
Viver de aparência é uma arte desenvolvida pelo homem logo após a sua queda conforme Gn. 3: 7 e 8 - "Então foram abertos os olhos de ambos, e conheceram que estavam nus; e coseram folhas de figueira, e fizeram para si aventais. E ouviram a voz do Senhor Deus, que passeava no jardim pela viração do dia; e esconderam-se Adão e sua mulher da presença do Senhor Deus, entre as árvores do jardim." Cozer folhas e fazer aventais para si é uma habilidade muito constante no homem portador da natureza pecaminosa. Isto significa a busca por uma solução própria e não na dependência da graça de Deus. O homem decaído procura fazer a sua própria verdade por meio da religião a qual serve, como se isto lhe pudesse cobrir a nudez, a cegueira e a pobreza espiritual consoante o que foi dito à Igreja de Laodicéia. Outra atitude sintomática do religioso incrédulo é se esconder quando ouve a voz de Deus por meio do verdadeiro evangelho. Esconde-se entre os arbustos da religião, elaborando doutrinas triunfalistas, porém em arrepio às Escrituras. Reivindicam um poder que não alcançam e não possuem, porque Deus não se associa à natureza pecaminosa. Antes ela deve ser destruída na cruz!
O evangelho do reino se compõe de três elementos fundamentais: a) o mistério de sua doutrina, isto é, em quem se deve crer; b) a santidade dos seus mandamentos, ou seja, como se deve viver; c) a pureza da adoração e do culto que se deve a Deus por instrumentalidade da fé dada aos eleitos. Isto porque, o homem pode professar a verdade e não obedecê-la de acordo com Tt. 1:16 - "Confessam que conhecem a Deus, mas negam-no com as obras, sendo abomináveis, e desobedientes, e reprovados para toda a boa obra." Sabendo-se que as boas obras são de Deus e não dos homens, as tais só poderão se executadas por misericórdia e graça d'Ele mesmo. As boas obras foram feitas de antemão para que os eleitos e regenerados andasse nelas conforme Ef. 2:10 - "Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus antes preparou para que andássemos nelas." Vê-se que os regenerados, a saber, gerados em Cristo, o foram para as boas obras. As boas obras são de Deus e ele as preparou de antemão para que os seus eleitos andem nelas. A religião institucionalizada faz exatamente o contrário.
Existe uma obediência humana dependente dos freios e contrapesos impostos pela cultura e pela moralidade predominante em uma sociedade. Porém há uma obediência que depende da graça de Deus. Esta obediência é devida a fé conforme Rm. 1:5 e 6 - "Pelo qual recebemos a graça e o apostolado, para a obediência da fé entre todas as gentes pelo seu nome, entre as quais sois também vós chamados para serdes de Jesus Cristo." A fé, neste caso, vem como consequência da graça, mas os religiosos insistem em realizar isso de modo oposto, produzindo eles mesmos a sua fé. A fé verdadeira é essencialmente obediente ao que o evangelho do reino prescreve, porque produzida e realizada pela própria ação monérgica de Deus. O importante é pertencer a Jesus, o Cristo para ganhar a Sua vida e, com isso, receber a graça para obedecer a fé. A religião pretende fazer os seus seguidores serem obedientes às regras, normas e preceitos, mas não à fé.
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