domingo, agosto 23

ESPÍRITOS ENGANADORES E RELIGIÕES ENGANADAS X



II Tm. 3: 1 a 13 - "Sabe, porém, isto: que nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos. Porque haverá homens amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos, sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons, traidores, obstinados, orgulhosos, mais amigos dos deleites do que amigos de Deus, tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela. Destes afasta-te. Porque deste número são os que se introduzem pelas casas, e levam cativas mulheres néscias carregadas de pecados, levadas de várias concupiscências; que aprendem sempre, e nunca podem chegar ao conhecimento da verdade. E, como Janes e Jambres resistiram a Moisés, assim também estes resistem à verdade, sendo homens corruptos de entendimento e réprobos quanto à fé. Não irão, porém, avante; porque a todos será manifesto o seu desvario, como também o foi o daqueles. Tu, porém, tens seguido a minha doutrina, modo de viver, intenção, fé, longanimidade, amor, paciência, Perseguições e aflições tais quais me aconteceram em Antioquia, em Icônio, e em Listra; quantas perseguições sofri, e o Senhor de todas me livrou; e também todos os que piamente querem viver em Cristo Jesus padecerão perseguições. Mas os homens maus e enganadores irão de mal para pior, enganando e sendo enganados." Quando se trata de assuntos religiosos, os "crentes" agem mais ou menos assim: os cristãos são sempre corretos e os demais são sempre errados. Admitem comportamentos, práticas e ritos absolutamente diabólicos, entretanto, desde que praticados dentro de uma determinada igreja chamada de evangélica são tidos como puros; quando tais práticas ou ritos ocorrem em outra religião ou seita, dizem que são diabólicos. Alguns vão mais longe, afirmando que apenas os que são da sua igreja, confissão ou denominação estão certos ou agem corretamente, todos os demais, ainda que de alguma igreja dita cristã, são errados, heréticos ou desviados. Entretanto, o alerta do apóstolo Paulo, não especifica categorias de pessoas, religiões, condições socioeconômicas ou intelectuais. O texto de abertura faz parte de uma carta doutrinária de Paulo a um filho seu na fé, Timóteo, que agora estava sendo investido no pastorado de uma Igreja. Esta epístola não foi enviada a incrédulos, mas a crentes.
O texto que dá início a este artigo se refere aos últimos dias, dando, assim, um sentido escatológico ao contexto e ao conteúdo tratado. Todavia, estes últimos dias se iniciaram desde a ascensão do Senhor Jesus e o início da Igreja conforme I Jo. 2:18 - "Filhinhos, é já a última hora; e, como ouvistes que vem o anticristo, também agora muitos se têm feito anticristos, por onde conhecemos que é já a última hora." Ao longo de toda história da Igreja, anticristos se têm manifestado em lugares e graus diferentes, porque o que conta é o princípio pecaminoso que reina na natureza humana, a qual tem uma inclinação natural contra Deus, Cristo e a verdade. Também, esta inclinação não é uma atitude explícita ou ostensiva contra a Igreja, os eleitos e as Escrituras. Ao contrário, os maiores inimigos agem como se cristãos fossem, pois do contrário seriam imediatamente rechaçados e rejeitados. Então, se o apóstolo João, pelo Espírito de Cristo, já detectava atitudes de anticristos no século primeiro do Cristianismo, imagine nestes tempos recuados dois mil anos na história?
Levantar todas estas questões não se constitui em atitude propositada e acusadora dos defeitos e fraquezas de pessoas por falta de amor. Trata-se, outrossim, de uma constatação visível e perceptível à luz das Escrituras. Estas péssimas qualidades arroladas no texto de Paulo a Timóteo podem ser percebidas e, em certos casos, sentidas na própria pele, em muitos arraiais religiosos. No seio de algumas igrejas cujo governo obedece a uma hierarquia humana, onde se estabelecem cargos e funções de destaque, veem-se verdadeiros embates de soberba, disputas e presunção na luta por cargos e prestígio.
Quantos "crentes" são visivelmente sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis e obstinados em nome da denominação, de doutrinas e da lealdade a este ou aquele pastor? A pior qualidade de um religioso é aprender sempre e nunca chegar ao pleno conhecimento da verdade. A questão é que eles conhecem-na apenas como conceito, enquanto a verdade é uma pessoa, a saber, o próprio Cristo. A verdade que pode ser apreendida por tais religiosos é apenas doutrinária ou intelectiva, mas a verdade que liberta verdadeiramente é de cunho espiritual.
Estes religiosos descritos no texto, são como Janes e Jambres, os magos de faraó, que resistiram a Deus diante do seu enviado, Moisés. Tentam, por meio de espíritos do engano iludir os "crentes" com palavras persuasivas, milagres e maravilhas supostamente de origem espiritual, enquanto, de fato, são de origem maligna. Neste sentido, o engano continua servindo aos intentos de Satanás no seio das próprias igrejas e não no mundo, pois este jaz inteiramente no maligno. Logo, porque ele se preocuparia em iludir o mundo que já é sua posse? Também o fato de alguém estar nesta ou naquela igreja humana não é garantia de absolutamente nenhuma espiritualidade, pois o que conta é o ter nascido de Deus conforme I Jo. 5:4.

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