Pv. 16:9 - "O coração do homem propõe o seu caminho; mas o Senhor lhe dirige os passos."
O livre-arbítrio é um falso "deus" criado pela mente humana e cultuado pelo Gnosticismo. Este "deus" falso foi entronizado no coração do homem por meio do Humanismo. É também chamado de livre-alvedrio, significando que o homem possui liberdade de decidir, liberdade para escolher e liberdade para julgar. Também é dito que o livre-arbítrio é a capacidade de escolha da vontade humana entre o bem e o mal. Era, inicialmente, uma postulação filosófica, mas nos últimos anos tomou também caráter religioso e científico. Nos últimos tempos esse falso "deus" foi também entronizado nas igrejas institucionais celeiro de religiões humanas afastadas da verdade escriturísticas.
O livre-arbítrio, enquanto discussão filosófica, pode ser entendido segundo duas perspectivas: a) objetivista; b) subjetivista ou paradoxal. Enquanto concepção objetivista, o livre-arbítrio implica em ação física ou mental de um agente, não determinada por qualquer fator antecedente. Na concepção subjetivista ou paradoxal, o livre-arbítrio implica que o ponto de vista ou o julgamento do agente origina-se tão somente da sua vontade. Neste caso, recai-se na experiência de liberdade plena ou indeterminismo. Simplesmente, a liberdade de escolha surge sem qualquer fator determinante. É obra do acaso!
A visão determinística afirma que tudo é causado de acordo com a necessidade e suficientes causas antecedentes. Assim, todos os efeitos são provenientes de uma causa necessária e anterior a eles. A visão indeterminística afirma que os efeitos, incluindo-se o livre-arbítrio, não dependem de uma causa anterior, ou seja, são autônomos. O último grande movimento filosófico, o Existencialismo, discorria intensamente sobre o livre-arbítrio até se esbarrar na realidade do mal moral no mundo. Caíram em uma espécie de beco sem saída, porque o mal moral é uma realidade consequencial determinada por uma ou mais causas internas e externas. Há também a visão compatibilista, segundo a qual, o livre-arbítrio emerge em meio a uma realidade sem incertezas. Admitem que o livre-arbítrio emerge de causas interiores, tais como desejos, crenças e pensamentos. Ou seja, o livre-arbítrio obedece a causas internas ou externas.
Fato é que não há unanimidade sobre o livre-arbítrio em nenhuma linha de pensamento filosófico. Schopenhauer, diz: "... cada um acredita de si mesmo a priori que é perfeitamente livre, mesmo em suas ações individuais, e pensa que a cada momento pode começar outra maneira de viver [...]. Mas a posteriori, através da experiência, ele descobre, para seu espanto, que não é livre, mas sujeito à necessidade, que apesar de todas as suas resoluções e reflexões ele não muda sua conduta, e que do início ao fim da sua vida ele deve conduzir o mesmo caráter o qual ele mesmo condena."
Crer no livre-arbítrio é algo absolutamente inócuo, pois se o homem é livre, implica dizer que se basta a si mesmo. Não possui nenhuma necessidade e causa determinante anterior a si. Implica em ser eterno e auto-suficiente em todos os sentidos. Dizer também o homem possui arbítrio é o mesmo que dizer que tem pleno e absoluto poder de juízo. Implica em ser absoluto juiz de si mesmo e de tudo o que existe fora de si. Assim, o homem faz do livre-arbítrio um "deus" todo-poderoso, eterno, onisciente, onipresente e onipotente. Neste caso o homem não nasceu do processo biológica da reprodução, o homem não morre, porque ninguém deseja morrer. O homem não sofre, porque ninguém deseja sofrer. O homem não adoece, porque ninguém deseja adoecer. O homem não é pobre, porque ninguém deseja a pobreza e a miséria. E assim sucessivamente.
De fato, o livre-arbítrio é um 'escravo-arbítrio', pois todo homem é escravo de fatores determinantes internos e externos. O pecado, por exemplo, é um fator determinante e constante no homem. Jesus, o Cristo apontou esta determinação em Jo. 8:34 - "Replicou-lhes Jesus: em verdade, em verdade vos digo que todo aquele que comete pecado é escravo do pecado." E o apóstolo Paulo informa que todos são pecadores conforme Rm. 3:23 - "Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus." Ainda Paulo doutrina que todos herdaram a natureza pecaminosa, como também a morte espiritual conforme Rm. 5:12 - "Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porquanto todos pecaram."
Desta forma, nem o homem é livre e, muito menos, pode arbitrar qualquer coisa. Diante de tal quadro, o homem que não possui a natureza reconciliada com Deus, diz: "então, Deus é um maniqueísta, injusto que se diverte às custas dos homens que ele mesmo criou." Entretanto, tal assertiva, mostra o homem avaliando Deus da sua própria perspectiva contaminada pela natureza decaída. É uma avaliação determinada por sua concepção de justiça e não de uma avaliação livre. Assim, nem nesse sentido ele pode afirmar-se possuidor de livre-arbítrio, pois a própria concepção de maniqueísmo, injustiça e sadismo são postulações oriundas da própria natureza humana. Pode ser que o conceito de controle, justiça e sadismo quando subordinados à Soberania de Deus sejam tidos de forma completamente diferente daquela que o homem concebe. Da mesma forma o homem decaído não pode submeter Deus ao juízo do que ele considera moral ou imoral, porque a moralidade, imoralidade e amoralidade é apenas humana.
Sola Scriptura!
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