Gl. 2: 16 a 21 - "... sabendo, contudo, que o homem não é justificado por obras da lei, mas sim, pela fé em Cristo Jesus, temos também crido em Cristo Jesus para sermos justificados pela fé em Cristo, e não por obras da lei; pois por obras da lei nenhuma carne será justificada. Mas se, procurando ser justificados em Cristo, fomos nós mesmos também achados pecadores, é porventura Cristo ministro do pecado? De modo nenhum. Porque, se torno a edificar aquilo que destruí, constituo-me a mim mesmo transgressor. Pois eu pela lei morri para a lei, a fim de viver para Deus. Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne, vivo-a na fé no filho de Deus, o qual me amou, e se entregou a si mesmo por mim. Não faço nula a graça de Deus; porque, se a justiça vem mediante a lei, logo Cristo morreu em vão."
Há um constante antagonismo no homem desde a sua queda e depravação pelo pecado. Por pecado, no contexto presente, não se deve entender apenas o cometimento de atos falhos, ilegais, imorais e escandalosos. Fala-se, neste ponto, da natureza pecaminosa que é a incredulidade formada no coração do primeiro Adão conforme Gn. 2: 16 e 17 - "Ordenou o Senhor Deus ao homem, dizendo: de toda árvore do jardim podes comer livremente; mas da árvore do conhecimento do bem e do mal, dessa não comerás; porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás." Após tal decreto divino ao qual Adão deveria crer e obedecer, surgiu outra proposta mais atraente conforme Gn. 3: 4 a 6 - "Disse a serpente à mulher: certamente não morrereis. Porque Deus sabe que no dia em que comerdes desse fruto, vossos olhos se abrirão, e sereis como Deus, conhecendo o bem e o mal. Então, vendo a mulher que aquela árvore era boa para se comer, e agradável aos olhos, e árvore desejável para dar entendimento, tomou do seu fruto, comeu, e deu a seu marido, e ele também comeu." A serpente serviu apenas de instrumento verbalizador para Satanás nesse episódio. Foi a primeira incorporação de espírito na história da humanidade. Satanás propôs, não apenas, a oposição à norma divina original, mas induziu à ideia de desonestidade do Criador. Entre, "certamente morrerás" e "certamente não morrereis" o homem preferiu crer na segunda mensagem que é a de Satanás. Por esta razão tornou-se incrédulo à palavra de Deus. Jesus, o Cristo confirma que o pecado original é a incredulidade em Jo. 16: 9 - "... do pecado, porque não creem em mim." Não crer que Jesus, o Cristo é o Filho Unigênito de Deus, é redentor e justificador do pecador é a evidência mais clara da natureza pecaminosa inoculada no homem por Satanás. É a repetição da incredulidade do Éden se perpetuando na natureza humana.
Desde a aurora dos tempos, após a expulsão dos primeiros ancestrais do Éden, o homem tornou-se um antagonista por natureza. Ser contraditório e rebelde não é uma questão de escolha como pretendem os falsos ensinos de caráter gnóstico, como é o caso do "livre-arbítrio." É uma questão de depravação espiritual e de destituição da glória de Deus conforme Rm. 3:23 - "Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus." Todos herdaram a natureza pecaminosa dos primeiros ancestrais, a saber, não podem crer à verdade. Estão destituídos da glória de Deus, ou seja, estão separados da natureza d'Ele. A única forma de reconciliar-se é pela graça mediante a fé na inclusão na morte de Cristo, bem como na sua consequente ressurreição. Assim, há uma constante dualidade que se opõe entre alma e espírito, ou se preferir, entre a carne e o espírito. A carne inclina-se para buscar sua própria satisfação, enquanto o espírito anseia para ser reconciliado com Deus.
A anomia é uma anomalia patológica subjacente no homem que o faz perder a identidade pela ruptura dos valores perante a sociedade. É como se cada pessoa fosse perdendo cada vez mais e intensamente a noção de referencial dos valores consagrados em uma sociedade. Tal tendência é perceptível até mesmo na música popular que diz: "... deixa a vida me levar..." É um estilo de vida à deriva e à margem dos sistemas de valores. Tal processo vai se potencializando e aumentando a cada nova geração, levando a sociedade como um todo e os indivíduos de per si a um obscurecimento da consciência e da identidade como pessoa e grupo. É do caos social e moral que a humanidade experimentará, que surgirá o Anticristo, prometendo uma restauração plena e total.
Émile Durkeim tratou a anomia como uma patologia social. Afirmava que há uma crescente falta de harmonia na sociedade. Aos poucos, a anomia vai estabelecendo um caos social pela tendência ao não cumprimento dos códigos. O anomismo ocorre pela substituição das regras consagradas por outras regras que promovem o isolamento e, até mesmo, a eliminação dos valores já estabelecidos. Robert Merton trata a anomia com uma incapacidade de atingir os fins da vida em sociedade. Para Merton, a incapacidade de atingir os fins culturais, leva o indivíduo a adotar uma conduta desviante. Ele demonstra que, tal desvio das finalidades e objetivos da sociedade leva os indivíduos das classes menos favorecidas ao marginalismo. Tais indivíduos perdem as referências e se põem em um caminho de auto-destruição pelo alcoolismo, pelo uso de drogas tóxicas, violência e rebeliões. O resultado da anomia é a degradação do indivíduo e da sociedade como um todo.
O antinomismo é, de fato, uma controvérsia já resolvida, mas sustentada e mantida por legalistas para justificar suas posições maniqueístas. Em Filosofia, antinomismo é a oposição de dois argumentos coerentes e críveis, porém antagônicos. Portanto, trata-se de um recurso de confronto crítico e não uma anomalia social.
