I Rs. 22: 14 a 28 - "Porém Micaías disse: vive o Senhor que o que o Senhor me disser isso falarei. E, vindo ele ao rei, o rei lhe disse: Micaías, iremos a Ramote de Gileade à peleja, ou deixaremos de ir? E ele lhe disse: sobe, e serás bem sucedido; porque o Senhor a entregará na mão do rei. E o rei lhe disse: até quantas vezes te conjurarei, que não me fales senão a verdade em nome do Senhor? Então disse ele: vi a todo o Israel disperso pelos montes, como ovelhas que não têm pastor; e disse o Senhor: estes não têm senhor; torne cada um em paz para sua casa. Então o rei de Israel disse a Jeosafá: não te disse eu, que nunca profetizará de mim o que é bom, senão só o que é mal? Então ele disse: ouve, pois, a palavra do Senhor: vi ao Senhor assentado sobre o seu trono, e todo o exército do céu estava junto a ele, à sua mão direita e à sua esquerda. E disse o Senhor: quem induzirá Acabe, para que suba, e caia em Ramote de Gileade? E um dizia desta maneira e outro de outra. Então saiu um espírito, e se apresentou diante do Senhor, e disse: eu o induzirei. E o Senhor lhe disse: com quê? E disse ele: eu sairei, e serei um espírito de mentira na boca de todos os seus profetas. E ele disse: tu o induzirás, e ainda prevalecerás; sai e faze assim. Agora, pois, eis que o Senhor pôs o espírito de mentira na boca de todos estes teus profetas, e o Senhor falou o mal contra ti. Então Zedequias, filho de Quenaaná, chegou, e feriu a Micaías no queixo, e disse: por onde saiu de mim o Espírito do Senhor para falar a ti? E disse Micaías: eis que o verás naquele mesmo dia, quando entrares de câmara em câmara, para te esconderes. Então disse o rei de Israel: tomai a Micaías, e tornai a levá-lo a Amom, o governador da cidade, e a Joás filho do rei. E direis: assim diz o rei: Colocai este homem na casa do cárcere, e sustentai-o com o pão de angústia, e com água de amargura, até que eu venha em paz. E disse Micaías: se tu voltares em paz, o Senhor não tem falado por mim."
A primeira fala do profeta Micaías foi seguindo orientação que recebera para falar apenas conforme os outros profetas. No texto hebraico a construção é irônica, ou seja, ele disse a favor do rei em uma determinada entonação que denotava exatamente o oposto do que falava. Quando conjurado em nome do Senhor, o profeta então disse exatamente o que sucederia. O espírito enganado sempre quer ouvir o que lhe interessa, segundo a natureza pecaminosa que nele reina. Isto porque a inclinação natural do homem depois da queda no pecado é invariavelmente contrária a Deus. Este é um princípio e não uma escolha! Mesmo que o homem não regenerado seja reto, íntegro, temente e desvie-se do mal, o que conta é a natureza reinante nele, e não sua religiosidade. As obras humanas contaminadas pela natureza pecaminosa nada podem fazer diante da santidade e justiça de Deus. Sem justificação em Cristo o homem não pode produzir autossalvação As obras de justiça são boas apenas sociologicamente, mas não espiritualmente.
Na sequência do texto de abertura vê-se que foi o próprio Deus quem deu ordens ao espírito enganador para falar por meio dos falsos profetas ao rei Acabe. A arrogância dos falsos profetas é tamanha que fere e agride aos verdadeiros pregadores a fim de sobrepor suas mentiras à verdade. Entretanto, esta é uma tarefa inglória, pois Deus sempre trás à tona a Sua verdade.
O pecado cega o homem ao ponto de este imaginar que pode construir a paz por suas próprias expensas. Quanto aos verdadeiros regenerados e pregadores fiéis ao Senhor cabe neste mundo, que jaz no maligno, o pão de angústia e a água de amargura. O quinhão deles está no mundo vindouro e não neste mundo e seu sistema iníquo produzido debaixo da natureza contaminada pelo pecado. Por isso estas religiões humanistas prosperam, porque o quinhão dessa gente está neste mundo e na sua glória passageira. Eles pretendem reformar o homem por meio de mudanças comportamentais, Cristo quer matar a natureza adâmica pecaminosa e fazer uma nova criatura que possa conviver na presença de Deus eternamente.
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