Ao longo da história pós-Cristo, muitas são as opiniões acerca, não apenas da messianidade, nascimento, vida e obra d'Ele, mas, sobretudo da sua morte. Causa espécie o fato que, entre os ditos cristãos nominais haja divergência, quando deveria haver invariavelmente convergência, visto que tal percepção não pode fugir ao texto escriturístico. Isto é, por assim dizer, o óbvio ululante! Todavia, por serem considerados cristãos quaisquer religiosos ou simpatizantes desta religião enquanto apenas um sistema histórico, as divergências aparecem, manifestam-se e se multiplicam freneticamente. Não há, necessariamente, a obrigatoriedade de os cristãos serem iguais em seus ritos, dogmas, preceitos e regras. Porém, obrigatoriamente deveriam ser convergentes e concordantes em matéria de doutrina e fé. O texto de Ef. 4: 4 a 7 da subsídio suficiente para requerer, não apenas a unidade, mas também a unicidade da fé, porque assim se expressa: "Há um só corpo e um só Espírito, como também fostes chamados em uma só esperança da vossa vocação; um só Senhor, uma só fé, um só batismo; um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, e por todos e em todos. Mas a cada um de nós foi dada a graça conforme a medida do dom de Cristo."
Alguns afirmam que Jesus foi apenas mais um mártir que morreu tão somente por defender idéias contrárias ao senso comum da religião e da política da época. Teria ele pago o preço por ser ousado em demasia contra os trâmites do legalismo judaico, como também contra a burocracia e interesses de Roma. Entretanto, as Escrituras dão testemunho de que ele morreu doando a sua própria vida ao homem morto em seus delitos e pecados conforme Ef. 2:1 - "Ele vos vivificou, estando vós mortos nos vossos delitos e pecados..." Também estas mesmas Escrituras mostram que ele morreu para dar a Sua vida em resgate de muitos e não de todos consoante Mt. 20:28 - "...assim como o Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir, e para dar a sua vida em resgate de muitos." É consenso que mártires, via de regra, demonstram grande euforia e alegria ao oferecer-se ao sacrifício. Cristo, ao contrário, sentiu medo e pavor diante da realidade da sua morte, ao ponto de suar sangue e de pedir ao Pai que o livrasse daquele cálice. Sentiu-se abandonado por Deus, pelo pavor do da sujidade do pecado em seu ser puro e santo, como também pelo requinte de crueldade de sua morte.
Outros, porém dizem que a morte de Jesus foi um acidente de percurso, porque os seus inimigos eram mais numerosos e mais forte do que ele e seu minúsculo e pobre grupo. Todavia, há argumentos contrários a esta tese absurda, pois quando da sua prisão no Getsêmani, a soldadesca caiu por terra. Ele até poderia ter se retirado do lugar sem que alguém o pudesse deter conforme Jo. 18: 5 e 6 - "Responderam-lhe: a Jesus, o nazareno. Disse-lhes Jesus: sou eu. E Judas, que o traía, também estava com eles. Quando Jesus lhes disse: sou eu, recuaram, e caíram por terra." Também Ele poderia ter pedido ao Pai para livrá-Lo da prisão e da morte cruel se assim o desejasse de acordo com Mt. 26:55 - "Ou pensas tu que eu não poderia rogar a meu Pai, e que ele não me mandaria agora mesmo mais de doze legiões de anjos?" Na verdade, Jesus não era mártir, nem suicida, mas, tão somente entregou a Sua vida voluntariamente para salvar muitos conforme Jo. 10:17 e 18 - "Por isto o Pai me ama, porque dou a minha vida para a retomar. Ninguém ma tira de mim, mas eu de mim mesmo a dou; tenho autoridade para a dar, e tenho autoridade para retomá-la. Este mandamento recebi de meu Pai."
Ainda há os que afirmam que Jesus morreu para comunicar elevado grau de sujeição, humildade e resignação diante do sofrimento. Obviamente que todos estes elementos constam do processo de sacrifício vicário de Cristo, mas não são a causa deste, e muito menos a única conseqüência. Ele morreu para sarar as nossas feridas da alma manchada pelo pecado e pelos atos pecaminosos consoante Is. 53:5 - "Mas ele foi ferido por causa das nossas transgressões, e esmagado por causa das nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados." Então, por todos os títulos e circunstâncias, Cristo morreu para o benefício de pessoas absolutamente indignas. Logo, o beneficiário é inferior em todos os sentidos em relação ao beneficiador, visto que só um redentor qualificado em justiça perfeita poderia satisfazer a exigência plena da lei que diz: "... a alma que pecar, esta morrerá." Do contrário, dar-se-ia que Cristo teria morrido em benefício próprio, ou para apresentar uma malgrada peça teatral de péssimo gosto.
Todas estas opiniões são infundadas e desqualificadas diante da grandiosidade do supremo propósito de Deus, desde a eternidade pretérita até a eternidade eterna.
A Ele, pois toda glória para sempre, e sempre, e sempre!
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