II Tm. 4:3 - "Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo grande desejo de ouvir coisas agradáveis, ajuntarão para si mestres segundo os seus próprios desejos..." Este tempo começou imediatamente após a ascenção de Cristo à dextra do Pai. Entretanto, nunca esta rejeição à verdadeira doutrina tomou corpo com tanto rapidez e intrepidez, como nos dias que transcorrem. Os líderes, as pessoas comuns, os que escrevem perderam completamente o temor. Ensinam, pregam, falam, cantam e decantam em verso e prosa as suas abominações religiosas como se grandes coisas fossem. Importa-lhes é que o ensino seja agradável e que ajunte o máximo de incautos possíveis a fim de que seja conferido ao grupo, ao líder, ou à denominação um altíssimo grau de aprovação e aceitação. As Escrituras ensinam fartamente que o engano prospera mais do que a verdade e que largo é o caminho do mal e muitos andarão nele. Não é a expressão numérica, o ativismo e a aceitação que comprovam a aprovação de Deus. Ao contrário, ao percorrer os textos escriturísticos verifica-se, entre outras coisas, que Deus sempre trabalhou com as minorias, com os combalidos e desvalidos neste mundo. Mesmo os homens de grande vulto que foram objeto da misericórdia e da graça divinas foram humilhados até confessarem o que de fato eram perante a face do Altíssimo.
Mc. 8:35 - "Porque qualquer que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á, mas, qualquer que perder a sua vida por amor de mim e do evangelho, esse a salvará." O evangelho da verdade demonstra um balancete contábil esdrúxulo, pois para ganhar perde-se, e ao perder ganha-se. Esta é, portanto, a metodologia de Deus, por força do contraste entre a Sua santidade e a abominação pecaminosa no homem. Não há como salvar o homem sem destruir o corpo do seu pecado conforme Rm. 6:6 - "Sabendo isto, que o nosso velho homem foi com ele crucificado, para que o corpo do pecado seja desfeito, para que não sirvamos mais ao pecado." O homem adâmico e portador da natureza pecaminosa foi incluído na cruz juntamente com Cristo, pela fé, para que a sua natureza pecaminosa fosse destruída completamente aos olhos de Deus. Esta verdade, quando crida por fé, cria uma nova disposição na nova criatura, produzindo um homem regenerado conforme o texto de II Co. 5:17 a 19 - "Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo. E tudo isto provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por Jesus Cristo, e nos deu o ministério da reconciliação; Isto é, Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando os seus pecados; e pôs em nós a palavra da reconciliação."
O "evangelho" triunfalista é subproduto do ativismo humano não regenerado por amor de Cristo e do Seu evangelho da verdade. Tal pseudo-evangelho parte de um foco centrado no homem e não na cruz. É um evangelho, quando muito, resultante de elaborações teológicas. É fruto das injunções e elaborações do intelecto humano contaminado pelo pecado, o qual inclina a criatura a tomar invariavelmente o seu 'eu' como ponto de partida e foco do evangelho. Imaginando prestar um grande serviço a Deus, acaba por afastar-se cada vez mais d'Ele. É como diz A. W. Tozzer: "... os cristãos correm o risco de estar com a Palavra de Deus nas mãos, mas sem o Deus da Palavra." Eles ajuntam doutores segundo os seus pontos de vista do evangelho como se isto pudesse legitimar a sã doutrina. Deus não está nisto, pois onde está o desejo humano está o pecado como elemento motivador. Deus não tem parte na vontade decaída e depravada do homem, salvo, quando quer conceder graça e misericórdia.
Ap. 3: 14 a 17 - "E ao anjo da igreja que está em Laodicéia escreve: isto diz o Amém, a testemunha fiel e verdadeira, o princípio da criação de Deus: conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente; quem dera foras frio ou quente! Assim, porque és morno, e não és frio nem quente, vomitar-te-ei da minha boca. Como dizes: rico sou, e estou enriquecido, e de nada tenho falta; e não sabes que és um desgraçado, e miserável, e pobre, e cego, e nu." A igreja de Laodicéia está viva e ativa no tempo atual, e, portanto, o alerta do Senhor Jesus é o mesmo a ela ainda hoje.
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