Há profunda distinção entre a "Páscoa dos Judeus" e a "Páscoa Cristã", ainda que aquela fora uma pré-figura desta. Jo. 11:55 - "Ora, estava próxima a páscoa dos judeus, e dessa região subiram muitos a Jerusalém, antes da páscoa, para se purificarem." Para um judeu, ainda hoje, a Páscoa é apenas um memorial da saída do povo hebreu do cativeiro egípcio, por meio de uma libertação milagrosa por intervenção divina. Comemoram-na todos os anos com muitos festejos e muita alegria, porém vazia do seu real significado espiritual. Veem-na apenas como um evento horizontal, o qual cumpriu o seu desiderato tão somente na libertação do povo da escravidão no Egito. Como os judeus não receberam Jesus, o Cristo como o Messias prometido, o significado da Páscoa ficou vazio do seu real sentido para eles.
Para um cristão eleito e regenerado a Páscoa é o próprio Cristo conforme se pode depreender de I Co. 5:7 - "Expurgai o fermento velho, para que sejais massa nova, assim como sois sem fermento. Porque Cristo, nossa páscoa, já foi sacrificado." Ele é o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mudo, tendo sido imolado antes da fundação do próprio mundo consoante o que já foi colocado em artigo anterior. Os religiosos, embora, comemorem a Páscoa, na prática o fazem apenas como um memorial simbólico. Basicamente a Páscoa está confundida e diluída com práticas pagãs e mundanas, não tendo nada a ver com a verdade cristã. É o subproduto do capitalismo mercantil ávido por vender chocolates.
Mesmo a prescrição da Páscoa judaica no Egito era plena de conteúdo verdadeiro, como se pode ver da citação do autor da carta aos hebreus em Hb. 11:28 - "Pela fé celebrou a páscoa e a aspersão do sangue, para que o destruidor dos primogênitos não lhes tocasse." Ela foi celebrada com base apenas na ordem divina, portanto, exigia apenas fé. A aspersão do sangue para proteger e guardar os primogênitos significa a justificação dos nascidos de Deus, nos quais o Diabo não pode tocar conforme I Jo. 5:18 - "Sabemos que todo aquele que é nascido de Deus não peca; mas o que de Deus é gerado conserva-se a si mesmo, e o maligno não lhe toca." Os primogênitos são as primícias de Deus, representam os eleitos e regenerados que formam a verdadeira Igreja que é além da relação espaço-tempo.
É Cristo mesmo a "Pêssach", ou seja, a porta estreita, a travessia, a passagem do reino das trevas para o reino da luz. Cristo é a Páscoa e a Páscoa é Cristo! De modo que no velho testamento ela era um símbolo, no novo testamento ela é uma realidade vívida aos que recebem a graça para crer que o Cordeiro de Deus foi imolado antes dos tempos eternos por ação monérgica e soberana de Deus. Não foram os romanos, não foram os judeus, não foi a humanidade que sacrificou Jesus. Foi o próprio Deus, muito antes de o mundo ser criado. Os religiosos sempre desenvolvem uma teologia esdrúxula para fazer a defesa de Deus naquilo que Ele não necessita ser defendido. A única defesa que Deus determina ao homem é a pregação do evangelho da verdade a toda criatura. A esta ordem, eles, geralmente, se esquivam.
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