julho 24, 2009

GRAÇA E DEPENDÊNCIA PLENA DE DEUS III


Ex. 33: 12, 13, 16 e 17 - "E Moisés disse ao Senhor: eis que tu me dizes: faze subir a este povo, porém não me fazes saber a quem hás de enviar comigo; e tu disseste: conheço-te por teu nome, também achaste graça aos meus olhos. Agora, pois, se tenho achado graça aos teus olhos, rogo-te que me faças saber o teu caminho, e conhecer-te-ei, para que ache graça aos teus olhos; e considera que esta nação é o teu povo. Como, pois, se saberá agora que tenho achado graça aos teus olhos, eu e o teu povo? Acaso não é por andares tu conosco, de modo a sermos separados, eu e o teu povo, de todos os povos que há sobre a face da terra? Então disse o Senhor a Moisés: farei também isto, que tens dito; porquanto achaste graça aos meus olhos, e te conheço por nome."
A graça é algo que se acha, logo, não é inata ao homem. Ela não é o resultado dos esforços, penitências, renúncias e sacrifícios de alguém, pois neste caso seria uma negociata. Deus conhece o homem não apenas pelo nome, mas principalmente pelo que ele é. A certeza de estar incluído na graça de Deus é o fato d'Ele andar com o homem. Não são os pecadores que escolhem andar com Deus. Eles não possuem natureza para tanto, ao contrário, toda a inclinação do homem decaído é contrária à natureza divina. Portanto, este só se inclina para Deus, quando Ele o faz achar a graça diante dos Seus olhos.
Ao tempo em que Cristo andou pela Terra, especificamente em Israel, verificava-se uma profunda religiosidade. Julgavam serem os únicos guardiões dos oráculos de Deus e povo exclusivo. Agiam em relação aos outros povos com profundo desdém e aparteísmo. Cumpriam inumeráveis ritos e leis morais e cerimoniais. Entretanto, Jesus afirmou por repetidas vezes a seguinte expressão: "...vendo as multidões teve compaixão deles, porque eram como ovelhas que não têm pastor." Vê-se, portanto, que não é religiosidade, tradição e heranças rituais que faz Deus se curvar ao homem para lhe dar a graça. Como já foi exposto em outra instância, graça para ser de fato graça é um dom imerecido. É de Phllip Yancey a assertiva largamente adotada por alguns cristãos: "graça é Deus fazendo tudo por quem nada merece."
É bastante comum ouvir religiosos expressarem um sentimento de gratidão ou de ternura quando ouvem uma pregação sobre a graça. Todavia, na maior parte dos casos, estes desenvolvem um entendimento errôneo sobre o que ela de fato é. Imaginam que estão cobertos pela graça em função do que fazem. Colocam-na na esfera das ações compensatórias à semelhança dos procedimentos jurisforenses e constitucionais. A graça não é uma ação resultante de esforços, quaisquer que sejam eles. Não é pelo agir corretamente, ser reto, íntegro, temente e desviar-se do mal que torna o homem objeto da graça. Em Ex. 34:9, Moisés teve a real dimensão do que é a graça após Deus ter-lhe revelado os Seus propósitos - "E disse: Senhor, se agora tenho achado graça aos teus olhos, vá agora o Senhor no meio de nós; porque este é povo de dura cerviz; porém perdoa a nossa iniquidade e o nosso pecado, e toma-nos por tua herança." Deus foi e é gracioso com aqueles a quem Ele decide ser, segundo a Sua misericórdia e soberania, independentemente da dureza, iniquidade e pecado. Este é o aspecto que deixa o religioso arminiano fora da graça, pois ele julga que possui o controle da soberania de Deus.

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