Lentamente algumas teses vão sendo incorporadas à religião cristã nominal, porque os religiosos necessitam se conformar aos padrões aceitos e praticados pela sociedade, pois temem perder o bonde da história. Eles imaginam, que, ao se acomodar aos princípios consagrados em um determinado momento histórico lhes garante perpetuidade no tempo e no espaço. Desta maneira vão incorporando bases filosóficas, elementos científicos e preceitos ecléticos ao rol das suas crenças a fim de sobreviver às drásticas mudanças provocadas pela modernidade. Verificando-se os credos mais antigos do cristianismo, as declarações de princípios e as confissões de fé, verificam-se grandes alterações na base da verdadeira fé cristã. Doutrinas que eram consideradas normais e comuns aos cristãos dos três ou quatro primeiros séculos, foram modificadas a partir do quarto século, por mera influência do Império Romano. Isto foi devido a falsa conversão do imperador Constantino, tendo havido, na verdade, uma acomodação de parte do cristianismo aos valores e práticas do culto não-cristão de Roma. Por volta do século IV até o século VI, a igreja original e primitiva sofreu inúmeras modificações não apenas em seus ritos, mas em sua forma e conteúdo doutrinário. As chamadas questões cristológicas dos séculos II, III e IV trouxeram muitas dissenções e novas maneiras de praticar o cristianismo. Aquilo que era uma pura fé bíblica, passou a introduzir elementos humanistas, filosóficos, secularistas, etc. A igreja passou a ser uma instituição, adquiriu uma organização hierárquica e desenvolveu formas de governos mais empresariais e pragmáticos.
Na Idade Média, a situação ficou tão crítica que, acabou por provocar a Reforma Protestante no início do século XVI. Com a reforma, voltou-se a procurar uma maior seriedade e aproximação da fé bíblica. Surgiram muitos debates, divisões e subdivisões por meio de controvérsias e discordâncias doutrinárias. Mas, isto tudo serviu para purificar a fé verdadeira. Quanto mais se debatia, mais os cristãos autênticos se afirmavam nas Escrituras somente. Os demais seguiam com suas teses mescladas de mundanismo e conformismo com padrões anti-bíblicos.
No pós Reforma Protestante, a religião cristã sofreu ao longo de dois ou três séculos, inúmeras influências do renascentismo, do iluminismo, do cientificismo e do pensamento libertarista. Entretanto, é necessário fazer aqui um entendimento: quando se fala de religião cristã, estamos nos referindo à igreja enquanto instituição e ao cristianismo histórico e nominal apenas. Quando nos referimos ao verdadeiro cristianismo, faz-se apenas com base na fé conservada nos moldes das Escrituras e na simplicidade do evangelho de Cristo. Não é religião! É a verdade compendiada e revelada por Deus.
Por causa dos desvios e interferências humanistas na religião histórica é que a teoria do livre arbítrio é tão aceita e divulgada. Quase sempre em debates sobre soberania, graça, escolhas e responsabilidade moral do homem, os religiosos apontam para o livre arbítrio como explicação e justificativa para muitas atitudes e posições. É uma doutrina estranha às Escrituras e de difícil definição até mesmo à filosofia, mas que apresenta uma falsa lógica, satisfazendo, assim, muitas perguntas e explicações falsas. Como muitos religiosos não têm experiência de novo nascimento imaginam que têm no falso ensino do livre arbítrio um forte aliado para justificar o injustificável.
A questão do livre arbítrio e da responsabilidade moral do homem é um nó que cria muitos debates e pouca verdade. Isto porque, o homem que não experimentou o nascimento do alto, não consegue admitir a soberania de Deus. Sem esta admissão, a graça, a fé, a eleição, a morte inclusiva e substitutiva em Cristo, bem como a dependência plena de Deus ficam prejudicadas ou mesmo desconhecidas.
O apóstolo Paulo, em Rm. 9:21, põe em tela a questão da responsabilidade moral da seguinte maneira: "Porventura não é o oleiro senhor do barro para poder fazer da mesma massa um vaso para uso honroso e outro para uso vil?" Nessa visão os indivíduos podem ser desonrados pelos seus atos mesmo embora esses atos sejam, no final das contas, completamente determinados por Deus.
Uma visão similar defende que a culpabilidade moral do indivíduo repousa no seu caráter. Isto é, uma pessoa que tem o caráter de um assassino não tem outra escolha senão assassinar, mas ainda assim pode ser punida porque é certo punir aqueles que tem um mau caráter. Isto é confirmado pelo fato de a natureza humana estar absolutamente corrompida pelo pecado e inclinada para o mal moral. Ou seja, querendo ou não, o homem decaído está em estado de rebelião contra Deus, não apenas nos seus maus atos, mas também nos atos bons. Não é uma questão do que se faz, mas do que se é em natureza. Ora, uma laranjeira dará invariavelmente laranjas, enquanto uma macieira dará invariavelmente maçãs.
Uma visão similar defende que a culpabilidade moral do indivíduo repousa no seu caráter. Isto é, uma pessoa que tem o caráter de um assassino não tem outra escolha senão assassinar, mas ainda assim pode ser punida porque é certo punir aqueles que tem um mau caráter. Isto é confirmado pelo fato de a natureza humana estar absolutamente corrompida pelo pecado e inclinada para o mal moral. Ou seja, querendo ou não, o homem decaído está em estado de rebelião contra Deus, não apenas nos seus maus atos, mas também nos atos bons. Não é uma questão do que se faz, mas do que se é em natureza. Ora, uma laranjeira dará invariavelmente laranjas, enquanto uma macieira dará invariavelmente maçãs.
Estas idéias de livre arbítrio resultam de influências gnósticas e filosóficas no cristianismo nominal e histórico. Elas servem de ensejo ao surgimento de variantes teológicas que fogem cada vez mais da simplicidade do evangelho e se aproximam mais e mais do humanismo baseado em uma lógica formal.
A "Teologia do Processo", também conhecida como "Teologia Neoclássica" é uma escola de pensamento influenciada pela filosofia do processo, de Alfred North Witehead. Ricardo Gondim é o representante dessa linha teológica no Brasil, com a variante denominada de "Teologia Relacional" ou "Teísmo Aberto".
A Teologia do Processo se subdivide em Teísmo Fechado e Teísmo Aberto. No geral postulam o seguinte: Deus não é onisciente no sentido coercitivo; a realidade não é feita de substâncias materiais, mas por eventos ordenados por uma série, que são experimentais na natureza; o universo é caracterizado pelo processo e mudança, carregado pelos agentes do livre arbítrio. A autodeterminação caracteriza tudo, e não apenas seres humanos. Deus não pode forçar nada a acontecer, apenas exercer seu livre arbítrio, possibilitando novas possibilidades; Deus contém o universo, mas não é idêntico a ele; por Deus conter o universo, este está em mudança, Deus muda, é afetado por aquilo que acontece no universo; Teísmo dipolar, é a ideia que um Deus perfeito não pode ser limitado por certas características; em relação a vida após a morte, há divergências se as pessoas experimentam uma experiência subjetiva, ou uma experiência objetiva.
Estas ponderações foram aqui colocadas para o efeito de verificação do quanto uma pequena distorção da verdade pode criar inúmeras ideias errôneas acerca de Deus e da Sua Palavra. Com isto confirmam as Escrituras que afirmam ser largo e espaçoso o caminho do erro.
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