada por Deus. É uma espécie de espada de dois gumes. Tal situação gera um drama de consciência, levando o religioso a se torturar antes e depois de participar da ceia. Ensaia orações e demonstração pública de arrependimento. Dá testemunhos que, muitas vezes, estão mais para 'tristemunhos.' Logo, depois volta aos mesmos desvios e fraquezas que lhes são inerentes por natureza não regenerada. Isto porque, o que liberta o homem da condenação do pecado é uma pessoa, não um rito religioso. Esta pessoa é Cristo conforme Jo. 8:32.
Os religiosos católicos, em todas as suas matizes, interpretam que o pão é o corpo de Cristo e o vinho é o sangue de Cristo, após o ato litúrgico oficiado pelo sacerdote. Acreditava-se no passado que, o simples ato de morder a hóstia poderia ferir o corpo de Jesus, o Cristo, produzindo sangue. Ao dogma da eucaristia dão o nome de transubstanciação, ou seja, o próprio Cristo está fisicamente presente no pão e no vinho após a liturgia oficiada pelo celebrante. Entretanto, ao distribuir os elementos da ceia o celebrante entrega apenas a hóstia, porém o vinho é tomado só por ele. Em certa ocasião, em certo lugar alguém descobriu que as hóstias restantes da ceia e guardadas no hostiário haviam se deteriorado, formando bolor. Isto abriu a mente do descobridor para a fantasia, pois caso fossem, de fato, o corpo de Cristo jamais teriam apodrecido. Tais crendices decorrem de uma exegese literal naquilo que é figurado e vice-versa.
Os religiosos do ramo, erroneamente chamado protestante, se apoiam no dogma que o pão e o vinho são apenas simbólicos e representativos do corpo e do sangue de Cristo. Portanto, defendem a consubstanciação, ou seja, os elementos da ceia são um memorial do corpo e do sangue de Cristo. Todavia, e apesar desta visão mais próxima das Escrituras, muitos creditam à ceia, em certos casos, poderes mágicos e sobrenaturais, os quais ela não possui.
Sola Scriptura!

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