Fl. 02:13 - "Porque Deus é o que opera em vós tanto o querer como o efetuar, segundo a sua boa vontade." Sendo Deus o operador e o operacionalizador, tanto do querer, quanto do efetuar, segundo a Sua soberana vontade, o que resta ao pecador a não ser receber com profunda gratidão o dom de Deus? Desta forma, persiste a pergunta aos religiosos arminianos, onde está o "livre arbítrio"? Esta invencionice gnóstica para justificar a falsa cooperação do homem no processo salvífico é absolutamente anti-bíblica. Resta mais esta indagação à Teologia Deformada ante as inumeráveis provas escriturísticas da ação monérgica de Deus. O caráter reformador do século XVI consistiu e consiste ainda hoje, tão somente em devolver às Escrituras a sua real dimensão. A religião, fruto da mente corrompida pelo pecado original, serviu e serve apenas para deformar a verdade, diluindo-a em mentira, visto que meias verdades são mentiras completas aos olhos de Deus.
A Reforma, erroneamente chamada de Protestante foi o resultado de uma série de motivações de cunho puramente humano e, portanto, já no seu embrião estava repleta de humanismos e interesses político-econômicos. Na Alemanha Marinho Lutero refutava as crenças e os erros católicos, porém cria que a salvação era o resultado de um misto de obras e de fé. Na França, João Calvino defendia que a salvação da alma ocorria pelo trabalho justo e honesto. Essa ideia calvinista, atraiu muitos burgueses e banqueiros para o calvinismo. Muitos trabalhadores também viram nesta nova religião uma forma de ficar em paz com sua religiosidade. O único diferencial de Calvino foi a predestinação, ou seja, Deus escolheu os que são salvos antes da fundação do mundo. Isto pelo menos é compatível com o ensino bíblico. Na Inglaterra, o rei Henrique VIII rompeu com a igreja de Roma, após o Papa se recusar a cancelar o seu casamento com Catarina de Aragão. O rei, então, fundou o Anglicanismo, sagrando-se chefe da igreja, aumentando seu poder e suas posses, uma vez que retirou da Igreja Católica uma grande quantidade de terras. A Reforma na Inglaterra preservou o máximo da crença católica, como por exemplo, o episcopado, a liturgia e os sacramentos. A Igreja da Inglaterra sempre se viu como a 'Ecclesia Anglicanae', isto é, a Igreja Cristã na Inglaterra e não como uma derivação da Igreja de Roma ou do movimento reformista do século XVI. A Reforma Anglicana buscou ser a "Via Média" entre o catolicismo e o protestantismo. Assim, é absurdo chamar o anglicanismo de protestantismo.
Os movimentos reformistas causaram diversos conflitos de interesses e muito derramamento de sangue. Muitas vezes as motivações nada tinham a ver com a verdade, ou mesmo com as Escrituras. Eram oportunismos de ambos os lados e por vezes cinismo frio e calculado. Obviamente que Deus esteve, como sempre está, no comando de todos estes processos, porque Ele tem o Seu "Supremo Propósito" apesar do homem e suas ações equivocadas.
Como Deus já tem os seus eleitos antes dos tempos eternos, Ele age linearmente no tempo, independente das religiões e seus sofismas. Por isso, Ef. 1: 3 a 12 afirma, sem rodeios, esta verdade eterna e imutável: "Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o qual nos abençoou com todas as bênçãos espirituais nos lugares celestiais em Cristo; como também nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante dele em amor; e nos predestinou para filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito de sua vontade, para louvor e glória da sua graça, pela qual nos fez agradáveis a si no Amado, em quem temos a redenção pelo seu sangue, a remissão das ofensas, segundo as riquezas da sua graça, que ele fez abundar para conosco em toda a sabedoria e prudência; descobrindo-nos o mistério da sua vontade, segundo o seu beneplácito, que propusera em si mesmo, de tornar a congregar em Cristo todas as coisas, na dispensação da plenitude dos tempos, tanto as que estão nos céus como as que estão na terra; nele, digo, em quem também fomos feitos herança, havendo sido predestinados, conforme o propósito daquele que faz todas as coisas, segundo o conselho da sua vontade; com o fim de sermos para louvor da sua glória, nós os que primeiro esperamos em Cristo."
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