
O texto fala por si só, não sendo, portanto, necessária nenhuma exegese. Fica evidente o quanto a vontade do homem não é o fator determinante, e, muito menos, livre como supõem os religiosos arminianos. Deus ordenara a Jonas a que pregasse arrependimento na grande cidade de Nínive, porém este fugiu, não só da ordem, mas da presença de Deus, como se isto fosse possível.
A atitude de Jonas, ao descer ao porão do navio e dormir, mostra exatamente a posição do homem decaído. Sempre descendo e dormindo profundamente o sono da natureza pecaminosa desprovida da vida de Cristo. A religião é uma espécie de fuga à real situação do homem morto e alienado de Deus. A religião, desde o Éden, tem sido apenas um disfarce criado e desenvolvido pelo homem a fim de empreender esforços na reconquista de Deus. Esta é uma inglória tentativa que, por meio dos méritos, duras regras e complexos preceitos, visam manipular Deus. Todavia, não agrada, não convence e não muda o decreto eterno d'Ele acerca da sentença contra o pecado, a saber, "...a alma que pecar, esta morrerá." Não é o homem decaído que deve ser o portador do foco, mas toda ação é invariavelmente monérgica e centrada na cruz em Cristo.
A tripulação do navio simboliza a humanidade em seus delírios e devaneios religiosos de superstições. Clamar às supostas forças divinas, lançar sortes, fazer declarações, determinar atos proféticos, encher-se de temor. Nada disto é o bastante para aquietar as ondas do mar que espumam as suas próprias abominações. O contexto mostra claramente a mente humana, envidando variados tipos de esforços a fim de se dar bem e escapar da morte. O que contou, no caso do profeta Jonas, foi a soberana vontade de Deus desde o início, visto ter Ele um propósito em tudo o que faz.
Jonas é o tipo do pecador eleito que, apesar de todas as atitudes antagônicas à ordem de Deus, encontra-se debaixo da Sua soberana vontade. A graça d'Ele é irresistível, mesmo quando o homem não a deseja por causa da vontade contaminada pelo pecado. Ele a exerce sobre o pecador, independentemente das suas escolhas subordinadas a uma vontade escravizada pelo pecado. Não é a vontade humana que realiza o querer e o efetuar, mas sim, a boa e agradável vontade de Deus. Nem mesmo a incredulidade humana pode anular a misericórdia e a graça d'Ele. É precisamente isto que muitos religiosos não podem ver e compreender pelas Escrituras. Assim, creem-no em suas próprias mentes reducionistas e horizontalizadas.
Jonas agiu como age qualquer pecador: foge sempre e invariavelmente da presença de Deus, porque suas naturezas lhes são contrárias em posição e em relação. Preferiu ser atirado ao mar, supondo dar cabo de sua vida, à confessar o seu pecado. Observa-se, que, mesmo os incrédulos e idólatras reconhecem a soberana vontade de Deus: "porque tu, Senhor, fizeste como te aprouve."
O texto continua afirmando que aquela tripulação temera grandemente o Senhor Deus e que Lhe oferecera sacrifícios. Aqueles marujos lançaram, pois, Jonas ao mar, o qual foi tragado por um grande peixe. Ali jazeu por três dias e três noites que representam o sinal da morte e da ressurreição de Cristo conforme Mt. 12: 39 a 41 - "Mas ele lhes respondeu: uma geração má e adúltera pede um sinal; e nenhum sinal se lhe dará, senão o do profeta Jonas; pois, como Jonas esteve três dias e três noites no ventre do grande peixe, assim estará o Filho do homem três dias e três noites no seio da terra. Os ninivitas se levantarão no juízo com esta geração, e a condenarão; porque se arrependeram com a pregação de Jonas. E eis aqui quem é maior do que Jonas." Então, àquele que é maior que Jonas, sejam dadas honra, glória, força e majestade eternamente. Ele é o Cristo, Filho de Deus!
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