julho 20, 2009

FATOR RECABITA


Jr. 35:1 a 13 - "A palavra que do Senhor veio a Jeremias, nos dias de Jeoiaquim, filho de Josias, rei de Judá, dizendo: vai à casa dos recabitas, e fala com eles, e leva-os à casa do Senhor, a uma das câmaras e dá-lhes vinho a beber. Então tomei a Jazanias, filho de Jeremias, filho de Habazinias, e a seus irmãos, e a todos os seus filhos, e a toda a casa dos recabitas; E os levei à casa do Senhor, à câmara dos filhos de Hanã, filho de Jigdalias, homem de Deus, que estava junto à câmara dos príncipes, que ficava sobre a câmara de Maaséias, filho de Salum, guarda do vestíbulo; e pus diante dos filhos da casa dos recabitas taças cheias de vinho, e copos, e disse-lhes: bebei vinho. Porém eles disseram: não beberemos vinho, porque Jonadabe, filho de Recabe, nosso pai, nos ordenou, dizendo: nunca jamais bebereis vinho, nem vós nem vossos filhos; não edificareis casa, nem semeareis semente, nem plantareis vinha, nem a possuireis; mas habitareis em tendas todos os vossos dias, para que vivais muitos dias sobre a face da Terra, em que vós andais peregrinando. Obedecemos, pois, à voz de Jonadabe, filho de Recabe, nosso pai, em tudo quanto nos ordenou; de maneira que não bebemos vinho em todos os nossos dias, nem nós, nem nossas mulheres, nem nossos filhos, nem nossas filhas; nem edificamos casas para nossa habitação; nem temos vinha, nem campo, nem semente. Mas habitamos em tendas, e assim obedecemos e fazemos conforme tudo quanto nos ordenou Jonadabe, nosso pai. Sucedeu, porém, que, subindo Nabucodonosor, rei de Babilônia, a esta terra, dissemos: vinde, e vamo-nos a Jerusalém, por causa do exército dos caldeus, e por causa do exército dos sírios; e assim ficamos em Jerusalém. Então veio a palavra do Senhor a Jeremias, dizendo: assim diz o Senhor dos Exércitos, o Deus de Israel: vai, e dize aos homens de Judá e aos moradores de Jerusalém: Porventura nunca aceitareis instrução, para ouvirdes as minhas palavras? diz o Senhor."
Os recabitas representam aquela estirpe de pessoas as quais recebem e obedecem instruções que lhes são repassadas pelos que sobre elas têm ascendência. Tais pessoas tomam um princípio como base de suas vidas e dele não se aparta. Elas não são, como a maioria, suceptíveis a uma ética situacional, dobrável e maleável de acordo com a oferta posta diante de si. O mundo nunca careceu tanto de recabitas, como nos dias que transcorrem. Neste tempo presente, pessoas passam de uma disposição à outra por razões as mais torpes e, em certos casos, sem uma coerência razoável. Estas considerações não possuem caráter legalista, no sentido religioso do termo, mas são o resultado de uma constatação de cunho puramente prático. Por analogia, Deus está comparando a postura dos recabitas à impostura dos que ouviam as instruções da Sua Palavra e não as cumpriam.
No campo da relação homem-Deus, o "Fator Recabita" não encontra a menor possibilidade de se desenvolver sem o concurso da graça. O religioso é, em média, a criatura mais instável que se pode ver! Bastam os acontecimentos lhes serem desfavoráveis e lá se vai ele atrás da elaboração de uma "teologia do fracasso". Entra em conflito e esgotamento "espiritual" pelas razões mais simplistas. Raciocina de modo linear e raso: o bem provém invariavelmente de Deus e o mal provém invariavelmente do Diabo. Assim, se as coisas vão bem, Deus está aprovando e coroando os seus atos; se as coisas ocorrem em arrepio aos seus interesses atribui-se isto ao Diabo e tratam de se mover em uma direção alternativa. Entretanto, o ensino das Escrituras coloca todas as coisas subordinadas à soberana vontade de Deus. Quer sejam boas, quer sejam más, todas elas ocorrem com a aquiescência d'Ele, porque Ele é absolutamente soberano. Nem mesmo Satanás age sem que lhe seja permitido, intentando fazer o que é mal, acaba por ser usado para o tratamento da natureza humana na pedagogia de Deus. Este foi o caso de Jó!
Bem e mal são conceitos puramente morais e reduzidos à esfera das limitações humanas presas à vala da natureza pecaminosa. O entendimento do ensino de Paulo aos Romanos mostra que o homem regenerado foi liberto da culpa do pecado, está sendo liberto da influência do pecado e será totalmente liberto da presença do pecado na restauração final. Neste sentido, o mal pode ser um instrumento para disciplinar e o bem pode ser um instrumento para condenar.
Bem fazem os que, como os recabitas, recebem a instrução do Senhor Deus por meio da Sua soberana e monérgica vontade. Estarão sendo aperfeiçoados para o dia de Cristo.

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