II Co. 2: 10c e 11 - "...para que não sejamos vencidos por Satanás; Porque não ignoramos os seus ardis." O apóstolo Paulo está escrevendo à Igreja em Corinto para instruí-la sobre questões práticas de como se deve conviver com a verdade e a mentira, dando a cada uma à sua real dimensão. Mostra que é importante ter claro discernimento a fim de que não se torne vencido pelos ardis de Satanás. O fundamento da carta do apóstolo é mostrar que a verdade é posta aos homens diante de Deus sem falsificações conforme v. 17 - "Porque nós não somos, como muitos, falsificadores da palavra de Deus, antes falamos de Cristo com sinceridade, como de Deus na presença de Deus." Prega a Cristo como Deus que Ele é, e na presença de Deus, sem medo de errar, porquanto, o faz segundo a Palavra do próprio Deus. A palavra sinceridade deriva de sincero, que por sua vez, provém de 'sem cera', isto é, sem rodeios e sem remendos, os quais visam deixar a superfície ou o exterior aceitável e bonito. Os marceneiros utilizam a cera para corrigir os defeitos da madeira e deixar os móveis esteticamente bonitos. Assim são algumas pregações e ensinos religiosos, enquanto peças retóricas perfeitos, enquanto verdade que vem do alto defeituosos e sem fundamentos.
O grande mal da igreja nominal e dos religiosos, em geral, é ignorar os ardis de Satanás. Por isso, e a despeito da religiosidade, penitência e sacrifícios, são vencidos por ele no que concerne à finalidade objetiva da Igreja. Não basta conhecer o Diabo só pelas lendas e "estórias" que lhes são atribuídas no ideário popular. Também não é o bastante saber que ele existe e que é inimigo e enganador. Pois, se não há discernimento para identificar suas mensagens dissimuladas de verdade, de amor, de bem e de dignidade, ele prosseguirá no seu desiderato funesto. Enquanto, no ideário religioso popular, o Diabo é tido como alguém poderoso, malévolo, tinhoso e perigoso, com chifres e rabo, o Senhor Jesus o trata com mais exatidão. Para Cristo ele é o "pai da mentira" e o "príncipe deste mundo." O apóstolo Paulo se refere a ele como o "deus deste século." Biblicamente o inimigo das almas é chamado de Satanás, Diabo, Demônio, Belzebu, Dragão, Antiga Serpente e Espírito Imundo. Enquanto as pessoas sentem medo ou ignora a realidade de Satanás, as Escrituras tratam-no tal como ele é. Nem mais, nem menos!
Esta série de estudos em torno do falseamento dos ensinos nas religiões, visa tão somente divulgar a verdade do evangelho de Cristo, pois só então, a mentira, os artifícios e os planos do inimigo serão revelados. Destarte, glorificar-se-á apenas a Cristo como o Filho Unigênito de Deus que se encarnou para que, pela sua morte, aniquilasse o Diabo, o imperador da morte do homem decaído conforme Hb. 2:14 - "Portanto, visto como os filhos são participantes comuns de carne e sangue, também ele semelhantemente participou das mesmas coisas, para que pela morte derrotasse aquele que tinha o poder da morte, isto é, o Diabo."
Há no mundo inumeráveis religiões, tais como: islamismo, budismo, espiritismo, lamaísmo, judaísmo, hinduísmo, xintoísmo, xamanismo, animismo, cristianismo. Há igualmente o satanismo, demonismo, diabolismo, o gnosticismo, a cientologia, etc. Todas estas religiões e crenças existem com suas ramificações e suas múltiplas seitas e subseitas. O cristianismo também se enquadra nesse conjunto de religiões, porque Jesus, o Cristo, não é o seu fundador. Antes, o cristianismo foi fundado, enquanto religião pelo império romano a partir dos séculos III e IV d. C. Foi em Antioquia que, pela primeira vez, os fieis foram chamados de cristãos. Eles não se autointitularam de cristãos, mas foram assim chamados, porque na concepção dos habitantes pagãos daquela cidade da Ásia Menor, eles eram meros seguidores de um homem chamado Jesus Cristo.
I Tm. 3: 6 e 7 - "Não neófito, para que, ensoberbecendo-se, não caia na condenação do Diabo. Convém também que tenha bom testemunho dos que estão de fora, para que não caia em afronta, e no laço do Diabo." Este conselho de Paulo a Timóteo é muito oportuno na compreensão do discernimento de espíritos enganadores no seio das religiões. Após dar uma lista de procedimentos comportamentais que devem caracterizar o bispo, isto é, o pregador, o doutrinador e pastor, Paulo destaca: "... ensoberbecendo-se não caia na condenação do diabo." Destacando-se a expressão: "... na condenação do Diabo." que, em grego é: "eis krima empese tou diabolou." No gênio da língua grega "diabolou", ou seja, Diabo, não é o sujeito do julgamento, mas sim o objeto, porque "krima" quer dizer crime, ou pecado. Isto quer dizer, com mais exatidão que, se o mestre, pregador, pastor, bispo, evangelista, doutrinador se ensoberbecer, recairá no mesmo pecado ou crime do Diabo, a saber, na idolatria de si mesmo. Neste sentido passa a ser um antideus, anticristo e o seu julgamento não tardará.
Eis então a profunda questão dos ensinos enganadores dos espíritos malignos dentro das igrejas denominacionais e nominais disfarçados de verdades. A finalidade é dar ao Diabo a primazia e um reino no lugar de Cristo. Este trabalho é lento, gradativo, tênue, constante e dissimulado. Muitos naufragaram no afã de pregar a verdade sem experiência de novo nascimento, acabaram fortalecendo o reino de Satanás no mundo.
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