II Tm. 3: 1 a 7 - "Sabe, porém, isto: que nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos. Porque haverá homens amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos, sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons, traidores, obstinados, orgulhosos, mais amigos dos deleites do que amigos de Deus, tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela. Destes afasta-te. Porque deste número são os que se introduzem pelas casas, e levam cativas mulheres néscias carregadas de pecados, levadas de várias concupiscências; que aprendem sempre, e nunca podem chegar ao conhecimento da verdade." De todas as características apontadas por Paulo nos religiosos dos últimos tempos, a que mais chama atenção é que eles teriam aparência de piedade, porém negariam a eficácia dela. De fato, este é o cenário real que se vê nestes dias. Parecer o que não é tornou-se a marca da religião. Isto é explicado no texto, pois aprendem sobre Deus, sobre Cristo e o evangelho, mas não receberam a graça de ser uma nova criatura. Aprender algo sobre o evangelho é possível a qualquer homem, porém, nem sempre este pode chegar ao conhecimento da verdade por si mesmo.
Viver de aparência é uma arte desenvolvida pelo homem logo após a sua queda conforme Gn. 3: 7 e 8 - "Então foram abertos os olhos de ambos, e conheceram que estavam nus; e coseram folhas de figueira, e fizeram para si aventais. E ouviram a voz do Senhor Deus, que passeava no jardim pela viração do dia; e esconderam-se Adão e sua mulher da presença do Senhor Deus, entre as árvores do jardim." Cozer folhas e fazer aventais para si é uma habilidade muito constante no homem portador da natureza pecaminosa. Isto significa a busca por uma solução própria e não na dependência da graça de Deus. O homem decaído procura fazer a sua própria verdade por meio da religião a qual serve, como se isto lhe pudesse cobrir a nudez, a cegueira e a pobreza espiritual consoante o que foi dito à Igreja de Laodicéia. Outra atitude sintomática do religioso incrédulo é se esconder quando ouve a voz de Deus por meio do verdadeiro evangelho. Esconde-se entre os arbustos da religião, elaborando doutrinas triunfalistas, porém em arrepio às Escrituras. Reivindicam um poder que não alcançam e não possuem, porque Deus não se associa à natureza pecaminosa. Antes ela deve ser destruída na cruz!
O evangelho do reino se compõe de três elementos fundamentais: a) o mistério de sua doutrina, isto é, em quem se deve crer; b) a santidade dos seus mandamentos, ou seja, como se deve viver; c) a pureza da adoração e do culto que se deve a Deus por instrumentalidade da fé dada aos eleitos. Isto porque, o homem pode professar a verdade e não obedecê-la de acordo com Tt. 1:16 - "Confessam que conhecem a Deus, mas negam-no com as obras, sendo abomináveis, e desobedientes, e reprovados para toda a boa obra." Sabendo-se que as boas obras são de Deus e não dos homens, as tais só poderão se executadas por misericórdia e graça d'Ele mesmo. As boas obras foram feitas de antemão para que os eleitos e regenerados andasse nelas conforme Ef. 2:10 - "Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus antes preparou para que andássemos nelas." Vê-se que os regenerados, a saber, gerados em Cristo, o foram para as boas obras. As boas obras são de Deus e ele as preparou de antemão para que os seus eleitos andem nelas. A religião institucionalizada faz exatamente o contrário.
Existe uma obediência humana dependente dos freios e contrapesos impostos pela cultura e pela moralidade predominante em uma sociedade. Porém há uma obediência que depende da graça de Deus. Esta obediência é devida a fé conforme Rm. 1:5 e 6 - "Pelo qual recebemos a graça e o apostolado, para a obediência da fé entre todas as gentes pelo seu nome, entre as quais sois também vós chamados para serdes de Jesus Cristo." A fé, neste caso, vem como consequência da graça, mas os religiosos insistem em realizar isso de modo oposto, produzindo eles mesmos a sua fé. A fé verdadeira é essencialmente obediente ao que o evangelho do reino prescreve, porque produzida e realizada pela própria ação monérgica de Deus. O importante é pertencer a Jesus, o Cristo para ganhar a Sua vida e, com isso, receber a graça para obedecer a fé. A religião pretende fazer os seus seguidores serem obedientes às regras, normas e preceitos, mas não à fé.
Nenhum comentário:
Postar um comentário