No campo da doutrina jurídico-política, ao pé da letra, antinomismo significa "contra a lei" ou "anti-lei." Os anarquistas dizem que, "Se uma lei é injusta, um homem está, não apenas certo em desobedecê-la, ele é obrigado a fazê-lo." Na teoria doutrinária de John Rawls há forte ensino sobre a desobediência civil no caso de a lei ser injusta. Mahatma Gandhi afirmou a necessidade da desobediência de leis injustas em suas ações libertadoras na Índia. A desobediência civil é uma forma de protesto político, feito pacificamente, que se opõe a alguma ordem que possui um comportamento de injustiça ou contra um governo visto como opressor pelos desobedientes. Foi um conceito formulado originalmente por Henry David Thoreau e aplicado com sucesso por Mahatma Gandhi no processo de independência da Índia e do Paquistão. Igualmente utilizado por Martin Luther King na luta pelos direitos civis e o fim da segregação racial nos Estados Unidos.
No campo da doutrina jurídico-política, ao pé da letra, antinomismo significa "contra a lei" ou "anti-lei." Os anarquistas dizem que, "Se uma lei é injusta, um homem está, não apenas certo em desobedecê-la, ele é obrigado a fazê-lo." Na teoria doutrinária de John Rawls há forte ensino sobre a desobediência civil no caso de a lei ser injusta. Mahatma Gandhi afirmou a necessidade da desobediência de leis injustas em suas ações libertadoras na Índia. A desobediência civil é uma forma de protesto político, feito pacificamente, que se opõe a alguma ordem que possui um comportamento de injustiça ou contra um governo visto como opressor pelos desobedientes. Foi um conceito formulado originalmente por Henry David Thoreau e aplicado com sucesso por Mahatma Gandhi no processo de independência da Índia e do Paquistão. Igualmente utilizado por Martin Luther King na luta pelos direitos civis e o fim da segregação racial nos Estados Unidos.
Porém, na esfera religiosa, o antinomismo é algo mais específico e alegado como sendo heresia. Marcião foi um rico construtor de navios convertido ao Cristianismo por volta de 140 d.C. Marcião considerava o velho testamento e a lei irrelevantes após o advento de Cristo. Para ele, Cristo veio estabelecer uma nova relação com os homens. Entretanto, Marcião não advogava que a partir de Cristo os homens justificados pela graça mediante a fé estavam liberados para cometer todo e qualquer tipo de pecado. Quem afirmou que ele defendia isto foram religiosos seus adversários, mas nunca apresentaram nenhuma prova concreta, até porque, elas não existiam. Marcião foi excomungado em 144 d. C. por crer que apenas a justificação pela fé em Cristo era suficiente ao pecador. Ora, Lutero e todos os demais reformadores também foram acusados de hereges por esta mesma razão.
No século XVI, Johannes Agricola, discípulo de Lutero afirmava que o homem, uma vez justificado em Cristo, não perderia a sua salvação. Ele afirmava que a lei não era fundamental para santificar o cristão. Este foi o "pecado" de João Agrícola, pelo qual é considerado herege por muitos religiosos hoje. Mesmo após ir a Berlim onde expôs sua maneira de interpretar as Escrituras e dizer que não pretendia incentivar o pecado ou o erro, os religiosos continuam chamando-o de herege. É óbvio que muitas pessoas dizem por aí que a lei não justifica o pecador, o que é confirmado por Paulo em Romanos. Ora, se pela lei o regenerado morreu para a lei, logo, ela não tem mais domínio sobre ele. Até porque o papel da lei não era justificar o pecador, mas tão somente evidenciar a gravidade do pecado. A lei foi dada para que o homem percebesse a sua incapacidade para se livrar da natureza pecaminosa sem um justificador. Entretanto, a maioria dos religiosos prefere dar à lei apenas um papel de regulação moral na sociedade como evidência de espiritualidade. Esta é uma falácia, pois com ou sem lei o homem continuou pecador e cometendo toda sorte de erros morais desde o antigo testamento até os dias de hoje. Segundo as Escrituras esta tendência pecaminosa irá aumentar cada vez mais até o retorno do Grande Rei Jesus, o Cristo.
Rm. 8:7 e 8 - "Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à lei de Deus, nem em verdade o pode ser; e os que estão na carne não podem agradar a Deus." Ora, o texto mostra com clareza que a inclinação da natureza humana é inimizade contra Deus, porque não se sujeita à lei de Deus. Quem está na carne não pode jamais cumprir a lei e, muito menos, agradar a Deus, porque ele é Espírito e apenas recebe adoração dos que estão em espírito. Quem torna o pecador apresentável aos olhos de Deus é Cristo, porque Deus olha para ele no pecador que foi por ele regenerado. Desta forma, o antinomismo enquanto explicação que a lei não justifica e não torna ninguém santo não é heresia. Entretanto, se alguém postular que o cristão não deve considerar a lei e as ordenanças para ficar livre e cometer todo tipo de pecado, erro moral, desobediência e rebelião, aí sim, é um incrédulo. Ora, incrédulos sequer podem ser considerados hereges, porque não creem em nada, salvo em si mesmos e em seus ventres.
Portanto, a sustentação destas posições antagônicas entre Lei e Graça interessa aos legalistas que, por não conhecerem a Graça, preferem amarrar e arrastar a todos para debaixo da lei. Imaginam em seus corações tolos que a justiça própria apaziguará a ira de Deus contra a natureza pecaminosa ao tentarem produzir a própria santificação pela lei. No velho testamento foi dito que, "creu Abraão e isto lhe foi imputado por justiça." Assim, Abraão foi justificado, primeiramente, pela fé e foi obediente em obras de justiça pela mesma razão. Jamais ao contrário como querem arminianos e religiosos de todo gênero.
Sola Scriptura!
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